A cor é objeto de estudos científicos há muito tempo. Por meio de vários experimentos, constatou-se que ela é uma percepção visual dos feixes de fótons formadores da luz. Em outras palavras, a luz chega em forma de ondas que são percebidas por células cônicas presentes nos olhos.
Cada cor tem um comprimento de onda diferente. A cor vermelha, por exemplo, tem o comprimento de onda mais longo, enquanto a cor roxa tem o comprimento de onda mais curto. As ondas, quando vistas todas juntas, formam uma luz branca, por isso, comumente se diz que o branco é a união de todas as cores.
Mas a cor não se limita à ideia de percepção óptica, ela também possui um papel importante na natureza e afeta psicologicamente os seres humanos.
A retina é uma parte dos olhos que possui dois tipos diferentes de células, que são sensíveis à luz, chamadas de fotorreceptores: bastonetes e cones. Dentro dessas células há opsinas, um grupo de proteínas sensíveis à luz. Os cones possuem três pigmentos fotográficos: vermelho, azul e verde. Quando há mais ou menos luz, os cones são estimulados. Assim, ao enxergar a luz refletida em um objeto, o cérebro processa o número de cones ativados e, dessa forma, vê-se uma cor.
Os seres humanos atribuem significados às cores, fazendo com que elas produzam efeitos psicológicos. Eva Heller, cientista social alemã e autora de A psicologia das cores, desenvolveu uma pesquisa com 2 mil pessoas com idades entre 14 e 97 anos. Desse estudo, foram listadas 13 cores psicológicas.
A cor azul, por exemplo, foi a preferida entre as cores, sendo, grande parte das vezes, atribuída à confiança, harmonia e amizade. O vermelho, por sua vez, seria a cor do amor e da paixão. Mas, dependendo do contexto, também é atribuída ao ódio.
Uma das justificativas para isso são as culturas e vivências humanas que trazem simbolismo às cores. Segundo o estudo, o azul preenche o céu, por isso, é comumente associado ao divino e ao eterno.
O modo como os animais enxergam as cores é assunto de diversos estudos. Os olhos deles possuem estruturas diferentes dos seres humanos. Cada um enxerga as cores de maneira diferente, pois possuem quantidades e estruturas de opsinas distintas. Os cães, por exemplo, detectam dois tipos de luz (amarela e azul), enquanto os humanos captam três. Alguns animais, como as lagartixas, têm uma excelente visão das cores à noite, também se diferenciando dos humanos.
Estima-se que a visão que os insetos têm das cores ocorre em comprimentos de onda entre 300 e 700 nanômetros, podendo enxergar luz ultravioleta, azul e verde. Pesquisadores têm explorado a dinâmica da evolução dos fotorreceptores em insetos e descobriram, em um estudo, um novo tipo de opsina que absorve luz vermelha. Também identificaram aminoácidos que são essenciais para a evolução das funções da opsina azul deslocada para a verde.
Poucos animais, além dos primatas, podem perceber a luz laranja e vermelha. Nessa nova pesquisa, no entanto, descobriram que as borboletas Lycaenidae são capazes de enxergar as cores nas faixa azul-verde e verde-vermelho, diferente de suas ancestrais que contavam somente com um receptor azul e um verde.
A descoberta sobre essa espécie é nova, mas os cientistas já haviam notado que certas borboletas têm fotorreceptores de luz vermelha e mostram, inclusive, preferência por coletar néctar em flores vermelhas. Outra pesquisa também tem apontado o pigmento das flores como supostamente ligado à intenção de atrair polinizadores. Mas os animais continuam evoluindo.
Pesquisadores que exploram as habilidades visuais dos animais estimam que os seres humanos podem ver cerca de 1 milhão de cores. Já as aranhas saltadoras podem ver um espectro de cores ainda mais amplo.
Elas possuem oito pares de olhos. Enquanto os olhos maiores dão uma visão de alta resolução, os outros olhos menores são usados para visão periférica e detecção de movimento. Tendo em vista o espectro de cores, talvez suas cores extravagantes também estejam ligadas ao objetivo de seduzir as fêmeas
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