Imagem: divulgação
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, alertou que os crimes contra a vida selvagem e florestas “não estão limitados a certos países ou regiões, mas são um fenômeno global”.
A agência da ONU lançou, em 24 de maio, em Viena, o 1º Relatório Mundial de Crimes Contra a Vida Selvagem, mostrando como a caça e o comércio ilegais de milhares de espécies diferentes representam um perigo ao meio ambiente. Além disso, o Unodc afirmou que esses crimes minam o Estado de direito fomentando conflitos.
A especialista em assuntos florestais das Nações Unidas, Bárbara Távora-Jainchill, que está em Nairóbi falou à Rádio ONU sobre a importância da educação e da informação em ações de proteção à fauna e flora. Ela citou o caso de sucesso do Projeto Tamar, iniciado há várias décadas no Brasil, para proteger a tartaruga marinha da extinção.
“Eles simplesmente resolveram bater de porta em porta nessas populações costeiras e explicar o mal que causava este hábito de se comer sopa de tartaruga marinha. E isso foi feito sem dar qualquer tipo de apoio financeiro a essas populações, mas simplesmente na base da explicação. Hoje em dia, alguns dos maiores defensores das tartarugas marinhas no Brasil são justamente essas populações costeiras que, há muito tempo, pararam de comer sopa de tartaruga marinha.”
O tráfico de produtos e espécies de vida selvagem é uma das especialidades do crime organizado e também representa uma ameaça a plantas e animais.
Segundo os especialistas, a plataforma de dados World Wise contabilizou mais de 164 mil apreensões relacionadas a crimes contra a vida selvagem e florestas em 120 países.
A lista chamou a atenção das autoridades por conter quase sete mil espécies diferentes. Para se ter uma ideia de como o problema é generalizado, nenhum dos países relacionados é responsável por mais do que 15% dos produtos apreendidos.
O relatório cita o Brasil como origem do tráfico de papagaios, por exemplo. As aves são levadas para o México e depois para outras regiões.
Segundo o Unodc, o Brasil não permite a exportação de papagaios selvagens. Isso significa que a única opção para os compradores é contrabandeá-los para fora do país.
O chefe do Unodc, Yury Fedotov, afirmou que animais como o tigre, temido e reverenciado através da história humana, está com sua existência, atualmente, por um fio.
Segundo Fedotov, esses animais cada vez mais reduzidos, estão espalhados por vários países que se esforçam para protegê-los. A situação é parecida com elefantes e rinocerontes.
O relatório, que faz parte do Programa Global do Unodc sobre a questão, pede responsabilidade compartilhada entre os países para combater esses crimes.
O documento do Unodc contou com a cooperação de parceiros como o Consórcio Internacional sobre o Combate aos Crimes Contra a Vida Selvagem e o secretariado da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies em Perigo da Fauna e da Flora, Cites, pela sigla em inglês.
A Organização Mundial de Alfândegas, WCO, também ajudou na preparação do documento.
Fonte: Rádio ONU
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