A computação verde, também chamada de tecnologia verde ou TI verde, é o uso ambientalmente responsável de computadores e recursos relacionados. Essas práticas incluem a implementação de unidades centrais de processamento (CPUs), servidores e periféricos com redução do consumo de energia, melhor uso de recursos e o descarte adequado de lixo eletrônico.
Em termos mais amplos, a computação verde é definida como o estudo de projeto, engenharia, fabricação, uso e descarte de dispositivos de computação de forma a reduzir seu impacto ambiental, aliando sustentabilidade e desenvolvimento econômico.
Grandes empresas já têm desenvolvido práticas de produção de TI verde ambientalmente sustentáveis, que incluem computadores com eficiência energética e procedimentos aprimorados de descarte e reciclagem.
Para promover os conceitos de computação verde em todos os níveis, as quatro abordagens a seguir são empregadas em companhias e instituições:
Minimizar o consumo de eletricidade de computadores e seus dispositivos periféricos e usá-los de maneira ecologicamente correta.
Reaproveitar equipamentos existentes e/ou descarte adequado de equipamentos eletrônicos indesejados.
Design de computadores, servidores, impressoras, projetores e outros dispositivos digitais com baixo consumo de energia.
Minimizar o desperdício durante a fabricação de computadores e outros subsistemas para reduzir o impacto ambiental dessas atividades.
Em termos básicos, a computação verde envolve a redução do impacto ambiental da tecnologia. Isso significa usar menos energia, reduzir o desperdício e promover a sustentabilidade. A computação verde visa reduzir a pegada de carbono gerada pelos negócios de Tecnologia da Informação, bem como de sistemas e setores relacionados. A eficiência energética e o lixo eletrônico são duas técnicas principais envolvidas na computação verde.
Se pensamos que os computadores não são poluentes e consomem muito pouca energia, na verdade o uso do computador desempenha um grande papel na poluição do meio ambiente. Estima-se que 250 bilhões de dólares sejam gastos anualmente em computadores em todo o mundo. Para se ter uma ideia, visitar apenas a página inicial de um site é equivalente a andar de 20 a 30 metros de carro em termos de emissões de carbono.
Apenas cerca de 15% dessa energia é gasta em computação; o resto é desperdiçado em marcha lenta (ou seja, consumido por computadores que não estão em uso, mas ainda ligados). Essa energia consumida é o principal motivo da emissão de CO2; portanto, a energia economizada em hardware de computador e computação equivalerá a toneladas de emissões de carbono economizadas por ano.
A história da computação verde tem início em 1992, quando a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) lançou o programa Energy Star, um programa de rotulagem controlada para promover e reconhecer a eficiência energética.
O selo Energy Star já certificou mais de 75 categorias diferentes de produtos, residências, edifícios comerciais e plantas industriais. O programa também resultou na ampla adoção do modo de espera entre os consumidores de eletrônicos.
Depois disso, um grande número de iniciativas foram lançadas para promover a computação verde por governos, indústria e ONGs ambientais. A indústria de TI está envidando esforços em todos os seus setores para alcançar a Computação Verde.
Reciclagem de equipamentos, redução do uso de papel, digitalização, computação em nuvem, gerenciamento de energia e manufatura verde são as principais iniciativas que a computação verde engloba. Um exemplo recente é o conjunto de estratégias para 2030 da Intel.
A Intel está comprometida com o progresso contínuo para alcançar o uso positivo de água, 100% de energia verde e zero de resíduos em aterros sanitários em todas as operações de fabricação globais da empresa. Além disso, a companhia também incluiu um componente altamente exclusivo: clima “compartilhado” e metas sociais, que exigem colaboração com indústrias, governos e comunidades.
As soluções de TI verde beneficiam o meio ambiente e também os resultados financeiros. Ao se concentrar na computação verde, uma organização de TI pode:
Cada aspecto da computação moderna, do menor chip ao maior data center, vem com uma etiqueta de preço de carbono. Durante a maior parte do século, a indústria de tecnologia e o campo da computação como um todo se concentraram na construção de dispositivos menores, mais rápidos e mais poderosos. No entanto, poucos consideraram seu impacto ambiental geral.
Por isso, uma equipe de pesquisadores da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas (SEAS) de Harvard desenvolveu uma pesquisa para medir a pegada ambiental da computação, apresentada no Simpósio Internacional IEEE sobre Arquitetura de computador de alto desempenho em março de 2021.
A equipe não apenas explorou todos os aspectos da computação, da arquitetura do chip ao design do data center, mas também mapeou toda a vida útil de um dispositivo, da fabricação à reciclagem, para identificar os estágios onde ocorre a maioria das emissões. Assim, os pesquisadores descobriram que a maioria das emissões relacionadas a equipamentos modernos móveis e de data center vêm da fabricação e infraestrutura de hardware.
O chip, por exemplo, é otimizado para tamanho, desempenho e duração da bateria. O chip típico tem cerca de 100 milímetros quadrados de silício e aloja bilhões de transistores. Mas a qualquer momento, apenas uma parte desse silício está sendo usada.
Na verdade, se todos os transistores fossem acionados ao mesmo tempo, o dispositivo esgotaria a vida da bateria e superaqueceria. O chamado silício escuro melhora o desempenho de um dispositivo e a vida útil da bateria, mas é extremamente ineficiente se você considerar a pegada de carbono necessária à fabricação do chip.
Os mesmos problemas se aplicam aos data centers, que ocupam muitos milhões de metros quadrados e respondem por 1% do consumo global de energia. Segundo os pesquisadores, esse número deve crescer no futuro.
À medida que a computação em nuvem continua a se expandir, as decisões sobre onde executar aplicativos – em um dispositivo ou em um data center – estão sendo tomadas com base no desempenho e na vida útil da bateria, não na pegada de carbono.
A equipe acredita que as decisões devem ser otimizadas para as emissões globais de carbono, levando em consideração as características da aplicação, a eficiência de cada dispositivo de hardware e a variação das redes de energia ao longo do dia.
Segundo os pesquisadores, o objetivo da pesquisa é aumentar a conscientização sobre a pegada de carbono associada à computação e desafiar o campo a adicionar pegada de carbono à lista de métricas que são consideradas ao projetar novos processos, novos sistemas de computação, novo hardware e novas maneiras de usar dispositivos.
O usuário médio também pode tomar algumas medidas para tornar seu uso de tecnologia mais sustentável. Confira algumas dicas:
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