No dia 5 de setembro, comemora-se o Dia da Amazônia. A data foi criada para conscientizar a sociedade sobre a importância deste bioma, além de alertar sobre sua destruição e os diversos ataques que ele vem sofrendo.
Para celebrar este dia, confira 13 filmes da 9ª Mostra Ecofalante disponíveis neste fim de semana que abordam a Amazônia, desde produções atuais – como “Soldados da Borracha”, de Wolney Oliveira, que faz parte da Competição Latino-Americana e será exibido por 24 horas, e “Sob a Pata do Boi”, de Márcio Isensee e Sá, premiado na 7ª edição da Mostra – até clássicos da cinematografia brasileira que compõem o programa Clássicos e Premiados, com obras de Jorge Bodanzky, Vincent Carelli, Hermano Penna, Aurélio Michiles e Ricardo Dias. Confira:
Em 1985, o indigenista Marcelo Santos denuncia um massacre de índios na Gleba Corumbiara (RO) e Vincent Carelli filma o que resta das evidências. Bárbaro demais, o caso passa por fantasia e cai no esquecimento. Marcelo e sua equipe levam anos para encontrar os sobreviventes. Duas décadas depois, “Corumbiara” revela essa busca e a versão dos índios.
Documentário feito para integrar o DVD do filme ‘Iracema – Uma Transa Amazônica’, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, um clássico do cinema brasileiro. O documentário discute a linguagem do filme ‘Iracema’ 30 anos depois de sua realização, reunindo entrevistas com os autores, atores, críticos e com os próprios cineastas.
Cassiano recebe um pedaço de floresta virgem num projeto de colonização oficial em Rondônia, mas não tem dinheiro para cultivá-lo. Juntamente com outras pessoas, resolve tomar conta do que lhe foi dado, mas enfrenta todos os tipos de problemas, como a malária e a densa mata virgem, quase impenetrável. Seu irmão Tião vive em uma comunidade de posseiros que ocupam terras devolutas no sul do Pará, enfrentando constantes ataques armados de um grileiro sanguinário. Num crescendo de tensão, as condições de sobrevivência se deterioram, imperando a seca e a miséria.
Em 1970, um motorista de caminhão, sulista, em Belém do Pará, durante as festas do Círio de Nazaré, conhece Iracema, uma jovem índia prostituída. Dá-lhe uma carona, deixando-a num lugarejo no meio da estrada. A viagem, como todo o filme, serve como pretexto para que sejam mostrados problemas da região – desmatamento, más condições de trabalho e saúde, venda de camponeses em confronto com a fantasiosa propaganda institucional.
Documentário filmado na própria área do Projeto Jari – enclave multinacional, localizado entre o Pará e o então Território Federal do Amapá, por ocasião da visita feita ao projeto pela Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a devastação da Amazônia. Jari é a maior ocupação de terras da Amazônia de que se tem notícia, e provavelmente do mundo, pertencente a um único proprietário, o milionário norte-americano Daniel Keith Ludwig.
Mário, um jovem e bem-sucedido médico paulista, vive em São Paulo uma vida um tanta artificial com a ambiciosa Lúcia. Desiludido com os rumos mercantilistas da profissão, o sufocamento da vida urbana e desencantado com o casamento, Mário se impõe uma encruzilhada. Olha em um mapa uma localidade perdida na fronteira do Mato Grosso com o Pará, e decide largar tudo e colocar literalmente o pé na estrada, até chegar a uma Amazônia cheia de conflitos.
Em março de 2006, a equipe do projeto Navegar Amazônia saiu do Canal de Jandiá, em Macapá, rumo a Belém. A bordo de um barco regional, adaptado com um moderno laboratório multimídia, estavam a equipe do projeto e trinta pessoas. Entre os convidados, os músicos Jorge Mautner, Nelson Jacobina e Zé Miguel (de Macapá) e os cineastas Evaldo Mocarzel e Jorge Bodanzky. O objetivo era oferecer, ao longo de todo o percurso, que envolveu as cidades de Belém, Abaetetuba e Tauerá-açu, oficinas de música, cinema, fotografia, vídeo e arte às populações ribeirinhas visitadas. Em Belém, as atividades iniciaram-se com rituais indígenas de pajelança com Mestre Verequete, o rei do carimbó, além dos três músicos a bordo. O documentário registra a interação entre os convidados e as populações locais.
No meio do rio, entre as árvores é o resultado de uma expedição ao Alto Solimões, onde foram ministradas oficinas de vídeo, circo e fotografia às comunidades ribeirinhas, dentro de reservas ambientais. O filme é feito por eles, a partir da tecnologia recém aprendida e com a visão “de dentro para fora”, sem intérpretes. Do coração da Amazônia para o mundo, ficamos sabendo como é o cotidiano dessas pessoas que habitam rincões remotos do Brasil. Ficamos sabendo o que pensam, quais os seus sonhos e como resolvem os problemas que enfrentam por viverem no meio do rio, entre as árvores.
Uma viagem na Amazônia, de Belém a Manaus. O filme tem a participação do naturalista Paulo Vanzolini e trata particularmente da ecologia da região, com ênfase no modo de vida das populações ribeirinhas do baixo Amazonas.
A vida de Silvino Santos (1886-1970), português que se apaixonou pelo Rio Amazonas. Aos treze anos, Silvino cruza o Atlântico na passagem do século em busca daquela Amazônia fantástica imaginada pelos europeus. Em 1913, realiza seu primeiro documentário de longa-metragem. Ele viveria sua aventura contracenando com grandes personalidades, testemunhando acontecimentos marcantes, do fausto à queda do monopólio da borracha. Filmando essa Amazônia do início do século, ele se torna um mito da selva e um dos pioneiros do cinema no Brasil.
A Amazônia tem hoje 85 milhões de cabeças de gado, três para cada habitante da região. Na década de 1970, quase não havia bois e a floresta estava intacta. Desde então, uma porção equivalente ao tamanho da França desapareceu, da qual 66% virou pastagem. A mudança foi incentivada pelo governo, que motivou a chegada de milhares de fazendeiros de outras partes do país. A pecuária tornou-se bandeira econômica e cultural da Amazônia, forjando poderosos políticos a defendê-la. Em 2009, o jogo começou a virar quando o Ministério Público obrigou os grandes frigoríficos a monitorarem o desmatamento nas fazendas de onde compram gado.
A saga de cerca de 60 mil brasileiros, enviados para a região amazônica pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos durante a segunda Guerra Mundial, em mirabolante plano para extrair látex, material estratégico imprescindível para a vitória dos Aliados. As promessas da volta a casa como heróis da pátria e de aposentadoria equivalente à dos militares, nunca se cumpriram. Hoje centenas deles, já com idade avançada e em situação de pobreza, esperam o dia do reconhecimento oficial. *OBS: O filme ficará disponível por 24 horas, a partir das 15h do dia 06/09
Agosto de 1980. Evandro Carreira, senador, sai de seu diretório em Manaus para percorrer suas bases eleitorais pelo Estado do Amazonas. Depoimentos de caboclos, de madeireiros, do sertanista Paulo Lucena, de índios brasileiros e peruanos, de um representante da Funai são colhidos desde a cidade de Benjamin Constant até o vilarejo de Cavalo Cocho. Uma visita à aldeia indígena dos Ticunas e às terras do povo Maiuruna culmina com o depoimento e a ação de José Francisco da Cruz, representante da cruz da Santa Ordem Cruzada Apostólica Evangélica. No trajeto, revela-se a potencialidade econômica do Amazonas e seus desvios: a corrupção na política indigenista e a presença de fábricas poluidoras.
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