Comprar roupas de segunda mão pode parecer sustentável, mas é necessário analisar até que ponto isso ajuda o meio ambiente
De alguns anos para cá o consumidor vem comprando mais roupas usadas e de segunda mão. Os brechós se tornaram populares e um dos motivos para essa demanda é a preocupação com o meio ambiente, sendo que as roupas usadas não tem um impacto tão grande tal qual as peças confeccionadas no modelo fast fashion.
Parte da população, com um perfil de consumo mais consciente, procura alternativas sustentáveis.. Brechós e lojas de roupas de segunda mão apresentam-se como soluções a esses problemas. Porém, nos Estados Unidos, algumas empresas incentivam a troca de peças diretamente pela loja onde foram compradas.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Buffalo, em Nova Iorque, despertou uma nova questão: essa prática é mesmo benéfica ao meio ambiente, ou as empresas que a promovem só estão fazendo greenwashing?
Seus pesquisadores avaliaram dois modos de revenda de roupas usadas. Um modelo, chamado de peer-to-peer (P2P), é usado pela COS, marca da H&M, que disponibiliza venda e troca de produtos pelos próprios consumidores em seu site. O outro foi utilizado pela Patagônia e oferece um desconto para os clientes que doarem suas roupas para a reciclagem.
Em geral, o modelo de troca pode parecer mais amigável ao meio ambiente, mas é necessário avaliar se o que é proposto pelas marcas de roupas não acaba incentivando o consumo desenfreado.
Foi concluído que a troca de peças de alta durabilidade como jeans e ternos é mais benéfica ao meio ambiente e também aumenta o lucro das empresas. Esse modelo é ideal quando o impacto ambiental da peça vem de seu uso constante e de sua lavagem. A qualidade desses produtos facilita o seu uso prolongado, a troca e também justifica seu preço.
É necessário entender que até então, o modelo de troca ainda não foi adotado nas lojas de fast fashion do Brasil, porém a demanda não é baixa.