Caça ilegal, comércio de espécies selvagens e extração madeireira não autorizada são algumas das ameaças à biodiversidade do planeta. Subornos e corrupção fragilizam o combate aos crimes
O diretor executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov, destacou, no dia 3 de novembro, que a corrupção favorece os crimes florestais e as infrações contra a vida silvestre.
Em conjunto com o secretário-geral da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies em Risco da Fauna e da Flora Silvestres (CITES), John Scanlon, o diretor da agência da ONU emitiu um apelo aos Estados-membros, solicitando o reforço da luta contra redes criminosas que participam do comércio ilegal de espécies selvagens.
“A corrupção alimenta e sustenta crimes contra as florestas e a vida silvestre, assim como muitos outros crimes, incluindo terrorismo e extremismo”, afirmaram Fedotov e Scanlon. “Para que os criminosos tenham sucesso, funcionários aduaneiros têm que ser subornados para ignorar licenças forjadas de caça e atividade madeireira; caçadores são liberados devido a processos interrompidos.”
Um dos caminhos para o combate a esses esquemas de crime organizado transnacional é a adoção da Convenção da ONU contra a Corrupção, segundo o diretor do UNODC. Fedotov também destacou que as atividades ilegais envolvendo ecossistemas e vida animal são um obstáculo ao cumprimento da Agenda 2030, cujos 15º e 16º Objetivos preveem a preservação da biodiversidade e o fim da corrupção, respectivamente.
“Graças ao toque mortal da corrupção, a riqueza natural dos países está sendo roubada”, disseram os chefes do UNODC e da CITES.