Imagem de Vladislav Muslakov no Unsplash
O sexo proporciona diversos benefícios à saúde, como diminuição de estresse psicológico e de ansiedade, traz felicidade, melhora o aspecto da pele, alivia cólicas e TPM, aumenta a imunidade, ajuda a queimar calorias e até diminui riscos de infarto. Mas nem tudo são flores. Você já ouviu falar sobre disforia pós-sexo, depressão pós-sexo — também conhecida como disforia pós-coito?
Muitas mulheres e alguns homens podem sentir depressão, sensação de vazio, ansiedade, agressividade com os parceiros e até chorar após o ato em si. E isso não é “frescura”… Em um estudo sobre os sintomas negativos baseando-se em respostas on-line de 230 participantes do sexo feminino, 46% das mulheres relataram já ter experienciado algum dos sintomas pelo menos uma vez na vida após a relação sexual.
Além disso, inicialmente, a maioria dos estudos sobre disforia pós-sexo era focada no sexo feminino. Entretanto, em um estudo divulgado pelo Journal of Sex Marital Therapy, psicólogos da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, entrevistaram 1.208 homens de diferentes países. Este trabalho revelou que os homens também sofrem com os sintomas, sendo que mais de 40% dos participantes declararam ter sentido depressão pós-sexo em algum momento de suas vidas.
Existe uma ampla gama de sensações que podem ser vivenciadas durante a depressão pós-sexo. Em geral, qualquer sintoma negativo que ocorre imediatamente após o orgasmo.
Os sintomas são sentidos por ambos homens e mulheres e, em alguns casos, ocorrem mesmo após uma ótima relação. São eles:
Ainda não se sabe ao certo com o que a depressão pós-sexo está ligada, mas os pesquisadores têm indícios de que ela pode estar relacionada ao cérebro e às substâncias químicas que ele libera durante ou após a relação sexual. Supõe-se que seja um processo hormonal na amígdala neural.
Depois do orgasmo, o cérebro libera serotonina e endorfina, ligadas à sensação de prazer – a hipótese levantada é que o excesso dessas substâncias pode promover o efeito contrário quando os efeitos positivos terminam, causando disforia. Outros estudos apontam que o excesso do hormônio prolactina também pode desencadear sentimentos negativos. Também há estudos que relacionam o comportamento a questões evolutivas.
Mas também não se pode diminuir a influência social da depressão pós-sexo. Fatores como educação familiar muito rígida, contextos familiar e cultural e a religião seguida pelo indivíduo podem ter um peso significativo, pois algumas pessoas sentem culpa ou frustração após o sexo devido a pressões morais oriundas das influências citadas.
Fatores psicológicos também precisam ser levados em conta, como abusos sexuais sofridos no passado, inseguranças, desequilíbrios neuroquímicos e hormonais e até uma avaliação negativa sobre o próprio desempenho na cama.
“A disforia pode ser ainda produto de uma educação sexual muito opressiva, em que o sexo possa gerar questionamentos ou angústia para a pessoa”, disse o médico Fernando Rosero, especialista em saúde sexual, à BBC News Mundo.
Converse com seu parceiro ou parceira sobre como você se sente para que seja mais fácil de superar o problema. Amigos também podem ajudar na questão. Outra dica é conhecer seu próprio corpo (toque-se e descubra seus sentimentos e emoções – se algo te aflige, pare e procure entender a razão). Na hora de fazer sexo, procure esquecer os demais problemas da vida… Foque no momento!
Consultar um especialista também é recomendado. Procure uma médica ou médico e conte o que está ocorrendo. Assim, será possível saber se os problemas são emocionais, hormonais ou ambos.
É importante, também, poder diferenciar a condição e atitudes problemáticas. Existe uma diferença entre ficar irritada e agir de forma abusiva após as relações sexuais. Caso seja vítima de algum tipo de abuso, procure ajuda.
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