Curso de hortas orgânicas #5: como fazer e quais as vantagens da rotação e do consórcio de plantas

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Rotação de culturas

A rotação de culturas é uma prática muito antiga e importante para a conservação do solo, pois a monocultura o desequilibra, fazendo com que somente os nutrientes necessários àquela cultura sejam extraídos, o que reduz sua capacidade produtiva.

Apesar de ser uma prática que traz muitos benefícios, a rotação de culturas ainda é pouco utilizada aqui no Brasil.

Esse método se baseia em fazer a alternância de culturas que serão plantadas no mesmo local (canteiro) a cada novo plantio, evitando a exaustão do solo. Pode-se alternar espécies leguminosas com não leguminosas, pois as primeiras ajudam a fixar o nitrogênio no solo. Também é recomendado alternar espécies para serem comercializadas ou consumidas com espécies de cobertura vegetal, que serão utilizadas como adubo verde.

A rotação de culturas apresenta muitas vantagens. Vamos a algumas delas:
  • Melhoria das características do solo;
  • Auxílio no controle de ervas daninhas, doenças e pragas;
  • Proteção do solo contra a erosão causada pelo vento e chuva;
  • Aumento da produtividade e qualidade das plantas;
  • Aumento da diversidade microbiana do solo;
  • Preservação da fertilidade do solo.

Cada hortaliça necessita de um nutriente específico em maior quantidade para se desenvolver. Se na primeira temporada é plantada uma hortaliça que precisa de mais potássio, na temporada seguinte, é recomendado colocar no solo uma hortaliça que precisa de outro nutriente, como o fósforo – assim o solo não se esgota.

Hortaliças folhosas (ex: alface) necessitam de mais nitrogênio, as tuberosas (ex: cenoura) precisam de mais potássio e as de frutos (ex: pepino) têm demanda por fósforo.

O ideal é que se faça a rotação de culturas com hortaliças de características diferentes, alternando plantas com sistemas radiculares, períodos de crescimento e necessidades nutricionais diversas.

Existem ainda as hortaliças que ajudam a repor nutrientes, como as leguminosas (feijão, ervilhas, entre outras). Elas enriquecem o solo com nitrogênio, que poderá ser posteriormente utilizado por outras culturas.

Consorciação de hortaliças

A consorciação é uma associação de culturas que se baseia no cultivo próximo e na mesma época de duas ou mais espécies com diferentes ciclos e estruturas para que uma possa se beneficiar da outra, ou para que haja otimização do espaço no canteiro, intercalando hortaliças que exigem mais espaço e têm um ciclo longo com hortaliças que exigem menos espaço e têm ciclo curto, como explicado. Pode-se intercalar espécies muito folhosas com espécies com poucas folhas, espécies com raízes superficiais com outras de raízes profundas e que exalem odores para afugentar insetos.

O ideal é plantar uma hortaliça tuberosa ao lado de uma folhosa e de uma aromática. Não há problemas em plantar alface, cenoura e hortelã juntas, pois as raízes da alface retiram nutrientes dos 30 cm superiores da terra e a cenoura dos 50 cm superiores, ou seja, uma não atrapalha a outra. Além disso, como já dito acima, as hortaliças tuberosas precisam de mais potássio e as folhosas mais nitrogênio, não havendo disputa por nutrientes. A hortaliça aromática é importante para afastar as pragas.

As principais vantagens da consorciação de culturas são:

  • Combate às pragas;
  • Melhoria da utilização de nutrientes do solo;
  • Melhoria na produtividade por área;
  • Proteção do solo contra a erosão;
  • Melhoria da fertilidade do solo (consórcio com adubos verdes).

Veja abaixo o vídeo que baseou esta matéria sobre consorciação e rotação de culuras. O vídeo foi produzido pelo BorelliStudio e está em espanhol, mas com legendas em português.

Equipe eCycle

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