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A compostagem no tambor rotativo facilita e acelera a obtenção de adubo orgânico
A compostagem no tambor rotativo é uma forma de facilitar os tipos de compostagem que se enquadram dentro da categoria de compostagem seca, método que usa microrganismos como principais agentes decompositores.
É possível fazer a compostagem em casa?
As usinas de compostagem e alguns tipos de compostagem industrial, como os reatores de compostagem, são uma realidade presente em várias cidades pelo mundo. No entanto, uma das formas de obter os benefícios da compostagem é por meio da compostagem doméstica, a qual descentraliza a gestão dos resíduos sólidos orgânicos produzidos em casas e apartamentos.
A compostagem no tambor rotativo é um dos tipos de compostagem doméstica mais fáceis de serem realizados. Condomínios também podem se beneficiar da compostagem no tambor rotativo, pois ela pode ser adaptada para receber grandes quantidades de resíduos orgânicos. O vídeo abaixo (em inglês) mostra um sistema comunitário de compostagem que recebe os resíduos de 900 casas e 16 parques, com cada composteira rotativa deste sistema recebendo até 120 quilogramas de resíduos orgânicos por dia.
Como funciona a composteira rotativa?
A principal vantagem de realizar a compostagem seca em uma composteira rotativa é a facilidade na aeração do composto. Esta é obtida pela ventilação passiva de pequenas aberturas na composteira e pela que ocorre quando o composto em formação é misturado quando a composteira é rotacionada. Como consequência, além de evitar maus cheiros que resultam da decomposição anaeróbia dos materiais orgânicos, o processo de compostagem pode ser acelerado.
A compostagem no tambor rotativo ainda:
- evita que animais indesejados, como ratos, tenham contato com o composto;
- ocupa menos espaço que uma pilha de compostagem;
- retém mais calor e umidade que uma pilha de compostagem, aumentando a eficiência da biodegradação;
- reduz o esforço físico do usuário.
Apesar de todas essas vantagens, ainda é necessário monitorar os principais parâmetros da compostagem:
- relação entre carbono e nitrogênio;
- umidade;
- quantidade de oxigênio.
A depender de como a composteira de tambor rotativo é utilizada e do seu tamanho, é possível realizar a compostagem fria ou a compostagem termofílica (ou quente).
A frequência de alimentação da composteira deve ser menor caso você opte pela compostagem quente, pois é necessário aguardar de dois a três dias após a adição de resíduos para que se atinja a fase termofílica da compostagem. No entanto, este aumento de temperatura não deve acontecer se um volume pequeno de matéria orgânica for compostada.
Onde deve ficar a composteira?
Se você for realizar a compostagem termofílica, prefira um local que receba algumas horas de sol por dia. Mas se você não tem pressa em obter adubo orgânico, você pode realizar a compostagem fria em qualquer local do seu jardim ou quintal. A chuva não é um problema para a compostagem no tambor rotativo, pois estes costumam possuir sistemas de drenagem e serem feitos em materiais resistentes.
No entanto, considere cuidadosamente o local onde a composteira irá ficar, pois esta tende a ficar bem pesada conforme os resíduos vão sendo adicionados. Isto pode dificultar a alteração de local durante o processo de compostagem.
Você também pode fazer a compostagem no tambor rotativo em uma garagem coberta, mas lembre-se que podem haver respingos do excesso de umidade. Então, se sua composteira rotativa não for ficar sobre uma área permeável do jardim, considere posicionar uma bandeja para coleta desse líquido, que pode ser utilizado como biofertilizante.
Tem que colocar terra na composteira?
Apesar de não ser necessário colocar terra na composteira, um estudo observou uma melhor degradação dos resíduos orgânicos quando foi adicionado composto pronto à compostagem. O mesmo estudo observou que ao utilizar a proporção de matéria úmida para matéria seca de 2:1, após sete semanas é obtida uma redução de 85% do volume adicionado à composteira.
No entanto, a depender da umidade e temperatura da região, essa proporção pode necessitar ser alterada, aumentando a quantidade de matéria seca para evitar a umidade excessiva. Se você está começando a compostar agora, prefira iniciar utilizando a proporção de 1:1 e, aos poucos, progrida para a proporção do estudo.
O que pode ser usado na compostagem?
São exemplos de resíduos orgânicos que você pode adicionar na compostagem no tambor rotativo: restos de alimentos, podas, aparas de grama, borra de café, infusões e sachês de chá, cascas de ovos e pão velho. Pequenas sobras de vinho e cerveja também podem ser adicionadas em composteiras que não estejam muito úmidas sem prejuízos.
Para esses resíduos, considere o tamanho, evitando pedaços maiores que quatro centímetros. Quanto menores forem os resíduos, mais eficiente a ação dos microrganismos.
O que não pode ser usado na compostagem?
No geral, é indicado evitar a adição de gorduras e óleos, ossos, laticínios e carnes, além de ervas daninhas, plantas com alguma doença e fezes de animais. No entanto, se você já observou que sua composteira rotativa possui tamanho e contenção de calor suficientes para realizar a compostagem termofílica, atingindo temperaturas de cerca de 70ºC, é possível adicionar esses resíduos de forma moderada e cuidadosa. Leia a matéria “Como compostar as fezes do cachorro” para saber os cuidados necessários.
Também não é indicado usar plantas tratadas com pesticidas, pois as toxinas presentes nelas podem matar os microrganismos responsáveis pela degradação e contaminam o composto.
Tem que molhar a composteira?
Se o composto está muito seco, você pode regá-lo levemente ou reduzir a quantidade de matéria seca na alimentação seguinte. A falta de umidade reduz a eficiência do processo de compostagem. Na compostagem no tambor rotativo isso pode acontecer por rotações excessivas, que também dissipam o calor do composto.
O recomendado é rotacionar a composteira de duas a três vezes sempre após realizar novas adições de matéria orgânica. Após preencher 75% da área disponível da composteira (é necessário deixar espaço livre para que o composto seja misturado), rotacione-a a cada dois ou três dias, caso esteja realizando a compostagem quente, ou uma vez por semana na compostagem fria.
Quando retirar o húmus da composteira?
O húmus pode ser coletado no período de quatro a oito semanas, dependendo de como o processo de compostagem foi realizado, assim como da temperatura e umidade da região.
É importante que não sejam feitas novas adições de resíduos cerca de quatro semanas de quando se deseja coletar o adubo pronto. Por conta disso, é interessante possuir duas composteiras de tambor rotativo ou uma composteira com duas câmaras de compostagem, para que você não tenha que parar de compostar durante o período de maturação do composto. Você também pode transferir o composto para um outro compartimento aerado para realizar sua maturação.
Como saber se a compostagem está pronta? Após esse período, você não deve ser capaz de reconhecer os resíduos que depositou, com exceção de cascas de ovos e alguns caroços, como o de manga e o de abacate. O composto deve possuir um cheiro terroso agradável.
Veja no vídeo abaixo, por Siloe Oliveira, o processo de compostagem no tambor rotativo:
Existem outras formas de fazer compostagem em casa
Ao realizar a compostagem doméstica, além de obter adubo para seu jardim e horta, você contribui para o desvio de cerca de 50% dos resíduos que seriam encaminhados a um aterro sanitário ou lixão. Com isso, reduz-se em 90% as emissões de gás metano que seriam produzidos na degradação anaeróbia dos resíduos.
Assim, se acha que a compostagem no tambor rotativo não se adequa às suas necessidades, considere outros métodos eco-friendly para destinar seus resíduos orgânicos. A vermicompostagem pode ser feita em uma composteira Humi, podendo ser realizada mesmo em pequenos apartamentos. Outra alternativa é a composteira automática, um eletrodoméstico que consegue, em apenas 12 horas, reduzir o volume dos resíduos da cozinha em até 90%. Você encontra essas e outras soluções de compostagem na loja eCycle.
