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Vivapolis não é um modelo a ser implantado e, sim, uma visão dos problemas que permeiam as cidades 

França e Brasil mantêm um bom relacionamento há muito tempo. A última crise diplomática que os dois países tiveram se deu por conta da pesca de lagosta no litoral pernambucano, na chamada Guerra da Lagosta. A situação ficou bem crítica e os dois países chegaram a se posicionar belicamente. Felizmente, um desfecho pacífico foi alcançado.

Desde então, nem um mar de problemas foi capaz de estremecer a relação cada vez mais forte entre brasileiros e franceses. Nos dias atuais, o Brasil é o principal aliado comercial da França na América Latina. Apesar de o intercâmbio cultural entre ambos ser mais conhecido e comentado, também existe uma cooperação científica – a  França é o segundo maior parceiro do Brasil em pesquisas científicas, atrás apenas dos EUA.

Agora, essa parceria deve se estender ao campo da sustentabilidade com o lançamento da marca Vivapolis no Brasil.

O que é

Lançada em setembro de 2013 pela Ministra do Comércio Exterior da França, Nicole Bricq, Vivapolis é a marca francesa que tem como objetivo identificar cidades sustentáveis e suas especificidades, reunindo instituições francesas – públicas e privadas – que compartilham essa visão e promovem sua internacionalização.

As principais diretrizes do programa são seis: organizar o crescimento urbano, garantir a resiliência das zonas urbanas, conhecer as necessidades das populações, desenvolver modelos de negócios sustentáveis, desenvolver a mobilidade sustentável e tornar a cidade mais eficiente.

Como essas ideias interessam muito a diversas cidades em todo o mundo, a troca de informações e experiências entre países é sempre enriquecedora. E quando o tema é cidade sustentável, temos muito que aprender com os franceses.

A capital francesa, Paris, é um exemplo de implementação de atitudes verdes no cotidiano de seus habitantes, como o programa de partilha de bicicletas e carros, a ampliação da rede de ciclovias e pistas reservadas a ônibus e um projeto que reserva as margens do Rio Sena para pedestres em boa parte de sua extensão na cidade. No âmbito privado, muita coisa é feita em prol da sustentabilidade, como a construção de apartamentos estudantis e hotéis ecológicos.

Dessa forma, a ideia da marca é de que Vivapolis não é um modelo a ser implantado e, sim, uma visão dos problemas que permeiam a cidade e a necessidade de adaptar esta visão francesa às peculiaridades dos países para que sejam criadas políticas de longo prazo, mobilizando três pilares da sociedade: governo, empresas e habitantes.

Portanto, se há 50 anos um desentendimento entre comerciantes pesqueiros causou um problema sério entre brasileiros e franceses, nos dias de hoje, as empresas francesas são mais que bem vindas para introduzir seu know-how sustentável em terras tupiniquins.


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