Corvos estão sendo treinados para recolher bitucas de cigarro por empresas europeias. Apesar de serem associados a azar e a “tempos sombrios”, os corvos são animais extremamente inteligentes e por muito tempo foram treinados para limpar lixo.
Esses animais, por muito tempo, eram vistos apenas como agentes de limpeza da natureza, recolhendo insetos, animais mortos, ratos e restos de comida de lixeiras. Contudo, além de catadores e caçadores, os corvos provaram ser mais do que isso por conta de sua inteligência.
Muitas pessoas conseguem criar uma relação com os corvos, pois eles são capazes de reconhecer rostos. Em troca de comida, as aves aparecem com pequenos presentes que recolhem ao redor de onde vivem: moedas, pedaços de plástico e outros objetos que os chamaram a atenção.
Além disso, outra prova de sua inteligência são os sons que fazem. As aves conseguem recriar sons que escutam, sendo muitas vezes treinados por humanos para repetir palavras.
Em alguns estudos, os corvos também se adaptaram para tomar água de recipientes estreitos jogando pedras no líquido, fazendo com que o nível da água se elevasse.
Mas como eles começaram a recolher bitucas de cigarro?
Em um programa de corte de custos, uma empresa sueca começou a treinar os animais para que recolhessem bitucas de cigarro em praças e nas ruas da cidade de Södertälje. Estima-se que as bitucas representem cerca de 62% de todo o lixo jogado na rua da Suécia e que mais de um milhão de libras sejam gastas para recolhê-las.
De acordo com uma das representantes da empresa responsável, Corvid Cleaning, esses animais participam voluntariamente da limpeza.
O treinamento é feito a partir de um dispensador de comida que libera o alimento quando os animais depositam as bitucas de cigarro em um compartimento. Confira o vídeo divulgado pelo The Guardian aqui:
O experimento ainda está em fase de testes, pois a empresa quer ter certeza de que o procedimento não é prejudicial aos corvos.
Uma startup holandesa também utilizou o mesmo método de limpeza de bituca de cigarros em 2018.
Essa não foi a primeira vez que os corvos foram treinados para recolher lixo. Em 2018, uma companhia francesa contou com a ajuda dos animais para limpar o parque de diversões Puy du Fou. O mesmo método de dispensador de comida foi utilizado em seis corvos que foram criados em cativeiro pelos funcionários do parque.
A iniciativa da start-up é polêmica. Isso porque há quem questione a objetificação dos corvos para a resolução de um problema originalmente humano.
Por serem omnívoros, os corvos se alimentam de sementes e frutos, sendo importantes dispersores de sementes. Com essa informação, partindo do Princípio da Precaução, pode-se afirmar que é insensato sujeitar esses animais ao domínio humano, impedindo-os de exercerem suas atividades naturais junto ao seu habitat – incluindo a função de dispersar sementes – sem saber as consequências disso. Outra questão é que não se sabe o potencial tóxico das bitucas para os próprios corvos.
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