A contaminação do solo por medicamentos é proveniente da fabricação, administração e excreção desses produtos dentro da indústria farmacológica, além do descarte incorreto de medicamentos no lixo comum, pia ou vasos sanitários. Com a liberação no solo e nas águas, o impacto ambiental de medicamentos pode variar de acordo com o tipo de medicamento, além de outros fatores, como tempo de permanência no ambiente.
Alguns dos impactos mais conhecidos são:
Por outro lado, o descarte de remédios no meio ambiente, direto ou indireto, conta com impactos sociais.
O que acontece no descarte de medicamentos e seus impactos socioambientais? Os medicamentos, especialmente os de alto custo, podem representar um impacto no orçamento familiar (assim como para o sistema público de saúde) e, ainda que existam programas públicos que ofereçam esses medicamentos, a disponibilidade destes, por vezes, não é constante nem suficiente para atender a demanda (1).
O uso indiscriminado de medicamentos e a automedicação podem ocasionar intoxicações que geram custos públicos e podem levar a óbito. Quais os danos causados pelo descarte incorreto de medicamentos? Entre as consequências do descarte incorreto de medicamentos estão: o descarte de medicamentos no lixo comum, que apresenta riscos para os catadores de materiais recicláveis, que podem ter contato acidental com os fármacos. Além disso, eles podem reaproveitá-los, seja para consumo próprio ou o de pessoas próximas, o que não é recomendado.
De acordo com a agência Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, produtos médicos vencidos podem ser menos eficazes devido a possíveis alterações em suas composições químicas. Alguns tipos de medicamentos fora de validade correm o risco de crescimento bacteriano e antibióticos podem falhar no tratamento de infecções, levando à doenças mais graves e resistência à antibióticos.
Um medicamento vencido há 2 meses, ou até há algumas semanas, ainda apresenta esses riscos à saúde e devem ser descartados corretamente. Evite os efeitos adversos dos medicamentos, tanto do seu consumo como a poluição derivada de sua fabricação e manuseio. Entenda mais sobre os riscos de tomar remédio vencido na nossa matéria:
Apesar de necessários para o bem-estar e manutenção da saúde humana e de outros animais, os medicamentos têm o potencial de poluir o meio ambiente, desde sua produção até sua excreção e descarte. Para que se tenha uma ideia da dimensão da poluição causada por medicamentos, um estudo mostrou que mais de um quarto dos rios do mundo estão poluídos por ingredientes farmacêuticos ativos (APIs, da sigla em inglês) de medicamentos, como cafeína, hormônios, paracetamol, e nicotina. Sendo que os locais mais contaminados pela poluição farmacêutica foram os países de baixa a média renda, e os associados a áreas com gestão das águas, dos resíduos e de saneamento básico ineficazes, assim como locais com produção de fármacos.
Diversos hábitos podem resultar na poluição por medicamentos. Como a excreção farmacêutica a partir da fabricação desses produtos ou, principalmente, pelo descarte incorreto desses materiais.
Jogar os medicamentos no lixo comum, na privada, pela pia ou até mesmo pelo chão, os impedem de ter o tratamento oferecido por empresas especializadas. Sendo químicos, os fármacos podem se dissolver e contribuir para a poluição da água, do solo e de outras partes do meio ambiente.
A contaminação cruzada de medicamentos (transporte de microrganismos de um para outro, não contaminado) é um risco de sua produção, especialmente dos manipulados em farmácias magistrais (de manipulação).
No Brasil, visando evitar a contaminação cruzada e outros riscos presentes na fabricação de medicamentos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 67, de 8 de outubro de 2007, determina o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias e, na RDC 17/2010, estabelece as Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos.
Quais são as principais fontes de contaminação cruzada medicamentos? As fontes de contaminação podem ser internas ou externas, assim como diretas e indiretas.
Assim, pessoas que trabalham no ambiente de produção dos medicamentos podem ser fontes internas, externas e indiretas de contaminação cruzada. Além da contaminação cruzada, se feita de forma inadequada, o gerenciamento de resíduos da produção em farmácias também pode resultar na contaminação do solo por medicamentos, assim como das águas.
Desse modo, é necessário tomar alguns cuidados com os medicamentos, seja no seu manuseio ou, principalmente, no seu descarte.
Para assegurar a segurança da população e do meio ambiente, foi instituído o decreto federal n.º 10.388 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que institui a logística reversa de remédios e medicamentos de uso domiciliar e suas embalagens. Desse modo, ela envolve a tomada de responsabilidade de fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores para o descarte consciente de medicamentos.
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Reduza o uso de medicamentos pois, bem como acontece com os animais, os antibióticos também são liberados na urina e fezes dos humanos. Por isso, uma saída consciente é cuidar da saúde, prevenindo a necessidade do uso desses produtos e do consumo de produtos de origem animal, como carne e leite, que demandam o uso de antibióticos em sua produção.
As vacinas são uma das estratégias mais eficientes, seguras e econômicas para prevenir as doenças infecciosas. Elas impactam diretamente a resistência aos antibióticos, evitando a infecção. Se você previne uma infecção, não precisa tratá-la – o que ajuda a reduzir o uso geral de antibióticos.
Sempre procure orientação profissional para receber o medicamento apropriado, na dose correta por adequado período de tempo. Use remédio de forma racional, sem exageros, sem automedicação e não interrompa o tratamento por conta própria. Também exija do seu médico uma prescrição completa e coerente, sem desperdícios.
Ao comprar medicamentos sem critérios ou em grandes quantidades para deixar armazenado em casa, é mais provável que parte passe da validade sem uso e tenha que ser descartada. Para além da ação individual, é preciso haver uma colaboração da regulamentação para permitir que o consumidor compre apenas o necessário para seu tratamento, evitando desperdícios.
Muitas pessoas descartam medicamentos no lixo ou nas redes de esgoto por falta de informação, não por falta de opção. Conte para amigos e familiares que existem pontos de coleta, como farmácias e drogarias, espalhadas pela cidade que fazem o descarte ambientalmente correto dos medicamentos vencidos.
Se seu medicamento venceu e você só percebeu agora, não jogue no vaso sanitário ou no lixo! Agora que você sabe dos riscos que isso pode causar, leve-os até um ponto de coleta para o descarte ambientalmente correto. Encontre o ponto de entrega mais perto de você, na nossa seção de postos de reciclagem e veja como é fácil fazer o descarte de medicamentos vencidos em drogarias e farmácias.
Acesse a nossa matéria para mais informações:
Como descartar remédios? O descarte correto de medicamentos, a partir da regulamentação da PNRS fica parcialmente na responsabilidade do consumidor. Assim, ele é responsável pela separação e transporte de seus resíduos aos pontos de descarte de medicamentos. Porém, ambos os passos desse processo são fáceis e não são o destino final desses produtos, que são de responsabilidade de seus fabricantes e comerciantes.
O passo a passo do descarte de medicamentos é simples:
Como fazer o descarte de medicamentos vencidos? Apesar de ser um processo simples, existem diversas dúvidas sobre quais os tipos de medicamentos que devem ser descartados. Algumas dessas questões são:
Todo tipo de descarte de medicamento, sendo vencido ou dentro do prazo deve ser feito da mesma forma, através de seu encaminhamento para os pontos de coleta da região.
Vale lembrar que alguns pontos de coleta de remédio não aceitam produtos como perfurocortantes. De acordo com o artigo 86, da resolução 222/2018 da Anvisa, “os materiais perfurocortantes devem ser descartados em recipientes identificados, rígidos, providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e vazamento“. Esses recipientes, que podem ser feitos de garrafa PET, devem ser encaminhados a Unidades de Saúde e jamais descartados no lixo doméstico ou nos resíduos recicláveis comuns.
Pessoas com diabetes, por exemplo, que fazem uso da insulinoterapia em casa, devem armazenar as agulhas conforme o artigo citado anteriormente e descartar os recipientes em uma Unidade de Saúde. O mesmo se aplica para outras terapias que fazem uso de materiais perfurocortantes.
Onde entregar medicamentos dentro do prazo? Além do descarte correto, existe outro meio de evitar a contaminação do solo por medicamentos, que é a doação. Você pode procurar onde doar remédios, uma vez que estejam em um bom estado e dentro da validade. Importante lembrar que medicamentos dentro do prazo não devem ser separados de suas embalagens secundárias e respectivas bulas, para que a doação seja segura e eficaz.
A doação desses produtos é incentivada pelo Projeto de Lei 4091 de 2019, que propõe que sejam instituídas diretrizes para programas, projetos e ações, sob responsabilidade do poder público, que envolvam a doação de medicamentos à população.
Quer saber onde jogar remédio fora? Para verificar a disponibilidade do serviço dos pontos de descarte de medicamentos em farmácias e as unidades mais próximas a você, confira a ferramenta de busca do eCycle.
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