Cosméticos que testam em animais são pautas discutidas por movimentos ambientais e veganos. Esses produtos são altamente criticados por essas comunidades, pois envolvem crueldade animal em sua produção. Os cosméticos que testam em animais começaram a surgir a partir de 1937, e desde então a prática tem se tornado cada vez mais questionada.
A prática dos cosméticos que testam em animais surgiu depois de um acidente que causou a morte de dez crianças e adultos. Na ocasião, essas pessoas vieram a falecer devido ao consumo de um líquido antibiótico não testado. A regulamentação de testes de produtos como cosméticos e fármacos começou a ser discutida.
Nos Estados Unidos, a instituição federal Food and Drug Administration (FDA) declarou que todos os cosméticos e fármacos precisavam passar por algum tipo de testagem antes de serem vendidos. Desta forma, era possível prevenir mortes e problemas de saúde nos consumidores.
Devido à decisão da FDA de exigir apenas a venda de produtos testados, os cosméticos que testam em animais ganharam força no mundo. As marcas começaram a utilizar da prática em animais para evitar acidentes em humanos, mas passaram a torturar e matar cerca de milhões de animais todos os anos em prol de suas vendas.
O cenário de cosméticos que testam em animais é diferente ao redor do mundo. Alguns países optam por banir parcialmente ou completamente o uso de animais em testes de produtos, enquanto outros são indiferentes ou exigem esse tipo de prática.
Isso é o que acontece na China. Antes de 2021, as leis a respeito das testagens de animais no país oriental eram muito mais severas. Por muito tempo, a China exigiu que todos os cosméticos vendidos no país fossem testados em animais. Isso incentivou um aumento no número de empresas que trabalham com cosméticos que testam em animais.
Já em 2021, o país mudou algumas de suas leis a respeito do uso de cosméticos no mercado nacional, o que deu espaço para a discussão da necessidade de produtos que não envolvem crueldade animal. As novas exigências afirmam que empresas não precisam ter cosméticos que testam em animais, se conseguirem prover informações suficientes que comprovam a segurança do produto.
Já do outro lado do mundo, na Europa, é diferente. O primeiro país a banir cosméticos que testam em animais foi a Inglaterra, ainda em 1998. Logo depois, a União Europeia entrou em acordo e declarou em 2013 que todos os seus países membros deveriam banir produtos testados em animais do seu mercado.
Essa decisão fez com que as marcas ficassem divididas. Afinal, se quisessem vender para a China, precisavam testar em animais, mas não podiam fazer isso se quisessem vender na Europa.
O exemplo do continente europeu fez com que outros países aderissem à causa. Hoje em dia existem cerca de 41 países que proíbem totalmente a venda de cosméticos que testam em animais. Além deles, outras nações já trabalham com a redução da indústria desses produtos.
O Brasil é um desses países. Apesar de não banir cosméticos que testam em animais de forma geral, o país tropical já trabalha com a proibição em diversas de suas unidades federativas. Os Estados Unidos também passam por cenário semelhante.
Cosméticos que testam em animais costumam usar principalmente ratos, camundongos, coelhos e porquinhos-da-índia. Durante um bom tempo, os testes também foram feitos com gatos e cachorros.
O processo, pelo qual cosméticos que testam animais passam, é feito para determinar a toxicidade, potencial alérgeno e de irritabilidade do produto. Desta forma, os animais são obrigados a ingerirem os cosméticos, e também terem eles aplicados a sua pele ou aos seus globos oculares.
Segundo dados da instituição Cruelty-Free International, como acontece a testagem desses produtos depende muito de qual animal está sendo utilizado.
Porquinhos-da-índia: são raspados antes de serem banhados com compostos químicos de cosméticos. Depois disso, os especialistas analisam para ver se existe alguma reação alérgica no animal.
Ratos: cosméticos que testam em animais são usados em ratos através da inalação ou consumo do químico. Ratos podem passar até três meses sofrendo com o uso contínuo desses cosméticos em seus corpos. As fêmeas que ficam grávidas são mortas ainda antes de dar à luz depois de 21 dias.
Camundongos: esses animais passam pelas mesmas crueldades que ratos e porquinhos-da-índia, mas dessa vez em suas orelhas.
Coelhos: eles passam pelo contato com os mesmos compostos que os outros animais. No entanto, por serem mais resistentes, os coelhos acabam passando por essas torturas por aproximadamente 28 dias a três meses. Coelhos fêmeas prenhas são mortas depois de serem testadas.
Todos os anos, cerca de 115 milhões de animais, no mundo todo, sofrem as mais diversas torturas nos processos de testagem de cosméticos. No entanto, esse sofrimento poderia ser evitado. A verdade é que não precisam existir cosméticos que testam em animais. Isso porque já foi provado que espécies de animais reagem de maneira diferente a vários tipos de químicos.
Ou seja, só porque durante um teste, um coelho apresentou uma reação alérgica a um produto, não significa que o mesmo vai acontecer com seres humanos. Cosméticos que testam em animais não são necessariamente seguros para pessoas. Logo, é necessário buscar uma forma mais eficiente e humanizada de realizar as testagens necessárias.
Já existem testes não-animais que possibilitam uma venda segura de produtos cosméticos. Um exemplo é o uso de réplicas de partes do corpo humano feitas a partir da união de células humanas com impressoras 3D. Desta forma, é mais seguro testar desse jeito do que em uma córnea de coelho.
Além disso, culturas de pele humana podem ser compradas e cultivadas com o intuito de serem usadas em testes de irritação de peles. Empresas de cosméticos ao redor do mundo, que trabalham com produtos sem crueldade animal, já utilizam meios de testagem não-animal.
Essas testagens não apenas impedem a morte e a tortura de diversas especies, como também são mais confiáveis do que cosméticos que testam em animais.
Está em dúvida se você usa cosméticos que testam em animais? Para saber como identificar esses produtos, é preciso estar de olho em seus selos. Ao todo, existem três instituições responsáveis por determinar se um cosmético não tem crueldade animal em sua produção. Elas são:
O selo de cruelty-free é reconhecido pelas instituições apenas quando são analisados documentos legais, documentos extras de seguro e condições de testes nas fábricas da empresa. Os sites das instituições que legalizam os selos contém dados de todas as marcas que não trabalham com cosméticos que testam em animais.
Caso a embalagem não venha com o símbolo de cruelty-free, entre em contato com a empresa do cosmético e a questione a respeito. Mas lembre-se de que, mesmo se um cosmético não for testado em animais e possuir selo cruelty-free, ele ainda pode não ser vegano, pois pode conter produtos de origem animal, como o leite. Confira a seguir uma lista de marcas que ainda trabalham com cosméticos que testam em animais:
Se você tem o interesse de aprender um pouco mais sobre cosméticos que testam em animais e suas problemáticas, assista o curta-metragem “Salve O Ralph”. A trama conta a história do coelho Ralph, que trabalha como animal de testagem em uma empresa de cosméticos.
Durante o decorrer da história, o curta mostra como acontecem os testes de cosméticos em animais como coelhos. O intuito do filme, dirigido por Spencer Susser, é mostrar para as pessoas o sofrimento enfrentado por esses animais.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais