Apesar de mudanças no consumo, aprendizado com coleta seletiva é mantido
Os problemas financeiros da União Europeia mudaram os hábitos de quem mora por lá. Portugal, Grécia, Espanha e Itália são os países mais atingidos pela crise e, por isso, o poder aquisitivo da população caiu.
De acordo com o estudo da Intercampus para a ONG Ponto Verde (SPV)- “Hábitos e Atitudes face à separação de resíduos domésticos 2011”, a crise altera os padrões de consumo, mas não diminui a coleta seletiva. Os portugueses estão consumindo menos e gastando em produtos mais baratos, mas a preocupação com o meio ambiente continua a mesma.
A prática da reciclagem em Portugal é muito grande se comparada ao que ocorre no Brasil. Lá, cerca de 70% da população faz a separação do lixo e, dessa porcentagem, 47% separa todos os tipos de embalagens. Os portugueses estão se aproximando dos valores da Europa central em termos de reciclagem, aponta o estudo.
As famílias que nunca realizaram a separação doméstica de lixo e embalagens usadas argumentam que a falta de recipiente adequado e a cooperação de toda a família são as principais razões para não haver a coleta seletiva.
O estudo também revela que as famílias de melhor condição social reciclam mais, em comparação com uma família menos favorecida. No entanto, há de se lembrar que o impacto produzido por uma família pobre é menor, em termos de produção de lixo e emissão de CO2, já que dispõe de pouco capital para consumir e fazem uso dos transportes públicos com mais frequência.
Os objetos de retorno maior são os de vidro (90%), seguidos das garrafas plásticas e caixas de papelão (78%). Os resíduos menos reciclados são as embalagens de aerossol, representando 23% do lixo do país. Logo depois vêm as latas de conserva e as embalagens de alimentos pré-cozidos.
Os portugueses também estão preocupados com os recursos naturais. O estudo apontou que apenas 26% da população pretende manter os mesmos níveis de consumo de água e 32% das pessoas gastarão a mesma quantidade energia.
De maneira geral, a pesquisa mostrou que a crise econômica europeia fará com que a população portuguesa reveja seus hábitos de consumo e reduza seu impacto ambiental. O estudo teve o total de 1.075 amostras usando observação direta e entrevistas no período de 14 de novembro a 20 de dezembro de 2011, na região de Portugal Continental- o país sem suas ilhas atlânticas.
Fonte: Cmjorna