Crocodilo é o nome comum dado a qualquer uma das 14 espécies da família Crocodylidae, pertencente à ordem Crocodylia ou Crocodilia. A família Crocodylidae ocorre principalmente no norte sul-americano, no México e América Central, na Índia, no sudoeste asiático, no Sri Lanka, em Madagascar e no continente africano. No Brasil não existem crocodilos em meio natural, portanto, caso encontre algum réptil de aparência similar, trata-se de um jacaré.
Apesar de ocuparem ampla distribuição e o topo da cadeia alimentar, as populações de crocodilos têm declinado conforme avança a ocupação de território por humanos. Muitas espécies se tornaram vulneráveis à extinção devido à sua caça, para a exploração de seu valioso couro na fabricação de calçados e acessórios, mas também para o consumo local de sua carne.
No geral, crocodilos habitam lagos, pântanos e rios, mas existem espécies que também adentram ambientes estuarinos e até mesmo marinhos, o que é o caso do crocodilo-americano (Crocodylus acutus) e do crocodilo-de-água-salgada (C. porosus). Essas espécies possuem glândulas em suas línguas que permitem a excreção do excesso de sal.
Boa parte dos crocodilos apresenta comportamento noturno e passa a maior parte do tempo na água, já que o formato do corpo dessas espécies permite que elas mantenham seus olhos e narinas acima da superfície da água enquanto a maior parte de seus corpos fica submersa. Apesar disso, eventualmente, esses répteis adentram muitos quilômetros em ambientes terrestres.
Os crocodilos são carnívoros e se alimentam de crustáceos, insetos, sapos e girinos, lesmas e pequenos peixes quando jovens, enquanto os adultos predam mamíferos, peixes e aves aquáticas, como patos, gansos e cisnes.
A termorregulação desses animais é feita alternando-se períodos de banhos de sol com períodos sob áreas sombreadas ou submersos. Sua alta eficiência metabólica permite manter temperaturas corporais estáveis na faixa entre 30 e 32ºC por várias horas, até mesmo ao longo da noite.
Esse comportamento influencia a expressão de dominância hierárquica dessas espécies, permitindo que os indivíduos dominantes tenham um acesso preferencial às áreas ensolaradas, além das melhores áreas para construção de ninhos. Além disso, alguns crocodilos cavam tocas de vários metros de extensão em bancos de rios ou lagos, nas quais se refugiam da seca ou do frio.
Esses animais vivem até 70 anos na natureza, o que é um período longo para animais terrestres de tamanho similar. Por conta disso, os crocodilos e outros répteis, como as tartarugas, são objeto de um estudo que busca entender como diferentes animais envelhecem, pois tal compreensão auxiliaria a encontrar formas de aumentar a expectativa de vida humana (1).
Os crocodilos são os maiores e mais pesados répteis vivos. A maior espécie do mundo, o crocodilo-de-água-salgada (C. porosus), ocorre no norte da Austrália, com indivíduos machos que chegam a medir 7 metros de comprimento e pesar cerca de uma tonelada. Em segundo lugar, está o crocodilo-do-nilo (C. niloticus), que é a maior espécie da África e pode medir cerca de 5 metros de comprimento e pesar 750 quilogramas.
Por outro lado, o menor crocodilo do mundo é o crocodilo-anão (Osteolaemus tetraspis). Essa espécie possui uma massa em torno de 18 a 32 quilogramas e não costuma medir mais que dois metros de comprimento.
Os crocodilos e jacarés são animais da mesma ordem mas de famílias diferentes, os primeiros são da família Crocodylidae, enquanto os jacarés são da família Alligatoridae. Essas famílias se distinguem principalmente por suas anatomias ósseas.
Enquantos as espécies da família Crocodylidae apresentam um focinho estreito em formato de V com o quarto dente inferior de cada lado da mandíbula projetado para fora do focinho (ainda que com a boca fechada), os organismos da família Alligatoridae possuem focinhos mais arredondados (em formato de U) além de uma sobremordida. Ou seja, os dentes da mandíbula anterior dos jacarés se encaixam para o lado de dentro dos seus dentes superiores, de forma que nenhum dente inferior é visível quando essas espécies estão de boca fechada.
A expressão popular utilizada para descrever o ato de fingir o choro ou expressar uma tristeza insincera tem sua origem mais provável na tendência a lacrimejar que os os crocodilos possuem ao se alimentarem de suas presas. Isto tende a acontecer pois ao abocanhar e engolir a presa, o volume desta pode pressionar o céu de sua boca, comprimindo suas glândulas lacrimais (2).
Além disso, assim como para outros animais, as lágrimas dos crocodilos são uma forma de lubrificação dos olhos quando esses répteis passam períodos prolongados fora da água (3, 4).
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