Por Jornal da USP.
A geração de energia solar, por meio de painéis fotovoltaicos, cresceu neste último ano, ficando quase no mesmo nível de participação na energia total que a energia eólica. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, a energia solar passa a responder por aproximadamente 9,6% da geração de energia no País.
“Esse é um fenômeno que tem ocorrido não só no Brasil, mas em diversos outros países a partir de um conjunto comum de fatores“, analisa o professor Pedro Luiz Côrtes, titular da Escola de Comunicações e Artes e do Instituto de Energia e Ambiente da USP.
O aumento da presença da energia solar ocorre pelo contexto mundial: “[O preço da energia elétrica] sofre com essas questões relacionadas ao preço do óleo, que obedece a uma cotação internacional; nós temos a instabilidade do preço do petróleo; no caso da Europa, o problema de fortalecimento de gás russo”, analisa Côrtes. Segundo o professor, com a instabilidade do custo elétrico, a energia solar é uma alternativa para reduzir esse gasto.
Atualmente, a cotação da energia solar urbana ocorre na razão de um para um, explica o professor: “[Painéis fotovoltaicos] estão sempre conectados à rede de distribuição de energia elétrica convencional. Quando a casa não está consumindo toda a energia gerada num determinado momento, o excedente de energia é injetado na rede. Com esse sistema, a companhia de energia distribuidora “compra” essa energia e, quando não temos, “pegamos” a energia de volta pelo mesmo preço que ela foi “comprada”. Essa forma de cobrança será alterada em janeiro de 2023. A partir dessa data, uma taxa é somada ao preço da energia solar “pegada”.
Para evitar a taxação, muitos estão recorrendo à energia solar antes da data de aplicação do sobrepreço. Mas, mesmo com o custo elétrico fotovoltaico mais caro, Côrtes acredita que o crescimento desse tipo de energia deve continuar: “[O preço da energia elétrica] passou por uma pequena redução devido à redução do ICMS, mas, no ano que vem, já temos aumentos planejados. [Além disso], em 2023, já vai entrar uma taxa extra para o pagamento da energia gerada em 2021 (período de secas) pelas termelétricas. Esse é um aumento previsto para o ano que vem. Com esses sucessivos aumentos e com a perspectiva de que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia não se resolva rapidamente, a energia solar continuará sendo vantajosa para o consumidor nacional, porque é uma maneira de reduzir drasticamente o valor da conta de energia”.
Este texto foi originalmente publicado pelo Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.
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