Dentistas prestam serviços gratuitos a refugiados no Rio de Janeiro

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Ingrid e Júlia Cocchiarale Pepino tiveram a ideia depois de acessarem as redes sociais do Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio

A venezuelana Vincent Hernández (centro) foi uma das dez pessoas atendidas pelas dentistas Ingrid e Júlia desde que elas iniciaram o serviço gratuito, em julho. Foto: Caritas RJ

Duas irmãs dentistas do Rio de Janeiro abriram as portas da clínica odontológica onde trabalham, na zona norte da cidade, para atender gratuitamente pessoas em situação de refúgio. Ingrid e Júlia Cocchiarale Pepino tiveram a ideia depois de acessarem as redes sociais do Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio (Pares), da Cáritas do Rio.

“Nos sensibilizamos e procuramos oferecer ajuda com algo que estivesse ao nosso alcance”, conta Júlia. O relato é da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

Elas entraram em contato com a Cáritas RJ que, através do setor de Integração, passou a fazer o trabalho de mediação. Quando os refugiados relatam a necessidade de atendimento dentário, as assistentes sociais mencionam o serviço gratuito oferecido pelas irmãs e fazem o agendamento, de acordo com a disponibilidade das dentistas.

O trabalho começou em julho deste ano, com pelo menos quatro horários reservados na clínica por semana. Deste então, o estabelecimento recebeu cerca de dez pessoas refugiadas. Uma delas foi Vincent Hernández, pedagoga venezuelana de 33 anos. Ela sofre de bruxismo e encontrou no consultório boa acolhida e serviço dedicado.

“São duas dentistas jovens, um exemplo de empatia e consciência diante da vulnerabilidade dos refugiados. Foi um trabalho rápido, feito com muito amor, que melhorou minha saúde e qualidade de vida”, elogia a paciente.

Além do sentimento de dever cumprido, as irmãs dentistas lembram com carinho de algumas histórias que ouviram durante o atendimento. “Uma das mais marcantes foi a de um casal de dentistas venezuelanos que teve que largar tudo e vir ao Brasil. Aqui, ainda não podem exercer a profissão, mas nós acabamos nos identificando”, recorda Julia.

A coordenadora de Integração do PARES Cáritas RJ, Débora Alves, destaca a importância da oferta gratuita desse tipo de serviço. Segundo ela, geralmente, o atendimento odontológico fica em segundo plano devido ao custo elevado. Além disso, o serviço não está amplamente disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), o que acarreta um aumento do tempo de espera.

“Facilitar o atendimento odontológico é garantir o cuidado em saúde, que melhora a autoestima e é essencial também para apresentação para o mercado de trabalho”, explica Débora.


Fonte: ONU Brasil

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