Copaternidade é o ato de criar um filho na companhia de uma pessoa de maneira racional. Ou seja, os indivíduos envolvidos no desenvolvimento da criança não têm nenhum tipo de relação romântica. A copaternidade pode ser praticada por pais divorciados, pais que nunca tiveram um relacionamento, amigos que desejam ter filhos e diferentes parentes.
Para que ocorra a copaternidade, é preciso existir duas pessoas que criam a criança em conjunto, sem estarem em uma relação familiar considerada tradicional. A existência da copaternidade vai contra a ideia de que existe uma única formação familiar que deve ser seguida por todos. Essa formação seria: pai, mãe e filhos.
Esse conceito está começando a ficar para trás, afinal, a sociedade se tornou mais aberta para discussão de pautas como divórcio e a parentalidade de pessoas LGBTQIA+. A copaternidade tem como premissa o fato de que, para criar uma criança saudável, é preciso amor e cuidados e não laços sanguíneos.
A copaternidade pode ser praticada por uma gama extensa de pessoas. Uma mãe solo pode criar seu filho na companhia de uma amiga. Neste exemplo, as duas podem morar juntas e dividir as responsabilidades maternas, ou morar separadas em um cenário onde a criança pode transitar livremente entre casas e ser tratada igualmente em ambas.
Outra situação mais comum é quando um casal com filhos se separa. Apesar de seu relacionamento ter chegado ao fim, eles estarão sempre interligados pela existência de seus filhos. Desta forma, o ex-casal precisa encontrar uma maneira de praticar a copaternidade para poder criar seus filhos sem causar nenhum tipo de problema no desenvolvimento da criança.
Afinal, criar uma criança é uma tarefa difícil, ainda mais quando se está sozinho. Contar com outras pessoas para cuidar de um filho não é errado, na verdade é benéfico para a figura parental e para a criança. A copaternidade permite que a criança tenha mais de um porto seguro e mais alguém para prestar apoio nos momentos bons e ruins.
Por fim, a copaternidade não é praticada apenas por casais heterossexuais que se divorciaram. Na verdade, a copaternidade está presente quando dois amigos decidem ter um filho junto, de forma platônica, ou quando uma pessoa assume a responsabilidade de figura parental para uma criança que foi abandonada ou perdeu um de seus pais.
A copaternidade no caso de dois pais divorciados é um caso delicado. Isso porque nem todos os casamentos ou relacionamentos acabam de maneira amigável. Algumas vezes, o casal se separa sob um cenário não tão agradável, o que pode causar certo clima de tensão entre aqueles envolvidos, principalmente os filhos.
Figuras parentais que não sabem diferenciar seu relacionamento de sua copaternidade estão fadadas a dificultarem a sua relação com os filhos. Assim, quando um casal recém-divorciado não se dá bem e projeta isso nas crianças, pode causar problemas no desenvolvimento dos filhos.
Quando um casal divorciado, que não se dá bem, projeta suas frustrações nos filhos, eles podem se render à alienação parental. O termo é usado para determinar a conduta promovida por uma das figuras parentais que tem o objetivo de dificultar a convivência do menor com a sua outra figura parental.
Nesta situação, o pai ou a mãe tem dificuldade em lidar com a copaternidade — devido a problemas anteriores na relação dos genitores. Por esse motivo, a pessoa passa a difamar a imagem da outra figura parental para a criança ou adolescente, com intuito de alienar seu filho, para que ele acredite que seu outro cuidador é uma pessoa ruim e que não se importa com seu bem-estar.
A alienação parental é grande inimiga da copaternidade, já que não permite que as duas figuras parentais exerçam suas funções livremente. Neste caso, um dos sujeitos sempre vai estar em desvantagem e pode até ser proibido de exercer seu papel parental devido às frustrações de seu ex-parceiro.
Para que a copaternidade funcione bem e as figuras parentais consigam realizar suas responsabilidades, é preciso que as pessoas envolvidas desassociem seu relacionamento da criação de seus filhos. Ou seja, é preciso que a mãe ou o pai entendam que sua relação com o outro genitor pode ter acabado, mas a de seus filhos não.
Desta forma, quando os dois indivíduos exercem sua copaternidade de maneira positiva, respeitando a importância do papel de cada um, todos saem ganhando. No final, a criança pode conviver tranquilamente com suas figuras parentais, e elas passam a entender a importância de manter uma relação de copaternidade.
O abandono paterno, infelizmente, ainda é uma realidade brasileira. Segundo o IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem mais de 11 milhões de mulheres no Brasil que não contam com a participação da figura paterna na criação de seus filhos.
São mais de onze milhões de pais que não assumem a paternidade de seus filhos e, por assim, não exercem nenhum tipo de copaternidade. Essa situação pode ser explicada pela falta de debates sobre paternidade e devido ao peso que a mulher carrega ao ter um filho.
Ainda é uma crença cultural que a criação cabe apenas à mãe. Isso faz com que o pai se sinta livre para simplesmente “desistir” de sua responsabilidade.
A copaternidade é dever de todas as pessoas responsáveis pelo filho. Ou seja, as mulheres não deveriam ser as únicas cuidando de suas crianças. Todo pai tem o compromisso de prover o básico para a sobrevivência de seu filho por meio de pensão, atenção, cuidados e acesso à saúde e à educação.
Para que isso aconteça, a figura paterna não precisa estar em um relacionamento com o outro responsável, basta criar uma relação de copaternidade.
Sentir-se segura: quando uma criança está segura a respeito do cuidado de suas figuras parentais, ela se ajusta mais rápido e mais facilmente ao divórcio e às novas experiências;
Consistência na rotina: ao praticar a copaternidade, as figuras parentais costumam manter as mesmas regras, disciplinas e tarefas. Assim, a criança sabe o que esperar e o que se espera dela;
Melhor entendimento de como resolver problemas: quando os dois pais cooperam entre si, é possível estabelecer um padrão de vida para o filho. Esse padrão pode ser levado para o futuro e ajudar na criação de relações fortes;
Saúde mental estável: crianças que são expostas ao conflito na copaternidade são propensas a desenvolverem problemas como depressão, ansiedade e déficit de atenção.
Estar em uma relação de copaternidade pode ser complicado. Afinal, são duas pessoas diferentes criando filhos juntas, isso pode causar atritos e desentendimentos. Por isso, priorize a sua saúde mental e certifique-se de visitar seu psicólogo uma vez ou outra.
Se estiver sendo difícil se comunicar com a outra figura parental, convide-a para uma terapia familiar. Desta forma, todas as pessoas que fazem parte do núcleo familiar podem conversar sobre seus sentimentos e tentar achar um jeito de resolver os desentendimentos.
A ideia de família tradicional perfeita é nociva para o bom funcionamento das relações. Cada núcleo familiar é único. Você não pode ficar se cobrando por não ter uma família como as outras. Afinal, famílias são formadas por pets, tios, tias, avôs, avós, padrinhos e amigos. Por isso, respeite o funcionamento de sua copaternidade.
Não importa se você pratica copaternidade ao lado de seu ex-parceiro (a) ou ao lado de um primo ou amiga. O fator mais importante é que sua criança seja feliz e tenha o suporte necessário para sobreviver e se tornar um adulto saudável. Ter uma família diferenciada não é motivo para sentir vergonha.
As duas pessoas envolvidas com a copaternidade de uma criança precisam entrar em consenso sobre certas regras. É possível que a criança tenha regras diferentes em casas diferentes. No entanto, ela também precisa de normas gerais que devem ser seguidas e respeitadas por ambas as figuras parentais.
Por isso, os pais devem entrar em acordo sobre quais as tarefas da criança, quais os cuidados e ensinamentos que eles querem ter com seus filhos. Para que, desta forma, a criança cresça sabendo respeitar ambas as partes.
É importante que você seja o mais sincero possível com o seu filho. Explique para ele qual a relação de copaternidade entre você e a outra figura parental. Assim, ele não vai ficar confuso ou inseguro a respeito da situação, e vai poder entender que casos assim são normais também.
Manter uma conversa saudável com seu filho ajuda a fazer com que ele entenda o porquê de seu núcleo familiar ser diferente dos demais. Além disso, a criança pode se sentir mais confortável ao falar sobre como ela se sente.
Na copaternidade, todas as pessoas são importantes para o desenvolvimento do filho. Por isso, é preciso que as figuras parentais entendam a importância de seus parceiros de paternidade. A criança valoriza as duas pessoas igualmente, e tem relações diferentes com cada uma.
Cada um dos pais tem um papel importante na criação de um filho, e isso deve ser levado em conta na criação de uma copaternidade saudável. Mesmo que sua relação com o outro pai não seja tão boa, ele é parte importante da vida daquela criança.
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