As embalagens plásticas estão por todo lado. Elas são compostas por vários tipos de plástico, como PET, BOPP, PEBD (Polietileno de baixa densidade) e PVC. No entanto, cerca de 35% dos plásticos produzidos são usados apenas uma única vez e a maioria dos resíduos são destinados incorretamente. Como consequência, cerca de 10% do material vai para os oceanos.
Dessa forma, o descarte incorreto de embalagens plásticas é comum e extremamente prejudicial ao meio ambiente. Essa prática contribui para a poluição plástica, liberando microplásticos e nanoplásticos na natureza, o que pode causar danos irreversíveis à saúde e ao meio ambiente.
A notícia boa é que grande parte dos plásticos podem ser mecanicamente reciclados e reaproveitados. Entenda como fazer o descarte de embalagens plásticas corretamente.
A destinação de plásticos no lixo comum pode levar essas embalagens até lixões e aterros sanitários, liberando substâncias nocivas. Além disso, muitas embalagens são jogadas no chão, sendo levadas até bueiros, esgotos e oceanos.
A embalagem plástica em sua forma original pode chegar aos oceanos e ser ingerida por animais marinhos, como tartarugas. Como resultado, muitas tartarugas podem morrer por asfixia ou por efeitos nocivos do plástico no organismo.
Além disso, muitos plásticos podem se juntar à rochas ou serem confundidos como uma. Esse é o caso dos piroplásticos (plásticos derretidos que se assemelham a pedras), dos plastiglomerados (acúmulo de plásticos derretidos, sedimentos e fragmentos de basalto) e do plastitar (uma mistura de microplásticos com alcatrão)
Com os efeitos da exposição solar, da oxidação, da ação física, como animais, ondas e choques mecânicos, o plástico que chega no oceano ou no ambiente terrestre vai gradualmente se fragmentando e se transformando em microplástico.
Os microplásticos atuam como captadores de poluentes orgânicos persistentes (POPs) altamente nocivos. Os POPs são tóxicos e estão diretamente ligados a disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas. Eles ficam durante muito tempo no ambiente e, uma vez ingeridos, têm a capacidade de se fixarem na gordura do corpo, no sangue e nos fluidos corporais de animais e humanos.
Alguns riscos da ingestão de microplásticos para a saúde animal incluem:
Além disso, existem registros de microplásticos encontrados no sangue, placenta, fígado, pulmões e outros órgãos do organismo humano.
Por outro lado, um estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst e da Universidade Shandong, na China, mostrou que os microplásticos presentes no solo podem reduzir a biomassa total das plantas. Isso tem influência direta no rendimento e valor nutricional das safras.
No contexto das mudanças climáticas, um estudo publicado na revista Nature revelou que os microplásticos e nanoplásticos presentes na atmosfera podem viajar milhares de quilômetros e afetar a formação de nuvens. Isso significa que eles também têm o potencial de interferir na temperatura, precipitação e mudanças climáticas.
A primeira coisa a se fazer na hora de descartar embalagens plásticas é se atentar à coleta seletiva. É importante entender como ela funciona e as cores dos cestos de lixo e das lixeiras. Você já sabe de cor estas cores? Não? Então dê uma olhada no vídeo do Portal eCycle:
Mas atenção: lave as embalagens com água de reúso para que não sobrem restos dos produtos, principalmente no caso de detergentes, gorduras, restos alimentares e xampus, que podem dificultar a triagem e o aproveitamento do material. No caso de embalagens com tampas, retire-as.
Não basta separar e embalar, é preciso dar um destino adequado. Procure o serviço de coleta seletiva da sua prefeitura para obter as informações necessárias.
Pontos de coleta seletiva são uma alternativa à coleta feita na porta de casa. Os postos de coleta seletiva, que podem ser mantidos por prefeituras ou iniciativa privada, são áreas instaladas em local adequado para o recebimento de descartes.
Para saber quais são os postos de coleta mais próximos de sua residência, acesse os mecanismos de busca gratuitos do Portal eCycle.
Após a coleta e triagem, o próximo processo é a reciclagem. O tipo mais comum de reciclagem é a reciclagem mecânica, em que os plásticos recicláveis são triturados e transformados em pequenos grânulos. Assim, eles podem ser utilizados na produção de novos materiais, como sacos de lixo, pisos, mangueiras, embalagens não-alimentícias, peças de automóveis, entre outros.
No entanto, existem outros tipos de reciclagens que não são tão difundidas no Brasil devido a impasses econômicos. Eles incluem a reciclagem química e a reciclagem energética.
Infelizmente, ainda há certos tipos de plásticos não recicláveis ou que possuem um processo de reciclagem difícil. Um exemplo comum no setor de embalagens plásticas é o plástico BOPP. Ele é um filme plástico encontrado em embalagens de salgadinhos, biscoitos, sopas instantâneas, barrinhas de cereais, chocolates, rótulos de garrafas PET, entre outros.
De acordo com a prefeitura da cidade de São Paulo, por exemplo, o material é considerado não reciclável e acaba não sendo coletado pelos catadores e cooperativas vinculadas à instituição. Apesar disso, o BOPP não deixa de ser reciclável.
O baixo índice de reciclagem desse material se deve a falta de identificação correta e a inviabilidade econômica acerca das possibilidades de reaproveitamento.
No entanto, mesmo não sendo reciclados, ainda é importante realizar o descarte correto desse material. Além disso, você também pode contribuir evitando certos tipos de embalagens que têm sua reciclagem dificultada ou realizar o upcycle delas de uma maneira criativa!
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