A Bacia de Araguaia-Tocantins está localizada na região Centro-Oeste, seguindo até sua foz na região Norte do País, cortando os estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Maranhão e o Distrito Federal. A nascente do rio Tocantins, seu principal rio, está localizada no Planalto de Goiás, com o encontro dos rios Almas e Maranhão, tendo como principal afluente o Rio Araguaia, onde se encontra a Ilha do Bananal, e deságua na Baía de Marajó.
A Região Hidrográfica da Bacia Araguaia-Tocantins está situada em um ambiente de exploração de recursos naturais e geração de energia. Suas águas são fundamentais para setores como a pecuária, além da geração de energia por intermédio de instalações hidrelétricas. Ela é a maior bacia hidrográfica localizada inteiramente em território brasileiro, tendo desde sua nascente até o desague em solo nacional. Está situada em 10,8% (920 mil km² de área) do território nacional (como ilustrado no mapa a seguir), abrangendo os biomas da Amazônia ao norte e noroeste, e Cerrado nas outras áreas.
Segundo o Inmet, a precipitação média anual da Bacia do Araguaia-Tocantins é de 1.774 mm, tendo um valor abaixo da média nacional. Essa bacia guarda cerca de 6% da disponibilidade hídrica do país, tendo a vazão média de 13.779 m³/s, que corresponde a cerca de 7,7% da vazão nacional.
A população que ocupa a Bacia do Araguaia-Tocantins é de aproximadamente 8,6 milhões de habitantes (IBGE, 2010), sendo a maior parte dessa população (76%) residente de centros urbanos. Sua densidade demográfica é de 9,3 hab./km², valor bem abaixo da média brasileira, de 22,4 hab./km².
A Bacia Araguaia-Tocantins é importante para o setor hidrelétrico local, abrigando cerca de nove usinas hidrelétricas e 27 pequenas centrais hidrelétricas. A mais conhecida delas é a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, localizada no rio Tocantins, que no início de 2022 teve que abrir todas as comportas para controlar o nível do reservatório e diminuir as chances de rompimento.
Além disso, essa bacia apresenta alguns rios com potenciais de navegação, como o Tocantins, Araguaia, Capim e Guamá. Contudo, pela presença de diversas barragens sem eclusas, principalmente as hidrelétricas, somada com a existência de vários bancos de areia, há dificuldade para a navegabilidade, sendo necessária a construção de rodovias e ferrovias para a região.
Seus recursos hídricos também são bastante utilizados para a irrigação, que corresponde a 62% do consumo total dessas águas. Os principais cultivos instalados na região são soja, milho, algodão, arroz e feijão.
Outro setor econômico presente na região é o de mineração. A região produz 50% do ouro nacional e abriga grandes reservas de cobre, níquel, bauxita, ferro, manganês, prata e cassiterita. É nessa região que está localizada a atividade mineradora de Carajás, no estado do Pará.
A pesca e a aquicultura também são importantes atividades exercidas na Bacia do rio Tocantins, sendo exercidas, principalmente, pelos ribeirinhos que fazem a pesca para subsistência e por turistas, que fazem a pesca amadora. A pesca profissional limita-se apenas aos estados do Pará e Maranhão.
O turismo também é importante para a economia local. Nessa região, é possível praticar a pesca esportiva, turismo ecológico, assim como visitar lagoas, dunas, serras, cachoeiras e chapadões. Essa atividade econômica promove o aspecto positivo de aumentar a consciência ecológica e a geração de renda local, entretanto, ela pode trazer sérios danos à fauna e à flora se não for inserida de forma correta.
O Jalapão, paraíso localizado na região da Bacia Araguaia-Tocantins, tem um importante papel turístico e ecológico para o local, tendo como principais rios o Tocantins e Araguaia. Ele é um dos destinos preferenciais de milhares de turistas todos os anos. Suas incríveis paisagens contam com as águas cristalinas, abrigando várias cachoeiras e fervedouros estonteantes.
A expansão agrícola na região é a principal responsável pelo desmatamento, que substitui a cobertura vegetal dos biomas da Amazônia e Cerrado por cultivos agrícolas. Com isso, cresce cada vez mais a necessidade de criação de Unidades de Conservação e a preservação de terras indígenas no local, para uma melhor proteção de sua biodiversidade.
Esse desmatamento facilita e intensifica os processos erosivos, que poderão causar o assoreamento dos rios, influenciando negativamente em outras atividades econômicas e em vários processos ecológicos, além de contribuir para o processo de savanização amazônica.
Os serviços de saneamento básico oferecidos aos moradores dessa região são precários, comprometendo a qualidade de vida da população e dos corpos hídricos presentes na região, que recebem resíduos não tratados. Ela apresenta o menor índice de atendimento urbano de água e possui o segundo menor índice de coleta de esgoto dentre as 12 regiões hidrográficas do País. Vale ressaltar que, muitas vezes, esse esgoto coletado não é tratado, e muitas famílias ainda não contam com rede de abastecimento urbano de água.
As barragens, como as usinas hidrelétricas, além de impossibilitar o transporte hidroviário pela falta de eclusas, podem causar danos do ponto de vista ambiental e hídrico, se construídas em locais sensíveis. Elas podem alterar a migração dos peixes e diminuir os estoques pesqueiros de um determinado lugar.
Para saber mais sobre essa bacia hidrográfica, acesse o pdf do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH).
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