Especialistas acreditam que projetos de conservação podem ajudar a salvar outras espécies
Em janeiro deste ano, a iniciativa do Center for Biological Diversity, The Revelation, atualizou uma lista com as espécies que foram descobertas extintas em 2022. De acordo com a publicação, a lista inclui espécies anteriormente descritas como perdidas e que foram finalmente declaradas como extintas e outras que foram ameaçadas devido à perda de habitat e outros problemas resultantes da ação humana.
Além das espécies citadas pela iniciativa, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) também adicionou 66 espécies que foram perdidas em 2022 em sua Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.
No entanto, o ano passado não foi apenas um ano de casualidades. Em julho, cientistas do Texas descobriram uma espécie de carvalho anteriormente considerada extinta. Antes da descoberta, especialistas acreditavam que a última espécie da árvore Quercus tardifolia teria morrido na década passada.
Embora tenha sido redescoberta, a árvore continua ameaçada. De acordo com os cientistas no caso, a espécie precisa de “conservação imediata” para sobreviver, uma vez que foi enfraquecida devido à queimadas no Big Bend National Park, onde foi encontrada, e também mostra sinais de uma infecção fungal.
Essa situação não é nova. Um estudo recente descobriu que grande parte das espécies ameaçadas exigem esforços de recuperação direcionados para evitar a extinção.
Porém, é importante notar que esforços contra extinção fazem uma diferença e evitam o desaparecimento de diversas espécies. Esse é o caso da Lei de Espécies Ameaçadas dos Estados Unidos, que com 50 anos de ação conseguiu evitar praticamente a extinção de todas as espécies que protege.
Portanto, embora o ano de 2022 tenha perdas consideráveis, ele serve de lição de que essas casualidades podem ser evitadas com os esforços necessários de conservação.
Conheça algumas das espécies da lista do The Revelation:
- Peixe-espátula-chinês (Psephurus gladius), visto pela última vez em 2003 e um dos maiores peixes de água doce do mundo, podendo atingir até 7 metros;
- Esturjão-do-yangtzé (Acipenser dabryanus), ameaçados pela sobrepesca e pela poluição de seu habitat natural;
- Govenia da Flórida (Govenia floridana), espécie de orquídea descoberta em 1957;
- Sapo-de-focinho-afiado (Taudactylus acutirostris), visto pela última vez em 1997 e uma das casualidades do fungo quitrídio;
- Rã-da-névoa-da-montanha (Litoria nyakalensis), também uma vítima do fungo quitrídio;
- Saxicolella denisea, erva extinta depois que seu único habitat foi inundado durante a construção de uma barragem hidrelétrica;
- Jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi), felino nativo das Américas. Em 2022 um grande estudo de 18 anos não relatou nenhuma evidência de que a espécie ainda existe na natureza;
- Golfinho-do-irrawaddy (Orcaella brevirostris), o último animal da espécie de Laos foi encontrado morto em fevereiro do ano passado, porém, acredita-se que a espécie ainda vive em outros países;
- Mollinedia myriantha, árvore brasileira descoberta em 1923 e perdida por 123 anos. Em 2015, a última árvore da espécie foi redescoberta, mas morreu logo após ser encontrada.
Confira a lista completa (em inglês) aqui.