A depressão infantil (CID10: F93) é uma condição que pode afetar crianças no primeiro ano de vida até a adolescência. Entretanto, algumas vezes, é um quadro negligenciado. Isso se dá pela crença que crianças não podem ter o transtorno, e que a faixa etária as torna mais propensas a mudanças emocionais. Porém, a depressão não afeta apenas uma faixa etária, ela pode atingir desde crianças até adolescentes e adultos.
Para saber mais sobre os sintomas e tratamento de depressão em adultos, confira a matéria: “O que é depressão e seus sintomas”.
Quando os sinais de tristeza e desânimo em uma criança se tornarem mais constantes do que os dias bons, é preciso ficar de olho. A depressão infantil pode interferir nas atividades sociais, nos interesses, na escola, e na vida familiar de uma criança ou jovem, impossibilitando uma infância e adolescência saudável.
Cada quadro de depressão na infância é único, ou seja, nem todas as pessoas vão ter o mesmo sintomas ou apresentá-los todos de uma vez. É preciso prestar atenção nos quadros depressivos, assim é possível notar os sinais que vão aparecendo com o tempo. Certifique-se de fornecer acompanhamento médico para o seu filho, assim é possível ter uma opinião profissional sobre o assunto.
Crianças acima de 12 anos de idade também tendem a fazer o uso de drogas e álcool para poder lidar com seus sintomas. Mesmo que a ideação suicida seja um sinal presente em qualquer idade, até mesmo aos 3 anos, é mais comum que o jovem tente colocar em prática sua ideação depois dos 10-12 anos.
Se você, ou alguém que conhece, estiver tendo pensamentos recorrentes ligados ao suicidio, ou pretende praticar algum tipo de automutilação, é possível conversar com um voluntário do CVV ligando para 188 de todo o território nacional, 24 horas todos os dias de forma gratuita.
Não existe uma única causa para a depressão infantil. Às vezes, diversos fatores de risco se juntam e acabam abrindo espaço para o transtorno se desenvolver na criança. Alguns dos gatilhos para a depressão infantil são:
A depressão genética não necessariamente se desenvolve na criança, no entanto, ela pode ser desencadeada por algum evento traumático. Algumas pessoas têm tendência a desenvolverem depressão, devido a problemas pessoais ou histórico familiar, mas isso não significa que elas irão ter o transtorno em sua vida.
Se o seu filho ou alguma criança do seu círculo social apresenta os sintomas de depressão infantil, é fundamental que você tente dialogar. Esse movimento pode ser um pouco difícil, mas, ofereça espaço para que a criança se sinta confortável em falar e de suporte sempre que for necessário.
Caso ela não queira se abrir com você a respeito de seus sintomas e sentimentos, disponha a possibilidade de conversar com outro adulto que seja de sua confiança. Professores da escola, um irmão, um primo, um tio, converse com os adultos próximos da criança e peça ajuda para manter o diálogo aberto sobre a depressão infantil.
É importante que você ofereça suporte, conforto, carinho e amor ao conversar com seu filho sobre a condição. Não julgue-o e ouça tudo que ele tiver para falar. Atitudes agressivas ou apáticas podem fazer com que o jovem se distancie e não queira falar sobre seus sintomas e pensamentos.
Casos de depressão infantil podem ser confundidos com dores de crescimento emocionais, quando uma criança começa apresentar alteração de humor devido às mudanças em seu corpo. Porém, é necessário manter uma relação de confiança, honesta, para certificar-se de que os sinais não irão se desenvolver em quadros de depressão.
O tratamento da depressão infantil pode ser realizado com Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e uso de medicamentos psiquiátricos. Se você acha que seu filho tem depressão, leve-o ao pediatra. O médico vai conversar com ele e verificar os sintomas comuns por meio de um teste. Depois disso, se houver presença de sintomas, a criança é encaminhada ao psicólogo ou psiquiatra.
Para fazer o diagnóstico final, o psicólogo ou psiquiatra irá conversar com os pais e a criança. Ele pode pedir por uma conversa particular com seu filho, com intuito de ouvir coisas que ele não falaria na frente dos pais. Além disso, o profissional pode optar por ouvir os pais na companhia da criança ou em particular.
É comum que para tratar a depressão infantil a criança tenha que visitar o terapeuta uma vez por semana, ou uma vez a cada 15 dias. Quem escolhe a frequência das visitas é o profissional da saúde, de acordo com o quadro que lhe foi apresentado. Levar seu filho para as visitas é fundamental para que ele consiga vencer o quadro psicológico.
Os tratamentos de depressão infantil podem fazer o uso de medicamentos. Os remédios que são usados para tratar os sintomas da condição são antidepressivos, que aumentam os níveis de serotonina no cérebro. Essa ação é importante pois a serotonina é o hormônio que ajuda a aumentar os sentimentos de felicidade e bem-estar.
Por outro lado, profissionais da saúde mental preferem não medicar a criança logo de início. Os remédios são usados apenas em casos onde a terapia cognitivo comportamental não gera resultados.
É difícil dizer que existe uma forma de evitar a depressão infantil. O melhor a fazer é ser uma figura parental que oferece suporte e carinho à criança. Esteja, sempre que possível, presente na vida de seu filho e tente ser compreensivo com os seus sentimentos.
Quando a criança passar por um momento traumatizante, leve-a ao psicólogo e garanta todo o suporte necessário para lidar com o problema, seja na escola ou no grupo de amigos.
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