Os cosméticos sustentáveis seguem uma tendência de crescimento ano após ano. O relatório Pink Report de 2018 da The Benchmarking Company revelou que 68% das mulheres americanas preferem comprar produtos de beleza naturais e orgânicos, contra 49% em 2008.
Os dados mostram que os consumidores da Geração Z são os que mais priorizam produtos orgânicos e naturais (73%), contra 70% da Geração Y, 67% da Geração X e 61% dos Baby Boomers. Entre os motivos dessa escolha, a maioria aponta a saúde e os benefícios desses produtos para reduzir o impacto ambiental do mercado de cosméticos.
Quando esses consumidores pensam em comprar produtos naturais ou orgânicos, o preço é o principal fator para todos os consumidores (80%), seguido por cruelty-free (73%), livre de BPA (67%) e prazo de validade (63%).
O mercado de beleza interno também reflete essas tendências: saúde e sustentabilidade estão no topo da lista de interesses de cerca de 32% dos brasileiros, de acordo com o estudo Green is The New Black, realizado pela Nielsen Brasil em 2020. Os números revelam que ser sustentável deixou de ser somente um discurso para se tornar um fator de decisão no momento da compra.
O Caderno de Tendências 2019-2020, elaborado pelo Sebrae em parceria com a ABIHPEC, mostrou que 73% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis. Mas, afinal de contas, o que define um cosmético como “sustentável”?
Sustentabilidade significa levar em consideração aspectos sociais, ambientais e econômicos em toda a cadeia produtiva de um produto para garantir um impacto totalmente positivo.
Quando se trata de cosméticos naturais, sustentabilidade não se refere apenas à forma como os ingredientes são obtidos ou como o produto é produzido, mas também aos materiais utilizados durante sua produção e pós-produção. Para as marcas de cosméticos sustentáveis, a sustentabilidade faz parte do DNA de cada produto, desde a idealização até o descarte.
A biodegradabilidade é um fator-chave cada vez mais aprimorado em cosméticos para contribuir com a proteção do meio ambiente. A inovação ao nível da formulação tem permitido encontrar alternativas à utilização de certas substâncias tradicionalmente utilizadas na formulação de cosméticos.
É o caso dos microplásticos, partículas plásticas insolúveis em água (menores que 5 mm) que podem desempenhar diversas funções na cosmética, como esfoliação em produtos para a pele ou polimento dentário em produtos para higiene bucal.
Por serem muito pequenos, os microplásticos podem facilmente passar pelos filtros das estações de tratamento de água e acabar no mar, prejudicando a vida selvagem e a própria saúde humana.
Por causa de sua ameaça potencial aos ecossistemas marinhos, muitas marcas de cosméticos já responderam por meio de iniciativas e critérios para restringir ou banir os microplásticos de seus produtos. Muitos produtores de cosméticos estão se voltando para alternativas naturais, como minerais inorgânicos (areia de quartzo) ou produtos de plantas (grânulos de celulose, sementes de frutas e cascas) para substituir os microplásticos em cosméticos.
Até pouco tempo atrás, os combustíveis fósseis e seus derivados (como o plástico) eram a principal fonte para o desenvolvimento de materiais novos e do dia-a-dia. No entanto, o impacto ambiental de tais materiais, principalmente de plásticos, tem se tornado cada vez mais um ponto de preocupação para muitos consumidores que buscam produtos verdes e sustentáveis. Por isso, as marcas sustentáveis apostam em embalagens eco-friendly, livres de plásticos halogenados e elaboradas com materiais recicláveis e renováveis, além de apoiar a redução de embalagens sempre que possível.
Muitas vezes, cosméticos veganos, naturais e orgânicos são vistos como sinônimos de cosméticos sustentáveis, o que não necessariamente é verdade. Diversas marcas unem todas essas características em um único produto, mas é possível que um cosmético seja natural sem ser vegano – e é possível que um cosmético vegano e natural não seja um biocosmético (ou seja, sustentável).
A melhor dica é ficar de olho nos rótulos dos produtos, fazer uma pesquisa aprofundada na internet e, se necessário, entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor da empresa para tirar suas dúvidas. Confira as diferenças de cada produto.
Os biocosméticos estão cada vez mais em alta. Formulados sem substâncias químicas agressivas e estabilizadores artificiais, os biocosméticos também contam com critérios rigorosos de produção, que obedecem aos princípios de respeito ao meio ambiente desde a seleção da matéria-prima até a chegada ao consumidor final.
A crescente preocupação com as mudanças climáticas, com o desmatamento florestal e com a perda de biodiversidade, entre outros efeitos nocivos da ação humana sobre a natureza, a biocosmética surge como um alento para quem quer cuidar de si e do planeta ao mesmo tempo.
No entanto, o hype criado em torno do assunto faz com que, muitas vezes, a gente acabe levando “gato por lebre”. Muitas marcas surfam no marketing dos biocosméticos comercializando fórmulas que contêm substâncias sintéticas e artificiais como se fossem “naturais”. Mas, afinal, o que faz um produto ser considerado, de fato, biocosmético? Dá para confiar plenamente no que diz o rótulo?
O rótulo é a primeira coisa que você deve verificar em um produto – com especial atenção à lista de ingredientes. Selos de certificação também ajudam a distinguir um biocosmético “fajuto” de um verdadeiro. Uma dica é pesquisar na internet sobre todos os ingredientes cuja origem você ainda não conhece.
Os biocosméticos também são chamados de cosméticos ecológicos, porque são feitos com substâncias naturais, como extratos de plantas, e/ou orgânicas. Por isso, sua formulação é livre de parabenos, ftalatos, BHA, BHT, silicones, álcool, conservantes artificiais, triclosan, mercúrio, sódio, sulfatos, óleos minerais, parafinas e outros derivados de petróleo. Além disso, os biocosméticos têm menor pegada ecológica e contribuem menos com resíduos tóxicos e poluição do ar.
Segundo o Instituto Biodinâmico de Certificações (IBD), cosméticos orgânicos devem conter, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5% restantes podem ser compostos por água e por outras matérias-primas naturais. Já os cosméticos feitos com matérias-primas orgânicas devem conter, no mínimo, 70% e, no máximo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas.
Em ambos os casos, o uso de agrotóxicos e outros agentes químicos na produção dos ingredientes é proibido. As empresas responsáveis por conceder a certificação de produto orgânico são a Ecocert, o IBD, a Natrue e a USDA.
O IBD e a Ecocert estabelecem que cosméticos naturais não devem conter aditivos químicos na composição. A Ecocert define que os cosméticos naturais podem ter, no mínimo 95%, do conteúdo total de matérias-primas naturais. Um cosmético natural não necessariamente é orgânico, mas todos os cosméticos orgânicos são automaticamente naturais.
Fórmulas de cosméticos veganos não contêm matérias-primas de origem animal, como lanolina, colágeno, gelatina, mel, cera de abelha e outras. A embalagem de um produto vegano deverá ter o selo da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), do Certificado Vegano da Organização Veganismo Brasil ou da Vegan Society.
Um produto classificado como cruelty-free – não testado em animais não necessariamente será vegano. Cosméticos “livres de crueldade” não testam em animais, mas podem conter produtos de origem animal em sua composição.
É importante lembrar que adeptos da filosofia vegana costumam boicotar grandes empresas envolvidas, de alguma forma, com exploração animal, ainda que alguns de seus produtos sejam certificados como veganos.
A produção de cosméticos biodinâmicos, além de ser orgânica e livre de aditivos químicos, respeita o ciclo natural da matéria-prima e leva em conta fatores como estação e fases de lua no desenvolvimento das plantas utilizadas na composição dos produtos.
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