O consumo consciente de roupas pode transformar a sua relação com a moda e com o meio ambiente. Do carro que você dirige até o cosmético que aplica no rosto, todas as suas escolhas de consumo no dia a dia têm algum impacto no planeta. E as roupas que usa, é claro, não são exceção.
A indústria têxtil é uma das quatro indústrias que mais consomem recursos naturais, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA). Gastos com água e utilização de produtos químicos para lavar as peças também entram na conta dos prejuízos causados ao meio ambiente. Além disso, há uma discussão ética em torno do consumo de roupas novas, em virtude do alto número de lojas e marcas envolvidas com trabalho escravo.
Por isso, a procura por opções de consumo sustentável de roupas é cada vez maior. Todos os dias, mais e mais consumidores buscam alternativas para minimizar os danos causados ao planeta, sem renunciar ao estilo. A moda consciente é uma tendência crescente: brechós, slow fashion, produção local, materiais menos agressivos ao meio ambiente – tudo é válido quando se fala em consumo consciente de roupas.
O movimento slow fashion surgiu como uma resposta ao fast fashion (moda rápida), que trabalha com a produção de roupas baratas, em larga escala e destinadas ao uso de curto prazo. O consumo consciente de roupas, no entanto, deve levar em consideração todo o ciclo de vida completo do produto, do design à confecção. No slow fashion, todos os envolvidos na produção de uma peça têm a mesma relevância: trabalhadores, comunidades, meio ambiente e consumidores.
Produtores adeptos do slow fashion têm como prioridade a observação de cinco fatores principais:
Brechós são opções incríveis para quem pretende mergulhar no consumo consciente de roupas. Há brechós para todos os gostos: dos mais acessíveis aos mais caros; dos mais moderninhos aos mais básicos; dos retrô aos de luxo. Ainda existem os brechós beneficentes, que são uma alternativa excelente para quem quer garimpar peças bacanas e, de quebra, ajudar o próximo.
Uma pesquisa da Energy Saving Trust mostrou que a lavagem é responsável por 60-80% do impacto ambiental total de uma roupa. Além disso, a lavagem recorrente reduz o tempo de vida útil das peças. Para reduzir ainda mais energia, lave suas peças a 30 graus – em comparação com a temperatura padrão de lavagem, de 40 graus, essa medida pode diminuir o uso de energia em até 40%.
Também é recomendável deixar que elas sequem naturalmente, para economizar energia. Economizar energia significa reduzir a queima de gases do efeito estufa e, em última instância, fazer a sua parte para minimizar as mudanças climáticas.
Ao organizar suas roupas, você percebe o que realmente usa e o que pode ser doado a alguém que precisa ou a um brechó. Além disso, essa prática incentiva o hábito de transformar roupas velhas em novas, a partir da customização de peças. Quando encontrar uma calça jeans rasgada, por exemplo, pense se é possível transformá-la em um short ou saia. Além de eco-friendly, esse hábito evita que você compre uma peça nova – e ainda ajuda a reduzir gastos.
O consumo consciente de roupas também inclui valorizar a produção local. Produtores menores, artesanais e veganos costumam ter maior preocupação em reduzir impactos ambientais da cadeia produtiva e não costumam utilizar mão de obra escrava. Galerias colaborativas que dão espaço a pequenas marcas podem ser boas opções para comprar roupas. Outra sugestão é escolher o próprio tecido e contratar a costureira do seu bairro para produzir uma peça personalizada para você.
Um dos maiores hábitos de quem prioriza o consumo consciente de roupas é comprar peças com vida longa útil, em vez de peças que só serão usadas uma vez ou que vão se desgastar na primeira lavagem. Evitar o consumo desenfreado de roupas nos possibilita ter um guarda-roupas compacto, funcional e mais sustentável. Como já disse o ícone da moda Vivienne Westwood: “Compre menos; escolha bem; faça durar”.
Esse tipo de tecido pode acabar poluindo os oceanos e é mais difícil de limpar, porque as partículas de microfibra são muito pequenas. Uma peça que é feita de poliéster, por exemplo, pode liberar de 31 a 75 fibras microplásticas em uma única lavagem.
Como alternativa, escolha um algodão orgânico ou com certificação GOTS – um padrão mundial que leva em consideração os aspectos sociais e ambientais de seu cultivo e produção. Tente garantir que os tecidos das suas roupas sejam retirados de fontes renováveis e produzidos com materiais que possam ser reciclados.
Prefira sempre roupas confeccionadas com tecidos orgânicos, com selos de autenticação. Apesar de terem um custo um pouco mais elevado, seu processo de confecção causa um impacto significativamente menor no meio ambiente.
Se está pensando em adotar o caminho do consumo consciente de roupas, faça uma pesquisa e descubra qual é a matéria-prima utilizada e qual foi o processo por trás da produção da roupa que pretende comprar. Quanto mais conhecimento você tiver, mais acertada será sua escolha.
Todos os anos, dos 100 mil milhões de peças de vestuário produzidas, 92 milhões de toneladas acabam em aterros sanitários — contribuindo para a poluição do solo e da água e outros problemas associados ao descarte impróprio de tecidos.
Algumas peças podem levar anos para se decompor. Por isso, tente evitar ao máximo praticar o descarte. Mas, se você não encontrou nenhuma alternativa para a reutilização ou reciclagem e precisa descartar, faça isso da forma correta. Encontre postos de coleta mais próximos de sua casa no Portal eCycle.
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