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Unidade de medida tenta prever e evitar impactos socioambientais relacionados às mudanças climáticas; mas custo social do carbono também tem limitações

O Custo Social do Carbono (CSC) é uma unidade de medida que coloca um valor monetário nos impactos causados pelas mudanças climáticas, ao efeito estufa, às atividades econômicas, ao bem-estar social e aos ecossistemas.

Esses impactos são entendidos pelos economistas climáticos como os custos econômicos gerados pela emissão de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em determinado período.

Cálculo do Custo Social do Carbono

O Custo Social do Carbono foi calculado pela primeira vez em 2010, durante o governo de Ronald Reagan, nos Estados Unidos, passando a vincular tempestades, incêndios florestais, aumento do nível do mar e desmatamento, a técnicas econométricas.

Este cálculo envolve a estimativa dos impactos causados pelas mudanças climáticas. Este estudo inclui os danos causados à saúde humana e ao meio ambiente, tal como os custos para remediá-los.

O cálculo do CSC é, portanto, complexo, pois tais impactos não têm um preço de mercado. Assim, ao comparar os impactos ao longo de um período deve-se usar uma taxa de desconto, que determina o peso de impactos que ocorrem em diferentes momentos.

As estimativas do CSC consideradas mais precisas são resultado de modelos de análise integrados, os quais tem por objetivo prever os efeitos do aquecimento global em diferentes cenários e calcular os danos monetizados.

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Custo Social do Carbono deve considerar:

Em uma publicação na revista Nature, os pesquisadores apontaram recomendações a serem levadas em conta no Custo Social do Carbono, entre elas:

  • Restabelecer o custo econômico estimado sobre o carbono emitido para US$50 a tonelada;
  • Atualizar as funções de danos que calculam como as mudanças climáticas afetam o bem-estar humano, desde perdas de safras até o impacto do calor na aprendizagem dos alunos e na produtividade do trabalhador; 
  • Incorporar os efeitos injustos das mudanças climáticas em impostos sobre o carbono dentro e entre os países;
  • Rever as taxas de juros – as maneiras pelas quais o custo de danos futuros relacionados ao clima são calculados em dólares de hoje – a fim de informar melhor os processos orçamentários de hoje 
  • Atualizar as previsões para o crescimento econômico e populacional – ambos afetam as previsões de emissões e o impacto ambiental relacionado. 

A ciência do clima e a economia avançaram desde 2010”, escreveram os autores do estudo. “Tempestades devastadoras e incêndios florestais são agora mais comuns e os custos estão aumentando. Os avanços na ciência mostram que os pesquisadores podem vincular muitos eventos climáticos extremos diretamente às mudanças climáticas, e novas técnicas econométricas ajudam a quantificar os impactos em dólares”. 

Vantagens e aplicações

custo social do carbono
Imagem por Patrick Perkins , disponível no Unsplash

O Custo Social do Carbono pode ser uma ferramenta útil no planejamento de longo prazo e desenvolvimento de políticas públicas. Tomadores de decisões e legisladores podem utilizar essa unidade de medida para prever e assim evitar as consequências de fenômenos devastadores, como os efeitos colaterais do uso de combustíveis fósseis,  que têm como consequências as emissões de gases do efeito estufa (GEE) e a intensificação dos efeitos das mudanças climáticas.

O CSC pode nortear governos de diversas formas. Um exemplo mencionado no Tree Hugger ajuda elucidar suas aplicações: um estado que está pensando em construir uma linha ferroviária de alta velocidade, terá vários custos a considerar, como o dinheiro necessário para a construção da obra.

Mas, quanto dano socioambiental seria evitado construindo uma linha férrea de alta velocidade em vez de ter mais carros nas estradas emitindo CO2? Nesse caso, é possível aplicar o conceito do Custo Social do Carbono e o multiplicar pelas toneladas de CO2 que seriam economizadas a cada ano por uma linha férrea de alta velocidade.

Se você subtrair esse número dos custos de construção e manutenção, terá o custo real da linha férrea. Olhando para o custo de liberar uma tonelada extra de CO2, os formuladores de políticas podem tomar decisões informadas sobre os benefícios econômicos de reduzir o carbono.

Contras

Por outro lado, há quem afirme que o Custo Social do Carbono é extremamente incerto, e que pode mudar ao longo do tempo por causa dos juros, que dependem de decisões políticas.

Um exemplo disso foi quando o governo dos Estados Unidos estabeleceu o custo inicial de carbono em US$51 por tonelada em 2021. Porém, um estudo publicado em 2022, na revista Nature, estima o custo social do carbono em 185 dólares por tonelada de emissões de carbono – valor 3,6 vezes maior que o estipulado em 2021 pelo governo americano.


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