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O aumento do gás natural reflete sua importância para atender à demanda crescente por eletricidade, especialmente com a expansão de data centers e a popularização de veículos elétricos

A expansão das energias solar e eólica nos Estados Unidos atingiu marcos históricos em 2024, superando pela primeira vez a geração de energia a carvão em um ano inteiro. No entanto, as emissões de dióxido de carbono (CO2) do setor elétrico continuaram a subir, impulsionadas pelo aumento acelerado do uso de gás natural e pela crescente demanda por eletricidade. Esse cenário revela um paradoxo no combate às mudanças climáticas: mesmo com o avanço das fontes renováveis, a transição para uma economia de baixo carbono ainda enfrenta obstáculos significativos.

Dados da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA) mostram que a energia eólica e solar em larga escala geraram 669 terawatts-hora (TWh) em 2024, ultrapassando os 652 TWh produzidos pelo carvão. Quando incluída a geração solar térmica e em pequena escala, as renováveis alcançaram 756 TWh. Há uma década, o carvão dominava quase 40% da matriz energética do país, enquanto eólica e solar representavam menos de 5%. Agora, essas fontes respondem por 15,5% da geração total, superando os 15,2% do carvão.

O crescimento das renováveis foi impulsionado por um recorde na instalação de capacidade solar, com 30 gigawatts (GW) adicionados em 2024, superando os 19 GW de 2023. A energia eólica, por sua vez, acrescentou 5 GW, o menor volume desde 2014. Enquanto isso, o carvão registrou apenas 4,5 GW de desativações, o menor número desde 2011. Apesar desses avanços, o gás natural emergiu como o grande vilão climático. Sua geração cresceu 66% na última década, adicionando 738 TWh, enquanto eólica e solar, embora tenham aumentado 240%, somaram apenas 471 TWh.

O aumento do gás natural reflete sua importância para atender à demanda crescente por eletricidade, especialmente com a expansão de data centers e a popularização de veículos elétricos. No ano passado, a geração total de energia subiu 3%, impulsionada por um verão quente e pelo avanço da tecnologia. Esse cenário fez com que as emissões de CO2 do setor elétrico permanecessem praticamente estáveis, em 1,54 bilhão de toneladas, apenas 1,3% acima do registrado em 2023.

Especialistas alertam que, sem políticas mais robustas para limitar o uso de combustíveis fósseis, as emissões podem estagnar ou até aumentar. A substituição do carvão pelo gás natural, embora tenha reduzido as emissões no passado, está perdendo eficácia. Com a demanda por energia projetada para crescer rapidamente nos próximos anos, a dependência do gás pode se tornar um entrave para alcançar metas climáticas mais ambiciosas.

O cenário atual também reflete contradições nas políticas energéticas. Enquanto o governo federal prioriza a expansão da infraestrutura de gás natural para atender à demanda, o setor de renováveis avança de forma desigual, com a energia solar liderando o caminho. A falta de uma estratégia integrada para reduzir as emissões e promover fontes limpas pode comprometer os esforços para combater as mudanças climáticas.

O desafio, portanto, não está apenas em ampliar a capacidade das energias renováveis, mas em garantir que elas substituam efetivamente os combustíveis fósseis. Enquanto o gás natural continuar a crescer em ritmo acelerado, o setor elétrico permanecerá como a principal fonte de poluição climática nos Estados Unidos, dificultando a transição para um futuro sustentável.


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