Compostagem seca: como fazer em casa

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A compostagem seca é o nome popular atribuido ao processo de compostagem que é feita a partir da ação de microrganismos e fungos, sem o auxílio intencional de invertebrados. Existem vários tipos de compostagem seca que podem ser feitos em casa, alguns dos quais você pode fazer mesmo se não tiver um quintal ou um jardim.

O que é a compostagem orgânica?

A compostagem orgânica é o processo de decomposição dos resíduos orgânicos, como os restos de alimentos e os resíduos resultantes dos cuidados com jardins e praças, transformando esse lixo orgânico em adubo.

Quais são os benefícios da compostagem?

A partir da compostagem é possível reduzir o volume de resíduos que seriam descartados e então destinados a um aterro sanitário ou lixão. Com isso, além de prolongar a vida útil dos aterros sanitários, a compostagem também reduz consideravelmente as emissões de gases do efeito estufa, como o metano, que é reduzido em cerca de 90% (1).

Além disso, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, é possível estimar que com a compostagem doméstica é possível transformar cerca de 50% dos resíduos de uma casa em um adubo natural, que pode ser utilizado nas plantas ornamentais e também em uma horta pequena ou mini horta.

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Qual é a diferença entre compostagem seca e vermicompostagem?

Na vermicompostagem, também conhecida como compostagem úmida, os agentes de decomposição são invertebrados vermiformes. As minhocas-californianas são as mais comumente utilizadas nessa técnica, porém também é possível utilizar gongolos (os piolhos-de-cobra) de forma conjunta ou separadamente. 

Já na compostagem seca, os principais agentes de decomposição são bactérias, fungos e microrganismos. Em certas fases de alguns tipos de compostagem seca é possível a ocorrência de invertebrados e estes podem auxiliar no processo de decomposição. No entanto, estas técnicas não dependem dos invertebrados para a produção do adubo.

Apesar de existirem diversas técnicas de compostagem sem minhocas, de maneira geral, estas técnicas tendem a produzir um adubo mais grosseiro que o resultante da compostagem com minhocas. Boa parte das técnicas de compostagem seca requerem ainda uma maior disponibilidade de espaço e/ou necessitam ser realizadas em área externa. 

Pelo de cachorro é compostável?

A dificuldade, a quantidade de esforço e o tempo de obtenção do adubo também variam bastante a depender da técnica empregada. Mas para estes parâmetros a compostagem seca pode ser equivalente ou até melhor que a vermicompostagem, a depender dos diferentes estilos de vida e preferências de quem for compostar. Para muitas pessoas veganas, por exemplo, a compostagem seca é a única opção aceitável para a reciclagem de seus resíduos orgânicos.

Além de aceitar volumes maiores de resíduos, a compostagem sem minhocas possibilita ainda que diversos resíduos que são proibidos na vermicompostagem (como pedaços de carne, laticínios e alimentos cozidos) possam ser compostados. 

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Quais são os tipos de compostagem seca?

Quando classificada quanto aos seus principais agentes de decomposição, a compostagem seca possui dois subtipos, a compostagem termofílica e a compostagem fria. Nesta, os agentes decompositores são bactérias mesófilas, fungos e outros microrganismos, enquanto que na primeira são as bactérias termófilas as maiores responsáveis pela decomposição dos resíduos orgânicos.

Outra forma de classificar os tipos de compostagem seca é verificar sua dimensão. Os tipos de compostagem industrial processam grandes volumes de resíduos orgânicos, como os de cidades, bairros, escolas ou empresas. Um exemplo é o reator de compostagem, que é um sistema fechado e controlado muito utilizado para, além de degradar restos de alimentos, converter materiais perigosos biodegradáveis em subprodutos estabilizados e inofensivos a partir da ação de microorganismos sob elevadas temperaturas. 

Esse reator é uma das técnicas possíveis de ser utilizada em uma usina de compostagem mas, devido ao seu alto custo e complexidade, é mais comum o uso da compostagem com revolvimento de leiras ou a compostagem com leiras estáticas. Essas duas técnicas consistem de pilhas de resíduos orgânicos cobertas com material seco. A diferença entre elas é a forma como são aeradas, sendo a primeira a partir do seu revolvimento e a última de forma passiva.

A compostagem com leiras estáticas também pode ser utilizada em escalas menores, mas existem outros tipos de compostagem doméstica e sem minhocas para escolher.

É possível fazer a compostagem seca em casa?

Se ter uma pilha de compostagem no jardim é uma ideia que não lhe agrada ou não condiz com a sua realidade, o ideal é realizar a compostagem seca em uma composteira

A compostagem em cilindro aerado pode ser utilizada para reciclar os resíduos orgânicos pela ação de bactérias mesófilas e termófilas, a depender de como o usuário optar realizar sua manutenção. Sua estrutura pode ser posicionada sobre o solo de um jardim ou uma base de alvenaria, com coleta do biofertilizante líquido, pode ser construída caso for realizar a compostagem no quintal.

Qual o tamanho ideal de uma composteira?

Seja a compostagem em cilindro aerado ou uma leira estática, o tamanho ideal de uma composteira doméstica não deve ser muito maior que um metro cúbico, pois tamanhos maiores que este dificultam o manejo e controle adequado da compostagem. 

Uma forma de facilitar esse manejo é fazer compostagem no tambor rotativo, na qual, como o nome indica, a rotação de um tambor sobre contendo os resíduos orgânicos é feita de maneira facilitada por uma manivela, o que permite a aeração dos resíduos.

Como fazer compostagem com restos de comida dentro de casa?

Se você mora em apartamento ou possui uma área externa reduzida em sua casa, considere esses três tipos de compostagem seca:

Método Lages de compostagem 

O método criado pelo engenheiro agrônomo e doutor em Ciência do Solo, Germano Güttler é bastante versátil, podendo ser utilizado diretamente em canteiros e vasos, ou reutilizando recipientes como baldes ou garrafas plásticas de cinco litros. A particularidade do método Lages de compostagem é a necessidade de incidência solar por no mínimo cinco horas diárias durante o período de cerca de 30 dias para a decomposição dos resíduos orgânicos. Fora isso, sua manutenção é reduzida, seu custo é baixo e sua execução estimula a criação de hortas urbanas.

Compostagem bokashi

Microrganismos eficientes presentes no que é chamado de “farelo de bokashi” decompõem a matéria orgânica de forma equilibrada e em pouco tempo. Você pode preparar seu próprio farelo de bokashi (2) ou comprá-lo pronto e o mesmo se aplica para o recipiente no qual a fermentação lática do material orgânico acontece. 

Após esta primeira fase, a decomposição dos resíduos é feita na presença de ar, quando o conteúdo do balde é misturado com pelo menos duas partes de terra, o que pode ser feito diretamente em vasos e canteiros ou em uma composteira de três caixas, como a composteira humi

Uma vantagem da compostagem bokashi em relação aos outros métodos de compostagem seca é a produção do “chá de bokashi”, que é um fertilizante altamente concentrado em nutrientes e pode ser coletado e utilizado ao longo do processo de compostagem.

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O uso de uma composteira automática

Na composteira automática Terraform Kitchen, um eletrodoméstico de fácil operação, a degradação da matéria orgânica, reduzindo em 90% o volume original, é feita em apenas 12 horas. Para utilizar o adubo resultante basta misturá-lo com terra na proporção de 1/3.

Visualização da maturação do composto: Na base está composto pronto. Por Pierre.hamelin, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons.

Como fazer compostagem seca no quintal?

A maior parte dos tipos de compostagem seca segue princípios muito similares, como a necessidade do equilíbrio da relação carbono nitrogênio na formação do composto orgânico. Caso você tenha interesse em realizar a compostagem microbiana em seu quintal ou varanda, esteja atento aos elementos a seguir:

Quais são as etapas do processo de compostagem seca?

De forma geral, as fases da compostagem seca são:

  1. Acúmulo de resíduos orgânicos

    Acumule de 500 ml a 2 litros de resíduos orgânicos. Isto pode ser feito a partir do reaproveitamento de potes de sorvete, por exemplo.

  2. Deposição dos resíduos orgânicos

    Deposite estes resíduos em uma composteira ou pilha de compostagem.

  3. Adição de matéria seca para compostagem e/ou microrganismos

    Adicione resíduos orgânicos de difícil decomposição (RODD) como folhas secas ou serragem, e/ou de algum substrato que adicione microrganismos ao composto em formação.

  4. Aeração do composto

    A presença de oxigênio na compostagem é essencial, seja de forma passiva ou ativa, para evitar a formação de gás metano e cheiros desagradáveis que podem, inclusive, atrair animais indesejados.

  5. Controle da umidade

    Deve-se evitar o excesso e a ausência de umidade, pois estas condições reduzem a eficiência do processo de decomposição dos resíduos por conta da redução da disponibilidade de oxigênio.

  6. Controle da temperatura

    No caso da compostagem quente (termofílica), o controle regular da temperatura é essencial para que haja a ação das bactérias termófilas.

  7. Coleta e/ou uso do composto

    Se o processo de compostagem que você escolheu não for feito diretamente em um vaso ou canteiro, você deverá coletá-lo para sua utilização.

Como saber se a compostagem está pronta?

Afinal, quanto tempo demora para fazer a compostagem e qual é o produto final da compostagem? O tempo para a coleta do composto pode variar de aproximadamente um mês a seis ou 12 meses dependendo do volume de resíduos a serem degradados e da técnica utilizada para tal. 

Volumes menores e a aplicação da compostagem termofílica aceleram o processo. Nesta técnica, quando as temperaturas não voltam a subir, é sinal que a ação das bactérias termófilas encerrou. No entanto, é recomendável deixar o composto “descansar” por alguns meses, para que bactérias mesófilas e outros microorganismos também atuem. Ao final da compostagem, observa-se uma redução considerável do volume inicial e a mudança para um composto de cor marrom tão ou mais escuro que uma borra de café.

O que é o material seco que vai na composteira?

O material seco, também chamado de material marrom ou resíduos orgânicos de difícil decomposição (RODD) é o material que fornece carbono e microrganismos para a pilha de compostagem. Ele é  importante para a proteção do composto contra animais indesejáveis, assim como para a aeração e controle da umidade. Podem ser utilizados como material seco os mesmos materiais usados como mulch (cobertura morta orgânica), tais como a serragem, aparas de grama seca, palha e folhas secas.

O que pode ir na composteira sem minhocas?

Apesar da compostagem seca ser mais permissiva que a compostagem úmida, não é todo resíduo orgânico que pode ser adicionado à compostagem sem minhocas. No geral, a composição do volume dos resíduos a serem depositados na composteira deve conter uma pequena proporção de gorduras, laticínios, ossos e carnes. Isso porque a decomposição desse tipo de resíduo é mais difícil e, consequentemente, mais lenta, de forma que grandes quantidades desses alimentos podem ocasionar mau cheiro e atrair animais indesejados, como moscas, baratas e ratos.

Como é feita a compostagem de flores

No entanto, as altas temperaturas da compostagem termofílica facilitam a decomposição de resíduos mais complexos como as fezes de cachorro, além de tornar o processo seguro, pois elimina potenciais patógenos. Porém, caso você opte por compostar este tipo de resíduo, tome cuidados adicionais, como só utilizar o composto em plantas ornamentais.

Além de optar pela compostagem quente, cortar os restos de alimento em pedaços pequenos e adicionar um pouco de terra no início da pilha são outras formas de acelerar o processo de compostagem.

Qual o melhor tipo de compostagem?

O melhor tipo de compostagem é o que se adequa a sua realidade. Na loja eCycle você pode adquirir composteiras e acessórios para compostagem seca e vermicompostagem. Assim, se você não tem espaço externo suficiente, isto não deve ser um impedimento para começar a compostar e dar um destino mais eco-friendly para metade dos seus resíduos.

Thaís Niero

Bióloga marinha formada pela Unesp e graduanda de gestão ambiental. Tentando consumir menos e melhor e agir para alcançar as mudanças que desejo ver na sociedade.

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