Depressão infantil: sintomas e tratamento

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A depressão infantil (CID10: F93) é uma condição que pode afetar crianças no primeiro ano de vida até a adolescência. Entretanto, algumas vezes, é um quadro negligenciado. Isso se dá pela crença que crianças não podem ter o transtorno, e que a faixa etária as torna mais propensas a mudanças emocionais. Porém, a depressão não afeta apenas uma faixa etária,  ela pode atingir desde crianças até adolescentes e adultos. 

Para saber mais sobre os sintomas e tratamento de depressão em adultos, confira a matéria: “O que é depressão e seus sintomas”. 

Quando os sinais de tristeza e desânimo em uma criança se tornarem mais constantes do que os dias bons, é preciso ficar de olho. A depressão infantil pode interferir nas atividades sociais, nos interesses, na escola, e na vida familiar de uma criança ou jovem, impossibilitando uma infância e adolescência saudável. 

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Sintomas da depressão infantil 

  • Tristeza ou desânimo constante;
  • Irritabilidade e raiva que não vão embora;
  • Perda de interesse em coisas que costumava gostar;
  • Sentimento de cansaço durante a maior parte do tempo;
  • Insônia;
  • Indecisão;
  • Baixa interação familiar e social;
  • Falta de autoconfiança;
  • Mudança de apetite — comer menos ou comer demais;
  • Não conseguir relaxar ou estar tenso o tempo todo;
  • Apatia;
  • Ideação suicida;
  • Prática de automutilação — cortar-se, machucar-se, fazer uso excessivo de drogas e se automedicar propositalmente;
  • Desesperança;
  • Dificuldade de concentração;
  • Dores físicas, como dor de cabeça e no estômago, que não vão embora com o tratamento físico;
  • Sentimento de culpa exagerado.

Cada quadro de depressão na infância é único, ou seja, nem todas as pessoas vão ter o mesmo sintomas ou apresentá-los todos de uma vez. É preciso prestar atenção nos quadros depressivos, assim é possível notar os sinais que vão aparecendo com o tempo. Certifique-se de fornecer acompanhamento médico para o seu filho, assim é possível ter uma opinião profissional sobre o assunto. 

Crianças acima de 12 anos de idade também tendem a fazer o uso de drogas e álcool para poder lidar com seus sintomas. Mesmo que a ideação suicida seja um sinal presente em qualquer idade, até mesmo aos 3 anos, é mais comum que o jovem tente colocar em prática sua ideação depois dos 10-12 anos. 

Ligue 188: Centro de Valorização à Vida (CVV)

Se você, ou alguém que conhece, estiver tendo pensamentos recorrentes ligados ao suicidio, ou pretende praticar algum tipo de automutilação, é possível conversar com um voluntário do CVV ligando para 188 de todo o território nacional, 24 horas todos os dias de forma gratuita.

Causas da depressão infantil 

Não existe uma única causa para a depressão infantil. Às vezes, diversos fatores de risco se juntam e acabam abrindo espaço para o transtorno se desenvolver na criança. Alguns dos gatilhos para a depressão infantil são:

  • Problemas familiares
  • Bullying
  • Abuso físico, emocional e sexual
  • Traumas ou luto
  • Outras condições físicas e emocionais
  • Histórico de depressão na família

A depressão genética não necessariamente se desenvolve na criança, no entanto, ela pode ser desencadeada por algum evento traumático. Algumas pessoas têm tendência a desenvolverem depressão, devido a  problemas pessoais ou histórico familiar, mas isso não significa que elas irão ter o transtorno em sua vida. 

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Meu filho apresenta sinais de depressão, o que  fazer?

Se o seu filho ou alguma criança do seu círculo social  apresenta os sintomas de depressão infantil, é fundamental que você tente dialogar. Esse movimento pode ser um pouco difícil, mas, ofereça espaço para que a criança se sinta confortável em falar e de suporte sempre que for necessário.

Caso ela não queira se abrir com você a respeito de seus sintomas e sentimentos, disponha a possibilidade de conversar com outro adulto que seja de sua confiança. Professores da escola, um irmão, um primo, um tio, converse com os adultos próximos da criança e peça ajuda para manter o diálogo aberto sobre a depressão infantil. 

É importante que você ofereça suporte, conforto, carinho e amor ao conversar com seu filho sobre a condição. Não julgue-o e ouça tudo que ele tiver para falar. Atitudes agressivas ou apáticas podem fazer com que o jovem se distancie e não queira falar sobre seus sintomas e pensamentos.

Casos de depressão infantil podem ser confundidos com dores de crescimento emocionais, quando uma criança começa apresentar alteração de humor devido às mudanças em seu corpo. Porém, é necessário manter uma relação de confiança, honesta, para certificar-se de que os sinais não irão se desenvolver em quadros de depressão.  

Tratamento da depressão infantil 

O tratamento da depressão infantil pode ser realizado com Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e uso de medicamentos psiquiátricos. Se você acha que seu filho tem depressão, leve-o ao pediatra. O médico vai conversar com ele e verificar os sintomas comuns por meio de um teste. Depois disso, se houver presença de sintomas, a criança é encaminhada ao psicólogo ou psiquiatra. 

Para fazer o diagnóstico final, o psicólogo ou psiquiatra irá conversar com os pais e a criança. Ele pode pedir por uma conversa particular com seu filho, com intuito de ouvir coisas que ele não falaria na frente dos pais. Além disso, o profissional pode optar por ouvir os pais na companhia da criança ou em particular.

É comum que para tratar a depressão infantil a criança tenha que visitar o terapeuta uma vez por semana, ou uma vez a cada 15 dias. Quem escolhe a frequência das visitas é o profissional da saúde, de acordo com o quadro que lhe foi apresentado. Levar seu filho para as visitas é fundamental para que ele consiga vencer o quadro psicológico. 

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Uso de medicamentos

Os tratamentos de depressão infantil podem fazer o uso de medicamentos. Os remédios que são usados para tratar os sintomas da condição são antidepressivos, que aumentam os níveis de serotonina no cérebro. Essa ação é importante pois a serotonina é o hormônio que ajuda a aumentar os sentimentos de felicidade e bem-estar. 

Por outro lado, profissionais da saúde mental preferem não medicar a criança logo de início. Os remédios são usados apenas em casos onde a terapia cognitivo comportamental não gera resultados. 

Como evitar a depressão infantil 

É difícil dizer que existe uma forma de evitar a depressão infantil. O melhor a fazer é ser uma figura parental que oferece suporte e carinho à criança. Esteja, sempre que possível, presente na vida de seu filho e tente ser compreensivo com os seus sentimentos. 

Quando a criança passar por um momento traumatizante, leve-a ao psicólogo e garanta todo o suporte necessário para lidar com o problema, seja na escola ou no grupo de amigos.  

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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