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Ela é responsável por cerca de 25% dos casos de tumores malignos

Se você gosta de tomar sol, mesmo passando protetor solar, não temos uma boa notícia. Os filtros disponíveis no mercado não evitam os danos causados pela luz visível, que podem ser intensos – eles protegem apenas contra a radiação ultravioleta (UV), invisível ao olho humano.

Conforme divulgado pela Revista Pesquisa Fapesp, foi realizado um estudo por pesquisadores de São Paulo e do Paraná que demonstrou que a luz visível também pode ser uma das causas do câncer de pele e inclusive é responsável por 25% dos casos de tumores malignos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer.

De acordo com o coordenador do estudo, bioquímico da Universidade de São Paulo (USP), esse resultado não é surpreendente, já que do ponto de vista físico, a luz que o nosso olho enxerga e os raios ultravioleta têm a mesma natureza, ou seja, são a mesma forma de energia.

Ele e sua equipe demonstraram que a luz visível pode causar danos em nosso material genético (DNA) ao interagir com o pigmento responsável pela coloração da pele – a melanina. Ela absorve parte da energia da luz e a transfere para as moléculas de oxigênio presentes nas células, gerando uma forma da molécula excitada e altamente reativa – chamada de oxigênio singlete. Essa molécula reagirá com moléculas orgânicas – como o DNA – e as deteriorará. Quando esse tipo de dano afeta um gene regulador da proliferação celular, a célula pode começar a se multiplicar descontroladamente, originando um câncer. A produção dessas moléculas mais reativas confirma o duplo papel exercido pela melanina: ela protege a pele de danos causados por certos tipos de luz, mas, por outro lado, facilita os provocados por outros tipos.

Esse resultado pode ajudar a entender melhor a origem de algumas formas de câncer de pele e os perfis de mutação que encontramos em melanomas humanos.

A partir disso, fica claro então que devemos evitar a exposição excessiva ao sol, mas somente a excessiva, pois é fundamental ressaltar a importância da absorção dos raios solares para o corpo humano, que é responsável por 80% a 90% da vitamina D que recebemos, sendo então nossa principal fonte.

A vitamina D é o hormônio responsável por regular a absorção de cálcio e fósforo, manter o cérebro funcionando perfeitamente e fortificar ossos, dentes e músculos – inclusive o coração. Ela também influencia consideravelmente o sistema imunológico, no processo de diferenciação celular da pele e sangue e na síntese da melanina, sendo interessante para o tratamento de doenças autoimunes. Ela é fundamental também durante a gestação; a falta de vitamina D pode levar a abortos no primeiro trimestre e no final da gravidez; a carência do nutriente favorece a pré-eclâmpsia (hipertensão arterial) da mãe e aumenta as chances da criança ser autista.

Além da exposição solar, há outras formas de se conseguir a vitamina D, como através da alimentação, mas apesar de ela estar presente em alimentos de origem animal (em peixes gordurosos de água salgada e laticínios), sua quantidade em tais alimentos não é suficiente para a necessidade do organismo; outra forma de se obter o nutriente é por meio de suplementos, mas eles são recomendados apenas em casos de carência considerável da substância ou no tratamento de doenças (para saber mais sobre a vitamina D, acesse “Vitamina D: para que serve e benefícios“).



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