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Entenda mais sobre a cutícula vegetal e sua função nas plantas
Em geral, o termo “cutícula” é utilizado para descrever uma cobertura externa resistente e flexível de um organismo. Na botânica, a cutícula vegetal é uma camada hidrofóbica extracelular das plantas, responsável pela sua proteção contra dessecação e estresses ambientais externos.
Essa camada reveste diversas partes das plantas, incluindo as folhas, brotos jovens e outras partes da vegetação que não possuem periderme — o conjunto de tecidos que substituem a epiderme.
Composta por polímeros lipídicos que são embebidos com a ajuda de ceras, a cutícula vegetal cria um revestimento externo na superfície dos órgãos das plantas vasculares presentes na terra. Ela contém cutina, uma substância cerosa, repelente de água, aliada à suberina, que é encontrada em paredes celulares.
Função, formação e características
Como já mencionado, a cutícula vegetal apresenta propriedades protetoras nas plantas. O revestimento é encarregado de impedir que a planta perca água, além de ser uma barreira entre o ambiente externo e a vegetação.
Por ter um papel no armazenamento de água, a cutícula é influenciada pelo líquido até em sua formação. Desse modo, essa parte das plantas é dependente do ambiente externo em que elas se encontram.
Em ambientes úmidos ou molhados, a cutícula vegetal é substancialmente fina, uma vez que não precisa preservar água. Por outro lado, em ambientes secos, como o deserto, a formação da cutícula da vegetação local é mais rígida, podendo armazenar água por períodos de seca.
No entanto, essa não é a única função da cutícula vegetal. A cutina presente nessa estrutura, por sua consistência cerosa, age como um repelente à pragas externas, como insetos e outros possíveis predadores das plantas.
A estrutura também possui propriedades mecânicas que protegem contra o rachamento de frutos e que desempenham um papel na defesa contra patógenos.
Proteção contra raios UVs
Uma pesquisa da Universidade de Málaga comprovou que a cutícula vegetal também age como a primeira barreira de proteção das plantas contra a radiação ultravioleta (UV), principalmente contra os raios UVB — que podem causar danos aos tecidos e alterar o material genético das plantas.
Até então, especialistas acreditavam que a proteção contra raios ultravioletas nas plantas era derivada de uma ampla gama de estruturas moleculares presentes em diversos órgãos e compartimentos celulares internos das plantas. Contudo, o estudo evidenciou que essa proteção é superior à 90% na maioria das plantas devido à estrutura da cutícula vegetal — que possui essas estruturas, chamadas de compostos fenólicos.
O mecanismo fotoprotetor conta com um processo rotacional e cíclico, em que os ácidos cinâmicos presentes nas cutículas possuem uma estrutura molecular que absorve radiação, principalmente do espectro UV-B. Assim, essa radiação é convertida em energia que então é dissipada, fazendo com que a molécula volte a sua forma original para retomar o processo.
