Declínio cognitivo: sintomas, causas e diagnóstico

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Declínio cognitivo é a perda gradual de habilidades mentais, como o aprendizado, a memória, a habilidade de prestar atenção e o raciocínio. Assim como algumas funções físicas reduzem com o avanço da idade, as habilidades cognitivas também diminuem com o tempo. Entretanto, mudanças repentinas e significativas na capacidade mental podem ser um sinal de transtorno cognitivo.

Atividade física, treino cognitivo e dieta podem prevenir o declínio cognitivo

Quais os sintomas do declínio cognitivo?

Assim como outras partes do corpo, o cérebro envelhece com o tempo e vai sofrendo declínio das funções. Por isso é comum esquecer as coisas com facilidade ou demorar para lembrar o nome de alguém quando se é idoso. Entretanto, o declínio consistente e elevado dessas funções cognitivas é sinal de condições graves.

Os principais sintomas do declínio da capacidade cognitiva são:

  • Esquecer com facilidade;
  • Perder a linha de pensamento durante conversas;
  • Ter dificuldade em tomar decisões ou fazer planejamentos;
  • Não conseguir entender instruções;
  • Esquecer compromissos sociais;
  • Ter dificuldade de lidar com ambientes familiares;
  • Perder objetos ou esquecer onde os deixou;
  • Se sentir sobrecarregado com atividades e projetos complexos;

Estágios do declínio cognitivo

O declínio das funções cognitivas pode ser dividido em quatro estágios diferentes, com sintomas mais brandos ou mais severos. Confira:

Declínio cognitivo subjetivo

A fase inicial do declínio cognitivo não apresenta sinais, apenas mudanças nas conexões neurais que acontecem muito tempo antes dos sintomas aparecerem. Quando o quadro evolui para o declínio da função cognitiva subjetivo os sintomas são aparentes, porém não são evidentes o suficiente para a realização do diagnóstico. 

Nessa fase é comum esquecer onde você colocou as coisas, ter lapsos de memória, esquecer compromissos, nome de pessoas e ter dificuldade de se manter focado. 

Dano Cognitivo Brando

É uma fase intermediária entre o declínio cognitivo do envelhecimento normal e o surgimento de uma doença neurodegenerativa, como a demência. Esse estágio tem sintomas mais notáveis, que impactam a vida diária. Os principais sinais são:

  • Perder-se em uma região conhecida;
  • Ler e não absorver a informação;
  • Perder objetos com frequência;
  • Ter dificuldade de socializar;
  • Esquecer nomes e palavras;
  • Ter dificuldade nos estudos ou no trabalho;

Declínio cognitivo moderado

Nessa fase do declínio cognitivo os sintomas já são totalmente aparentes em exames médicos. À medida que esta fase progride para um declínio cognitivo grave ou demência moderada, a pessoa não consegue mais viver de forma independente. Os principais sinais são:

  • Dificuldade de lembrar da própria história;
  • Perda da habilidade de cuidar das finanças, trabalhar e viajar sozinho;
  • Negação da condição;
  • Dificuldade de lembrar rostos, tempo, localização e locais familiares;
  • Problemas de concentração;
  • Desorientação sobre lugar e tempo;
  • Perda da habilidade de se vestir sozinho;

Dano cognitivo grave

A partir desse estágio, o estado cognitivo do indivíduo apenas se deteriora. Isso significa que o paciente pode perder a habilidade de ler, escrever e até mesmo falar. Nesses casos a pessoa precisa de suporte para ter qualidade de vida e não sofrer acidentes. É comum que com o avanço da condição as habilidades motoras do paciente também parem.

Os sintomas desse estágio são:

  • Dificuldade de contar;
  • Não conseguir viver sozinho;
  • Ações obsessivas; 
  • Ansiedade;
  • Dificuldade de lembrar do passado;
  • Perda da noção de tempo, localização e razão;
Consumo excessivo de alimentos ultraprocessados pode aumentar risco de declínio cognitivo

Quais as causas e fatores de risco do declínio cognitivo?

O declínio cognitivo é resultado da morte e do enfraquecimento das células neurais, já que com o tempo o corpo para de realizar a autofagia celular. As principais causas da morte neural incluem:

Os fatores de risco para o desenvolvimento de declínio cognitivo são os mais diversos, e incluem:

  • Hipertensão;
  • Hábito de fumar;
  • Uso excessivo de álcool;
  • Idade;
  • Prática insuficiente de atividade física;
  • Obesidade;
  • Perda de audição;
  • Insônia;
  • Doença arterial coronariana;
  • Depressão;
  • Genética e histórico familiar;

Como diagnosticar declínio cognitivo?

Para saber se o paciente apresenta declínio cognitivo, o profissional de saúde deve prescrever exames e análises físicas e neurológicas. As testagens para a condição costumam levar de três a 15 minutos, sendo elas:

Caso algum desses exames apontem comprometimento cognitivo, o paciente será encaminhado para testagens neuropsicológicas, para que seja feito o diagnóstico. Os testes mais comuns para esse caso são:

  • Mini exame do estado mental 
  • Avaliação cognitiva de Montreal 
  • Questionário de défice cognitivo auto-referido da Academia Sahlgrenska 
  • Escala de avaliação da demência clínica 
  • Questionário subjetivo de declínio cognitivo 
  • Teste de declínio cognitivo de 6 itens 
  • Questionário sobre queixas de memória 
  • Teste cognitivo breve de Hong Kong 

Exames de sangue e de imagem podem ser prescrevidos para descobrir se o que causa o comprometimento é hipotireoidismo, derrame ou tumor cerebral.

Quando começa o declínio cognitivo?

Apesar de existirem casos raros de diagnóstico precoce, a maioria dos quadros começa após a meia idade. Alguns estudos apontam que o declínio cognitivo moderado pode afetar 6% das pessoas entre 60 e 64 anos e mais de 25% das pessoas de 80 a 84 anos.

Em uma pesquisa, com mais 29 mil voluntários com demência, foi determinado que a idade média para o surgimento dos sintomas de declínio cognitivo é 73 anos para mulheres e 70 para homens. Entretanto, outras análises apontam que pessoas não-brancas e aquelas com baixo nível educacional são propensas a desenvolver a condição um pouco mais cedo. Por volta de dois a seis anos antes da média para pessoas brancas e com os estudos concluídos.

Como prevenir o declínio cognitivo?

O declínio cognitivo leve é uma característica normal do envelhecimento. Entretanto, existem formas de evitar o avanço dos sintomas. Isso significa que você pode adotar hábitos que reduzem o comprometimento de sua saúde neurológica, como:

  • Se exercitar regularmente;
  • Ter uma dieta balanceada;
  • Controlar a diabetes, pois ela é uma das causas da condição;
  • Tratar hipertensão e perda auditiva, outros fatores de risco;
  • Treinar o cérebro através de estudos ou jogos, como palavras cruzadas;
  • Fazer terapia para tratar transtornos que podem evoluir para o comprometimento cognitivo;
  • Se manter socialmente ativo;
  • Evitar o consumo de álcool;
  • Pare de fumar.
Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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