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As lixeiras, em suas diferentes cores, auxiliam na correta separação de resíduos, facilitam a coleta seletiva e incentivam a prática de reciclagem

As cores das lixeiras de reciclagem facilitam na hora de descartar resíduos sólidos. Além disso, a presença desses recipientes, em cores vivas, chamam a atenção no ambiente. Deste modo, também são uma forma de incentivar a consciência ecológica e reforçar a educação ambiental.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabeleceu, em 2001, o código de cores das lixeiras de reciclagem. Esse código define uma cor para cada tipo de resíduo, com o objetivo de padronizar a identificação dos coletores e facilitar a identificação dos materiais.

Quais são as cores das lixeiras de reciclagem?

São dez as cores das lixeiras de reciclagem, cada uma para um tipo de resíduo. Para os recicláveis mais comuns, as cores são:

Azul:papel e papelão

Vermelho:plásticos

Verde: vidros

Amarelo: metais

Mas também existem cores para resíduos específicos:

Preto: madeira

Laranja: resíduos perigosos

Branco: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde

Roxo: resíduos radioativos

Além disso, resíduos orgânicos e não recicláveis são identificados como:

Marrom: resíduos orgânicos

Cinza: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação

Apesar das cores auxiliarem na identificação e correta separação dos resíduos, você não precisa ter uma lixeira de cada cor na sua casa. Saber fazer a separação de lixo (resíduos orgânicos e recicláveis), e descartá-los corretamente, já é o suficiente. 

Caso não tenha coleta seletiva no seu bairro ou haja dúvidas sobre o descarte de determinado tipo de resíduo, é importante se informar e buscar por um centro de coleta. Os centros de coleta tratam e destinam esses materiais de forma responsável.

Resíduos específicos, como óleo usado, pilhas e baterias, lixo eletrônico, entre outros, não devem ser descartados junto com papel, plástico, vidro ou metal. Misturar esses materiais, pode causar contaminação e a não reciclagem dos resíduos. 

Existem postos de coleta que trabalham com resíduos específicos. Se você precisar descartar algum material diferente ou precisar encontrar um ponto de coleta perto de você, acesse o buscador do Portal eCycle.

cores das lixeiras de reciclagem
Foto de Pawel Czerwinski no Unsplash

Qual é a situação do descarte de resíduos no Brasil?

Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), mostram que, em 2022, quase 82 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram gerados no País. 

Evidenciando um grave problema de saneamento básico, a Abrelpe destaca que 7% do total de resíduos gerados, não foram nem coletados. Isso porque uma parcela da população não tem acesso ao serviço básico de coleta de resíduos. 

O saneamento básico, de acordo com a lei nº 14026, é um direito de toda a população brasileira. Sendo assim, os serviços, infraestruturas e instalações relacionados ao abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto, limpeza pública e gerenciamento de resíduos sólidos, além da drenagem e manejo de água da chuva, deveriam ser garantidos pelo Estado. Mas não é.

De acordo com a Comissão de Meio Ambiente (CMA), instituída pelo Senado Federal em 2023, a coleta domiciliar de resíduos sólidos não atende cerca de 10.1% dos brasileiros. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira atingiu, em dezembro de 2023, pouco mais de 203 milhões de pessoas. Em outras palavras, mais de 20 milhões de pessoas não têm acesso à coleta de resíduos domiciliar. Além disso, a CMA também afirma que apenas 32% dos municípios trabalham com algum tipo de coleta seletiva.

Nesse sentido, a Abrelpe reforça que quase 50% das cidades do centro-oeste, por exemplo, não possuem coleta seletiva. Já na região sul, esse valor diminui para 8,6%.

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Como descartar maquininha de cartão?

Como o descarte incorreto de resíduos afeta diretamente a saúde coletiva?

O Ministério do Meio Ambiente (MMA), em 2022, instituiu o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Sua meta é encerrar o funcionamento de todos os aterros sanitários do Brasil, aumentando a recuperação de resíduos em 50%, num prazo de 20 anos. Essa recuperação de resíduos sólidos envolve a reciclagem, compostagem, biodigestão e recuperação energética. 

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) também reforça que uma boa gestão dos resíduos sólidos é o caminho para o desenvolvimento sustentável, não só do Brasil, mas para toda a América Latina.

Os impactos do descarte incorreto de resíduos sólidos urbanos incluem degradação do solo, contaminação da água, proliferação de vetores de doenças que afetam a saúde pública, emissão de gases de efeito estufa, formação de ilhas de lixo, poluição dos oceanos, entre tantos outros.

O PNUD destaca que os resíduos sólidos contribuem, também, para o aumento de temperatura no planeta, relacionando a produção e o consumo excessivos, mas também o descarte inadequado. O argumento é válido, pois todo resíduo descartado em lixões e aterros sanitários, quando em decomposição, aumenta as emissões de metano, um dos gases do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global.

Como deve ser feito o descarte correto de resíduos?

É essencial separar resíduos orgânicos de resíduos recicláveis. Além disso, também é importante descartar os resíduos recicláveis higienizados e de forma segura.

Uma publicação do Research, Society and Development Journal, revelou que os trabalhadores envolvidos em todas as etapas do tratamento de resíduos sólidos são expostos, diariamente, a diferentes riscos ocupacionais, incluindo riscos biológicos.

Segundo o estudo, mais da metade dos trabalhadores já sofreu algum acidente com materiais cortantes ou perfurantes. 

Para descartar vidro quebrado, por exemplo, a melhor forma é colocar os cacos dentro de uma caixa de papelão ou de uma garrafa pet, lacrados. De preferência, com algum tipo de aviso.

Higienizar os resíduos recicláveis, de preferência com água de reuso, também é importante. Deixar restos de material orgânico nas embalagens pode causar proliferação de microrganismos. Isso faz com que os trabalhadores fiquem expostos a riscos de infecção, e cria o ambiente ideal para roedores e outros insetos.

Para não desperdiçar água, deixe as embalagens de molho na pia, enquanto lava a louça, por exemplo.

Embalagem de óleo

Por outro lado, o mesmo não se aplica às embalagens de óleos vegetais. Lavar esse tipo de embalagem leva ao descarte do resíduo oleoso no ralo da pia, o que pode causar impactos negativos ao meio ambiente. Uma série de estudos mostra que pequenas concentrações de óleo, tanto em água quanto no solo, podem causar sérias consequências ambientais. O melhor a se fazer é descartar esse tipo de embalagem nos recicláveis, mas sem lavar e com a tampa fechada, para evitar que resíduos de óleo vazem.

Mesmo que você não separe os resíduos por tipo, de acordo com as cores das lixeiras de reciclagem, separar recicláveis de orgânicos e fazer o descarte adequado, é possível e necessário. 

Além disso, a reciclagem é um processo fundamental, mas não é a solução para diminuir os resíduos.

Reciclagem versus reciclabilidade

O descarte de plástico, por exemplo, representa um grande problema contemporâneo. Apesar de ser um material reciclável, isso não quer dizer que ele vá ser reciclado. 

A principal consequência do crescimento da produção e consumo de plástico é o aumento exponencial dos seus resíduos. E a reciclagem não consegue ser uma solução para esse problema, que atinge o mundo todo. 

As taxas de reciclagem do plástico sempre foram baixas, inclusive em países mais desenvolvidos e com uma melhor infraestrutura no gerenciamento de resíduos. Teoricamente, esse fator deveria colaborar para a prática da sustentabilidade. No entanto, o processo de reciclagem, mesmo sendo realizado corretamente, não seria capaz de suprir toda a demanda da produção plástica.

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Plastistone: lixo plástico que se transforma em rocha

Custo do plástico

Uma pesquisa da World Wide Fund (WWF) mostra que, com os constantes investimentos da indústria petrolífera, o custo do plástico primário se torna competitivo com o valor do plástico reciclado. Em outras palavras, acaba saindo mais barato produzir um novo plástico, do que reciclar um usado.

Outro fator que agrava a falta de reciclagem é o comércio internacional de resíduos plásticos e os plásticos de baixo valor agregado, o Low Value Plastic (LVP).

Segundo pesquisadores da University of Technology Sydney (UTS), o mercado global de reciclagem tem interesse em dois tipos de plásticos: o tereftalato de polietileno (PET, identificado com o número “1”) e o polietileno de alta densidade (PEAD, identificado com o número “2”). A reciclagem desses dois tipos de plástico representa quase 90% de todo o plástico reciclado no mundo.

Nesse contexto, a Agência Europeia do Ambiente (EEA, na sigla em inglês) denunciou que a produção global de plástico aumentou para 380 milhões de toneladas desde a década de 1950. A previsão é que a produção dobre até 2035 e chegue a 1.52 bilhões de toneladas até 2050.

Por isso, não basta apenas descartar o plástico corretamente e esperar que ele seja reciclado e o problema resolvido. É fundamental adquirir práticas sustentáveis de consumo.


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