Para entender o conceito de design biofílico, é necessário entender o que é a biofilia. A palavra, de origem grega, combina as palavras “bio”, que significa “vida” e “philio”, que significa “amor” ou “carinho”. Desse modo, é um termo usado para indicar o amor pela vida ou sistemas vivos, comumente associado à natureza em geral.
Ele foi usado pela primeira vez pelo psicanalista Erich Fromm e, depois, pelo biólogo Edward O. Wilson, que acreditava em uma base biológica para os sentimentos positivos da humanidade em relação ao mundo natural.
Na arquitetura, o design biofílico é uma abordagem que busca conectar os ocupantes do edifício com a natureza, incorporando espaços urbanos e residenciais com fatores naturais. Muitas vezes, ele inclui componentes como iluminação e ventilação naturais e características da paisagem natural.
Um ambiente construído através dos princípios biofílicos pode aproveitar dos benefícios do meio ambiente à saúde e ao bem-estar físico e mental.
Em 2014, a Terrapin Bright Green (uma empresa de consultoria em sustentabilidade) publicou “Os 14 padrões de design biofílico: melhorando a saúde e o bem-estar no ambiente construído”.
Os princípios, também conhecidos como padrões, podem ser divididos em três categorias:
O design biofílico:
A espécie humana evoluiu durante mais de 99% da sua história em resposta adaptativa ao mundo natural e não a forças criadas ou artificiais pelo homem. No entanto, estima-se que os seres humanos passam a maior parte do tempo (cerca de 90%) em ambientes internos, como o ambiente de trabalho.
Portanto, a incorporação do design biofílico nesses espaços pode satisfazer desejos e necessidades inatas de entrar em contato com o meio ambiente, mesmo sem uma experiência direta.
A maximização da luz natural, por exemplo, pode ajudar a equilibrar o ritmo circadiano do corpo. Além disso, o uso de materiais naturais para decorar casas e outros espaços pode ajudar a reduzir o efeito de toxinas que contribuem para a poluição do ar interior.
A ventilação natural, com acesso ao ar livre também oferece benefícios à saúde. De fato, um estudo de 2016 comprovou a associação entre espaços verdes e uma respiração melhor. Foi observado que, em comparação com pessoas com menos vegetação em seus bairros, pessoas com acesso a espaços verdes tinham 34% menos probabilidade de morrer de doenças respiratórias.
De acordo com uma pesquisa de 2020, o design biofílico é capaz de reduzir os níveis de estresse e contribui para uma maior sensação de bem-estar aos seres humanos.
Similarmente, diversas pesquisas já comprovaram que a exposição ao meio ambiente pode contribuir para a saúde mental, até de modo indireto. A partir disso, alguns hospitais começaram a se adaptar ao meio ambiente, expondo pacientes a cenários verdes de “jardins de cura”.
“Pacientes com janelas de cabeceira com vista para árvores frondosas se curaram, em média, um dia mais rápido, precisaram de significativamente menos medicação para dor e tiveram menos complicações pós-cirúrgicas do que pacientes que viram uma parede de tijolos”, disse a autora Deborah Franklin ao Scientific American.
Uma pesquisa publicada em 2019 explorou os benefícios cognitivos da natureza e concluiu que áreas verdes próximas às escolas podem promover o desenvolvimento cognitivo em crianças, além de influenciar positivamente os comportamentos de autocontrole.
Além disso, notou-se que adultos que moram em locais com mais exposição à natureza mostram um maior funcionamento atencional do que aqueles que vivem em áreas com menor acesso a ambientes naturais.
Desse modo, por ser tão importante ao desenvolvimento cognitivo e ao funcionamento atencional, adotar os princípios do design biofílico no planejamento de ambientes de trabalho pode ser benéfico para a produtividade.
Ao identificar as características e condições de um design biofílico, é possível incorporar esse estilo em sua casa ou escritório com algumas dicas fáceis. Confira:
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