Entender como fazer o descarte de lixo eletrônico corretamente é importante para evitar danos ao meio ambiente e à saúde pública. A má disposição desses materiais pode resultar em contaminação por metais pesados e substâncias tóxicas, além da poluição do ar.
Lixo eletrônico, Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) ou e-lixo – também conhecido como e-waste em inglês – são equipamentos eletrônicos que já não tem utilidade aos usuários. Esses resíduos abrangem desde dispositivos pequenos, como fones de ouvido e pilhas, até aparelhos mais complexos, como computadores e smartphones. Diferentemente do lixo comum, o lixo eletrônico é perigoso devido aos seus componentes tóxicos e poluentes.
O descarte de lixo eletrônico é impulsionado pela obsolescência programada, uma estratégia que visa incentivar a substituição desnecessária de aparelhos eletrônicos. Deste modo, ocorre um aumento significativo no volume de lixo eletrônico, gerando maiores riscos de impacto ambiental.
Para evitar o agravamento destes impactos, o descarte correto e posterior reciclagem devem ser adotados em larga escala. Neste sentido, é preciso que o consumidor esteja ciente de sua responsabilidade com o descarte correto do lixo eletrônico que produz.
Existem diferentes tipos de lixo eletrônico, como computadores, telefones celulares, tablets, fones de ouvido, pilhas, baterias e outros equipamentos eletrônicos. Estes contêm uma variedade de materiais, como plástico, metais, vidro e circuitos eletrônicos [1].
Além disso, muitos desses dispositivos contêm substâncias tóxicas, como mercúrio, chumbo, cádmio, arsênio, berílio, retardantes de chama bromados, entre outros [2]. Essas substâncias podem contaminar o meio ambiente se os dispositivos forem descartados e tratados de maneira inadequada.
Por exemplo, quando o lixo eletrônico é queimado, pode gerar componentes tóxicos e, algumas vezes, carcinogênicos. Dentre eles estão: dioxinas, furanos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), hidrocarbonetos aromáticos polialogenados e cloreto de hidrogênio [3].
Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO), o lixo eletrônico é a corrente de resíduos sólidos que mais cresce no mundo. Em 2019, estima-se que 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrônico foram produzidas globalmente. Contudo, apenas 17,4% foram documentadas como coletadas e recicladas formalmente [4].
Os impactos ambientais do descarte inadequado de lixo eletrônico são significativos. Quando descartados incorretamente, os componentes tóxicos presentes nos eletrônicos podem contaminar o solo, a água e o ar, comprometendo a saúde dos ecossistemas [5].
Além disso, os metais pesados contidos no e-lixo têm o potencial de causar danos sérios à saúde humana, sobretudo de crianças, mulheres grávidas e recicladores. Contudo, a contaminação direta afeta não apenas as pessoas, mas também a fauna e a flora [6].
Fazer o descarte correto do lixo eletrônico é crucial para evitar esses impactos negativos. A logística reversa, estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) desde 2010, busca estruturar o gerenciamento desses resíduos.
A responsabilidade pela logística reversa é compartilhada entre fabricantes, importadores, comerciantes, distribuidores e consumidores. Neste sentido, a participação ativa dos consumidores é fundamental para o sucesso desse processo, garantindo o descarte adequado em locais específicos [7].
Primeiramente, é fundamental reconhecer o tipo específico de resíduo eletrônico, uma vez que cada categoria exige métodos distintos de coleta e reciclagem. Assim, é necessário encaminhá-los para locais apropriados conforme sua classificação.
Ao descartar produtos eletrônicos, é crucial fazê-lo de maneira integral, desligando-os e garantindo que estejam limpos. Evite desmontar os aparelhos, e, especialmente, não remova as baterias de lítio de celulares e notebooks durante o processo.
Além disso, é aconselhável que os consumidores realizem a separação cuidadosa de pilhas e baterias dos demais resíduos eletrônicos, pois estes itens requerem processos de reciclagem específicos.
A coleta de lixo eletrônico é uma iniciativa essencial para garantir o descarte adequado desses resíduos. Os pontos de coleta de lixo eletrônico são locais estrategicamente designados para receber esses materiais. Consulte o mecanismo de busca gratuito do Portal eCycle para saber onde descartar o lixo eletrônico.
Existem diversas organizações que colaboram na criação desses pontos, facilitando o acesso dos cidadãos. A conscientização sobre a importância desses locais é crucial para incentivar as pessoas a fazerem o descarte adequado de seus eletrônicos.
Dentro dos eletrônicos descartados, encontram-se matérias-primas valiosas, como ouro, prata, paládio, cobre e alumínio. Estes materiais podem ser reutilizados na fabricação de novos produtos, reduzindo a extração desnecessária de recursos naturais e preservando o meio ambiente. Além disso, o upcycle (criação de novos produtos a partir dos resíduos eletrônicos) pode gerar receita para as empresas, trazendo benefícios tanto ambientais quanto financeiros.
Ademais, a reciclagem contribui para a redução da quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários. Sendo assim, ela promove um ciclo mais sustentável de produção e consumo. Portanto, a destinação final correta do lixo eletrônico é fundamental para a proteção ambiental e promoção da saúde pública.
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