O comportamento inato é um tipo de comportamento animal controlado pelos genes e que não depende da influência ambiental. Ele ocorre naturalmente em resposta a algum estímulo específico e não precisa ser ensinado. Também conhecido como comportamento geneticamente pré-programado, especialistas consideram-no um comportamento previsível, que é executado de uma maneira parecida por todos os membros de uma espécie.
Dado o estímulo, o organismo da espécie executa o comportamento inato sem nenhum ensinamento. Essa característica está presente em todos os animais, até mesmo em seres humanos. Entretanto, eles são menos comuns em espécies mais inteligentes.
Os comportamentos inatos geralmente envolvem funções biológicas básicas, como encontrar comida e cuidar de sua prole. Grande parte deles são necessários para a sobrevivência e reprodução.
Os padrões de ação fixos são uma resposta a um estímulo chave. Embora mais complexo que outros tipos de comportamento inato, ele também é involuntário e automático.
Uma vez que esse padrão é iniciado, ele continuará até ser completo, mesmo se o estímulo for removido. Um exemplo de padrão de ação fixa ocorre em gaivotas-de-arenque.
A espécie possui uma mancha vermelha no bico que, quando batida no chão, recebe bicadas de seus filhotes. Essa ação dos filhotes resulta em um comportamento inato — o adulto regurgita o alimento para a boca da cria.
Ambos os comportamentos inatos de táxis e kinesis envolvem a movimentação de uma espécie. Na táxis, por exemplo, o movimento pode ser para perto ou longe de um estímulo — como a luz ou a gravidade.
Já a kinesis ocorre quando uma espécie altera seu movimento de maneira não-direcional, como andar mais rápido ou devagar, em resposta a um estímulo. Algumas espécies de piolho, por exemplo, se movem mais rápido em resposta a temperaturas mais altas ou baixas do que sua preferência.
O comportamento inato nos seres humanos é o reflexo. Embora mais comuns durante a infância, a espécie humana mantém alguns tipos de reflexos não-ensinados. Os bebês usam-nos para a sobrevivência, como o reflexo de sucção que é feito quando estão se amamentando. Outro reflexo comum em bebês ocorre quando um objeto é colocado em suas mãos — bebês instintivamente agarram-no.
Durante a vida adulta, a maioria dos reflexos dos seres humanos não existe mais. Porém, um pode ser observado em certas circunstâncias — o do joelho. Em exames de rotina, profissionais de saúde ocasionalmente acertam o joelho do paciente levemente. Isso é feito como um teste de reflexo. O toque ativa neurônios que fazem com que a perna chute involuntariamente.
Um dos reflexos mais comuns na natureza é o instinto de escapar de ameaças. A natureza desse comportamento sempre foi relacionada a um reflexo de certos animais. Porém, uma pesquisa publicada em 2022 sugere outra coisa.
Para testar a teoria, especialistas expuseram ratos a discos escuros que simulavam predadores. Depois de diversas tentativas, foi observado que a ação dos ratos era sempre a mesma — correr para se esconder.
Em frente a esse desafio, os cientistas introduziram uma barreira física que impedia que os ratos se escondessem. Essa alteração resultou na supressão do instinto dos ratos, que persistiu por diversas semanas.
Contudo, essa supressão ocorria apenas em relação ao estímulo do disco. Em qualquer outra situação onde os animais reconheciam algum tipo de ameaça, eles fugiam. Desse modo, os cientistas provaram que o ato de escapar não é reflexivo, e sim “dependente da memória de certas ameaças e, portanto, está sob controle cognitivo”.
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