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Segundo dados da ONU, os países que fazem parte do Protocolo de Montreal já eliminaram cerca de 98% de substâncias nocivas para a camada de ozônio, impedindo, assim, que mais de dois milhões de casos de câncer de pele atingissem a população por ano

Flickr / Observatório da Terra da Nasa (CC)

O Protocolo de Montreal completa 30 anos em 2017. Chancelado na cidade de mesmo nome, no Canadá, em 1987, ele vem, desde então, promovendo mecanismos de proteção da camada de ozônio, lembrou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

O acordo entrou para a história ao se tornar, em 2009, o primeiro tratado sobre meio ambiente a ser universalmente ratificado por 197 países. Para celebrar a data, estão previstos eventos ao longo de todo este ano, que destacarão os avanços da iniciativa.

O Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal (FML), instituído em 1990 para prover assistência técnica e financeira aos países em desenvolvimento com recursos provenientes dos países desenvolvidos, é um dos mecanismos que garante o êxito da implementação desse tratado internacional.

O protocolo estabelece metas de eliminação das substâncias destruidoras da camada de ozônio (conhecidas como SDOs), que funciona como um filtro ao redor do planeta e protege os seres vivos dos raios ultravioleta. Essas metas valem para todos os países signatários, respeitando o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas.

Ao longo dos anos, o protocolo recebeu emendas e ajustes, fosse para introduzir outros tipos de medidas de controle, acrescentar novas substâncias controladas para a lista, ou acelerar os cronogramas de eliminação progressiva. As alterações são nomeadas de acordo com o local de sua adoção: Londres (1990), Nairóbi (1991), Copenhague (1992), Bangkok (1993), Viena (1995), Montreal (1997), Pequim (1999) e Kigali (2016).

A Emenda de Kigali – que estabelece o controle do consumo dos hidrofluorcarbonos (HFCs) pelo Protocolo de Montreal – representou fato histórico, pois, pela primeira vez, o protocolo passou também a tratar de substâncias que não causam danos à camada de ozônio, mas que afetam o sistema climático global.

Nesses 30 anos de história, o Brasil tem sido um precursor na eliminação das SDOs. Sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e com o apoio das agências implementadoras – Pnud, Agência de Cooperação Alemã (GIZ) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) – o país executou projetos para conversão tecnológica nos setores de espumas, refrigeração e ar condicionado, solventes, agricultura, indústria farmacêutica e demais setores da indústria química, além de capacitar mais de 30 mil técnicos do segmento de refrigeração e ar condicionado.

Ao longo de três décadas, o país eliminou o consumo de aproximadamente 17 mil toneladas de Potencial de Destruição do Ozônio (PDO) de substâncias prejudiciais para a camada de ozônio, tais como CFC, Halons, CTC e brometo de metila na agricultura. No cenário atual, o principal foco do Protocolo de Montreal é a completa eliminação da produção e consumo dos hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) em todo o planeta até 2040.

Segundo dados da ONU, os países que fazem parte do Protocolo de Montreal já eliminaram cerca de 98% de substâncias nocivas para a camada de ozônio, impedindo, assim, que mais de dois milhões de casos de câncer de pele atingissem a população por ano.

Os resultados desses 30 anos de existência mostram a importância de seguir avançando com ações para a proteção da camada de ozônio por meio de uma parceria bem sucedida entre o governos, setor produtivo e sociedade, lembrou o Pnud.


Fonte: ONUBR

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