Há novidades em relação às pesquisas que podem ajudar a controlar a dengue
A dengue é um problema epidemiológico muito sério no Brasil. Este ano, o número de casos mais que dobrou em relação ao ano passado. Já escrevemos sobre alternativas no combate ao mosquito transmissor, além de algumas sugestões de repelentes caseiros e plantas que ajudam a afastar insetos.
Há uma pesquisa em andamento na cidade de São Carlos (SP), cujo coordenador é o pesquisador e professor da USP Vanderlei Bagnato, e que pode ser muito útil no combate ao Aedes aegypt (mosquito transmissor da dengue e da chikungunia).
Um composto extraído da raiz do açafrão-da-índia (Curcuma longa L.), a curcumina, é um corante que possui propriedades fotodinâmicas naturais e, na presença de luz, induz a produção de espécies reativas de oxigênio, que são extremamente tóxicas. As larvas do Aedes aegypt são transparentes, tornando-as muito sensíveis ao efeito fotodinâmico. Desta maneira, o corante à base de curcumina é colocado na água com larvas que se acumula no intestino delas. Em contato com a luz, ocorre essa indução que produz moléculas de oxigênio singlete, destruindo a larva desde seu interior.
A curcumina também está sendo testada no combate a fungos que causam micose de unha, na descontaminação bucal e no tratamento de úlceras venosas.
No caso específico do combate à larva do mosquito, a pesquisa ainda está em fase de testes. Experimentos foram feitos com luz solar, luz branca comum e luz de LED azul. O melhor resultado foi com a solar e, mesmo em dias nublados, a mortalidade das larvas foi significativa. A pesquisa agora verifica se as substâncias resultantes da fragmentação fotoquímica da curcumina são inofensivas a outros seres vivos.
O composto à base de curcumina se degenera em 24 horas, logo, sua aplicação teria de ser periódica caso esse método na prevenção de doenças causadas por esse mosquito seja adotado.