Decisões financeiras masculinas são mais emocionais do que as femininas

As decisões financeiras dos homens são profundamente influenciadas por notícias emocionais, alterando sua disposição ao risco. Uma pesquisa liderada pela Universidade de Essex, publicada no Journal of Behavioral and Experimental Economics, revelou padrões distintos entre homens e mulheres nesse cenário. O estudo destacou que os homens, mais do que as mulheres, têm suas escolhas moldadas por emoções, mesmo quando a situação emocional não tem relação direta com as decisões tomadas.

Durante o experimento, 186 participantes foram expostos a notícias de tom emocional intenso antes de tomarem decisões financeiras envolvendo dinheiro real. Para os homens, notícias negativas provocaram uma preferência por alternativas mais seguras, enquanto as mulheres mantiveram seu comportamento financeiro inalterado. Essa diferença de gênero desafia o estereótipo tradicional que associa maior instabilidade emocional às mulheres e sugere que inteligência emocional pode ser uma chave explicativa para tal disparidade. Estudos anteriores indicam que mulheres apresentam, em geral, melhor gestão emocional, o que possivelmente as protege contra influências externas em cenários decisórios.

Os pesquisadores alertam que momentos emocionalmente carregados podem impactar compromissos financeiros significativos, como a compra de imóveis ou investimentos de grande porte. A recomendação de pausar e refletir após consumir notícias marcantes se torna particularmente relevante para os homens. As implicações dessa descoberta podem transformar orientações no campo da consultoria financeira, especialmente em contextos de risco elevado.

A equipe do estudo, que contou com a colaboração de acadêmicos das universidades de Nottingham e Bournemouth, também destaca a importância de explorar mais profundamente os motivos pelos quais os efeitos emocionais são tão pronunciados entre os homens. O impacto das emoções sobre a tomada de decisões é um campo promissor, e compreender suas nuances pode revolucionar abordagens em áreas como economia comportamental e educação financeira.