Imagem por Ruth Hartnup, disponível no Flickr sob a licença CC BY 2.0
Os benefícios da compostagem comunitária vão além dos relacionados à saúde do meio ambiente, do solo e das plantas, pois ela também gera inclusão e empoderamento social. Conheça alguns tipos de compostagem que podem ser aplicados de forma comunitária e seus benefícios.
Compostagem é o processo de biodegradação natural da matéria orgânica. Em outros termos, é a reciclagem dos resíduos orgânicos. O produto final deste processo é o adubo orgânico e o biofertilizante, sendo que este pode ser coletado e utilizado antes mesmo de concluída a compostagem.
A compostagem é a forma de desviar os resíduos orgânicos dos aterros sanitários e lixões, onde a degradação ocorre de forma anaeróbia. Quando estes resíduos, que correspondem a cerca de 50% dos resíduos sólidos urbanos, são degradados sem a presença de oxigênio e misturados com outros resíduos e com rejeitos, são liberados gases do efeito estufa, como o gás metano.
Aproximadamente 90% das emissões de gás metano são reduzidas quando os resíduos orgânicos são compostados em vez de serem encaminhados para o aterro sanitário ou lixão. Assim, a compostagem é uma importante ferramenta de combate às mudanças climáticas.
A compostagem comunitária é aquela feita por pequenas comunidades, as quais se organizam coletivamente e compartilham a responsabilidade pelos processos envolvidos na realização da compostagem e seus ganhos, desde a coleta dos resíduos até a distribuição e uso do húmus produzido.
Essas comunidades podem ser compostas por membros de uma mesma rua, bairro ou condomínio, de uma escola ou campus universitário, de coletivos de hortas urbanas, e de qualquer grupo de pessoas que desejam se organizar com este objetivo.
Não são todos que se sentem seguros ou motivados para praticar a compostagem doméstica por conta própria. Assim, a compostagem comunitária pode ser uma alternativa para essas pessoas.
Quando a gestão de resíduos orgânicos é feita em pequena escala e localmente, a educação ambiental e a participatividade comunitária podem florescer, podendo produzir como resultados:
O método utilizado para a compostagem comunitária pode variar de acordo com o espaço disponível, a quantidade de resíduos, a disponibilidade de mão de obra e a forma de coleta e adição dos resíduos. É importante que os membros envolvidos tenham conhecimento das opções disponíveis para que possam decidir coletivamente.
Não existe uma técnica específica para a compostagem comunitária. Sendo assim, conheça alguns tipos de compostagem industrial e alguns tipos de compostagem doméstica que podem ser utilizados nesse contexto:
Também conhecido como minicompostagem ecológica (MCE), o Método Lages de Compostagem foi desenvolvido para facilitar ao máximo o processo de compostagem e o uso do adubo produzido e estimular a prática da compostagem pela população. O método, que inicialmente foi implementado em escolas da cidade de Lages, consiste em realizar a compostagem diretamente no local em que se deseja realizar um cultivo.
Se a sua comunidade produz ao menos 20 litros de resíduos orgânicos, a leira de compostagem é uma opção a ser considerada. Existem algumas formas de utilizar a leira para a compostagem, como fazer a compostagem com revolvimento de leiras.
No entanto, o método que os autores da publicação Compostagem Doméstica, Comunitária e Institucional de Resíduos Orgânicos: Manual de Orientação recomendam é a compostagem em leiras estáticas, mais especificamente o método de compostagem termofílica em leiras estáticas com aeração passiva, também conhecido como Método UFSC. Este é o método utilizado pela Revolução dos Baldinhos na cidade de Florianópolis, um caso de sucesso em compostagem comunitária (1, 2).
A compostagem no tambor rotativo exige pouco esforço físico em sua manutenção, o que é uma ótima forma de estimular a comunidade a participar. Outro ponto positivo é que sua estrutura não permite a entrada de ratos. No entanto, ainda deve haver o controle da umidade do composto, assim como da relação entre o carbono e o nitrogênio.
Existem modelos à venda para uso doméstico e industrial, mas é mais barato e personalizável aprender a construir uma composteira de tambor rotativo:
A compostagem em cilindro aerado é provavelmente a forma mais barata e simples de estruturar a pilha de compostagem, seja para fazer a compostagem fria ou a termofílica. Essa estrutura tende a evitar os problemas da ausência de oxigênio no composto, como o mau cheiro, e é muito versátil, sendo aplicada em diferentes escalas. Para aprender como construir uma, leia a matéria:
A vermicompostagem, ou compostagem úmida, é uma ótima opção para um projeto de compostagem e horta escolar. Isso porque a presença da minhoca, do piolho-de-cobra e outros invertebrados que costumam aparecer nesse tipo de compostagem são uma forma de interessar as crianças. Assim, com esse método, é possível ensinar sobre compostagem, característica de alguns alimentos e processos biológicos de uma maneira lúdica e divertida.
Se você não conhece nenhum grupo que realiza a compostagem comunitária na sua região, você pode fazer a compostagem em sua casa ou apartamento, enquanto busca por pessoas para formar seu próprio grupo.
Com uma composteira Humi, por exemplo, você pode fazer a vermicompostagem de forma fácil e sem prejuízos à estética do seu lar. Mas se a vida está corrida, você pode optar por uma composteira elétrica, que reduz os resíduos orgânicos em 90% em apenas 12 horas. Você encontra estas e outras opções para destinar seus resíduos orgânicos de forma eco-friendly na loja eCycle.
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