Valor representa a perda na produtividade e gastos com cuidados de saúde; se países aumentarem os impostos sobre o cigarro, as receitas podem subir 47%; sem medidas para reduzir o fumo, mortes podem aumentar para 8 milhões ao ano
Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, atualmente seis milhões de pessoas morrem todos os anos de complicações ligadas ao tabaco, como câncer e doenças do coração. Mas em um estudo divulgado esta em 10 de janeiro, em Genebra, a agência da ONU revela que o total de mortes pode subir para 8 milhões por ano até 2030.
Para que isso não aconteça, são necessárias medidas para reduzir o uso de cigarros e de outros produtos derivados do tabaco. A maioria das mortes ocorre em países de baixa e média rendas.
Impactos
Quem afirma é o especialista da Divisão de Economia e Controle do Tabaco. Mark Goodchild falou com a ONU News, de Genebra.
Segundo o representante da OMS, mais de 80% das vítimas do tabaco estão em países em desenvolvimento. Mark Goodchild destaca que no mundo, a indústria do tabaco e os impactos fatais do fumo geram gastos mundiais de US$ 1 trilhão por ano, em despesas no setor de saúde e em perdas na produtividade.
O estudo revela que existem 1,1 bilhão de fumantes no mundo, com 15 anos de idade ou mais. Aproximadamente 226 milhões vivem na pobreza.
Impostos
Se os países aumentassem os impostos em US$ 0,80 por maço de cigarro, as receitas anuais geradas pela indústria do tabaco poderiam subir 47% ou US$ 140 bilhões.
Com o aumento do imposto, o preço do cigarro também subiria em média 42%, levando a uma queda de 9% nas taxas de fumo e fazendo com que 66 milhões de adultos deixassem de fumar.
De acordo com a OMS, entre 2013 e 2014, os governos investiram apenas US$ 1 bilhão em medidas para o controle do uso do tabaco. Em nações em desenvolvimento, o número de fumantes aumenta porque o poder de compra da população está crescendo.
Somente agora é que os países de rendas baixa e média estão se preocupando com medidas de controle do uso do tabaco. Mas a OMS nota que mesmo em nações onde essas medidas já estão em vigor, a produção de cigarros e de outros produtos similares não está diminuindo.