Na agricultura orgânica não se usa fertilizantes ou pesticidas sintéticos e procura-se fazer um plantio que ajude na conservação das características do solo
Rotação de culturas
A rotação de culturas é uma prática muito antiga e importante para a conservação do solo, pois a monocultura o desequilibra, fazendo com que somente os nutrientes necessários àquela cultura sejam extraídos, o que reduz sua capacidade produtiva.
Apesar de ser uma prática que traz muitos benefícios, a rotação de culturas ainda é pouco utilizada aqui no Brasil.
Esse método se baseia em fazer a alternância de culturas que serão plantadas no mesmo local (canteiro) a cada novo plantio, evitando a exaustão do solo. Pode-se alternar espécies leguminosas com não leguminosas, pois as primeiras ajudam a fixar o nitrogênio no solo. Também é recomendado alternar espécies para serem comercializadas ou consumidas com espécies de cobertura vegetal, que serão utilizadas como adubo verde.
- Melhoria das características do solo;
- Auxílio no controle de ervas daninhas, doenças e pragas;
- Proteção do solo contra a erosão causada pelo vento e chuva;
- Aumento da produtividade e qualidade das plantas;
- Aumento da diversidade microbiana do solo;
- Preservação da fertilidade do solo.
Cada hortaliça necessita de um nutriente específico em maior quantidade para se desenvolver. Se na primeira temporada é plantada uma hortaliça que precisa de mais potássio, na temporada seguinte, é recomendado colocar no solo uma hortaliça que precisa de outro nutriente, como o fósforo – assim o solo não se esgota.
Hortaliças folhosas (ex: alface) necessitam de mais nitrogênio, as tuberosas (ex: cenoura) precisam de mais potássio e as de frutos (ex: pepino) têm demanda por fósforo.
O ideal é que se faça a rotação de culturas com hortaliças de características diferentes, alternando plantas com sistemas radiculares, períodos de crescimento e necessidades nutricionais diversas.
Existem ainda as hortaliças que ajudam a repor nutrientes, como as leguminosas (feijão, ervilhas, entre outras). Elas enriquecem o solo com nitrogênio, que poderá ser posteriormente utilizado por outras culturas.
Consorciação de hortaliças
A consorciação é uma associação de culturas que se baseia no cultivo próximo e na mesma época de duas ou mais espécies com diferentes ciclos e estruturas para que uma possa se beneficiar da outra, ou para que haja otimização do espaço no canteiro, intercalando hortaliças que exigem mais espaço e têm um ciclo longo com hortaliças que exigem menos espaço e têm ciclo curto, como explicado. Pode-se intercalar espécies muito folhosas com espécies com poucas folhas, espécies com raízes superficiais com outras de raízes profundas e que exalem odores para afugentar insetos.
O ideal é plantar uma hortaliça tuberosa ao lado de uma folhosa e de uma aromática. Não há problemas em plantar alface, cenoura e hortelã juntas, pois as raízes da alface retiram nutrientes dos 30 cm superiores da terra e a cenoura dos 50 cm superiores, ou seja, uma não atrapalha a outra. Além disso, como já dito acima, as hortaliças tuberosas precisam de mais potássio e as folhosas mais nitrogênio, não havendo disputa por nutrientes. A hortaliça aromática é importante para afastar as pragas.
As principais vantagens da consorciação de culturas são:
- Combate às pragas;
- Melhoria da utilização de nutrientes do solo;
- Melhoria na produtividade por área;
- Proteção do solo contra a erosão;
- Melhoria da fertilidade do solo (consórcio com adubos verdes).
Veja abaixo o vídeo que baseou esta matéria sobre consorciação e rotação de culuras. O vídeo foi produzido pelo BorelliStudio e está em espanhol, mas com legendas em português.