Desigualdade de gênero é um tipo de discriminação que tem base no gênero da pessoa. Esse tipo de discriminação acontece quando um gênero é privilegiado ou priorizado em relação ao outro no dia a dia. A desigualdade de gênero começa na infância e segue até a vida adulta, dificultando a vida de muita gente, principalmente garotas e mulheres.
No mundo, a desigualdade de gênero costuma estar relacionada a diferença de tratamento que existe entre homens e mulheres. Ativistas dos direitos humanos afirmam que para vencer esse obstáculo é preciso lutar pela igualdade de gênero. Assim, todas as pessoas seriam vistas como merecedoras das mesmas oportunidades de vida.
A discriminação de gênero é um dos resultados da desigualdade de gênero. Ela acontece quando ocorre qualquer tratamento desigual, incluindo privilégio e prioridade, com base na construção social de gênero.
Discriminação de gênero é uma ação proibida na maioria dos tratados de direitos humanos. No mundo todo existem leis que protegem as pessoas afetadas pela desigualdade de gênero. Em sua maioria, essas leis têm a função principal de proteger mulheres, indivíduos que costumam ser mais atacadas por esse tipo de preconceito.
Ao nascer, as crianças já enfrentam desigualdade de gênero. Isso porque existem normas que a sociedade acredita que devem ser seguidas por homens e mulheres. Essas regras ditam como essas pessoas têm acesso à educação, quais as oportunidades que elas terão e quais os caminhos que irão seguir em suas vidas, principalmente as do sexo feminino.
Tudo isso leva o nome de “normas de gênero”. Essas normas foram implantadas no dia a dia da sociedade através de uma cultura conservadora que enxerga o gênero como algo binário, restrito ao sexo feminino e masculino. Por isso, por muito tempo se pregou que o único papel das mulheres era cuidar da família e de seu marido, e o papel dos homens era ser o marido que provém renda e fica com todo o sucesso profissional.
Essa crença, que coloca todos que não são homens em um patamar inferior, e que também afeta a criação de meninos, acaba gerando desigualdade de gênero. Com diversas gerações transmitindo essas ideias no ensinamento de seus filhos, mesmo de forma inconsciente, até hoje essas ações deixam sequelas.
A desigualdade de gênero causa um impacto gigantesco na educação de mulheres e meninas no mundo todo. Elas são as que possuem menos acesso à educação em comparação aos homens. Cerca de ¼ das jovens entre 15 e 24 anos no mundo não chegam ao fim do ensino fundamental. As mulheres também fazem parte de ⅔ do número de pessoas analfabetas ao redor do globo, sendo 58% da população que não completa a educação básica.
Entre os fatores que causam essa desigualdade de gênero estão a pobreza, conflitos civis e outras formas de desvantagens sociais. Garotas que vivem em países em guerra tem duas vezes mais chances de abandonar os estudos do que garotos. Cerca de 9,7 milhões de crianças no mundo passam pelo risco de serem forçadas a saírem da escola, sendo as meninas as principais vítimas.
Algumas mulheres enfrentam violência doméstica diariamente em suas casas, e isso gera diversos efeitos negativos em suas vidas. Sem contar que a violência pode acabar em feminicidio, o assassinato das vítimas em decorrencia delas serem mulheres. Segundo estudo do Banco Mundial, mais de um bilhão de mulheres não têm proteção contra esses crimes.
Ou seja, em diversos locais, existe a falta de proteções legais contra assédio, agressão, violência doméstica, sexual e feminicídios. O que acaba deixando as vítimas desses crimes à mercê de serem atacadas e ameaçadas novamente por seus agressores. Isso faz com que elas tomem atitudes que limitem suas vidas e seu desenvolvimento em sociedade.
De acordo com o Banco Mundial, as mulheres têm apenas ¾ dos direitos que os homens têm no ambiente de trabalho. No mundo todo, existem só seis países em que os direitos legais de trabalho são os mesmos para todos os gêneros.
Outra causa da desigualdade de gênero no trabalho é a divisão de cargos. Existem trabalhos que são denominados pela sociedade como cargo de homem, ou cargo de mulher. Ou seja, ainda se tem a ideia de que homens são mais qualificados para certas atividades, que mulheres não são.
Sem contar com a jornada dupla que as mulheres enfrentam no dia a dia, devido aos trabalhos não pagos, como cuidar dos filhos, da casa ou do marido. Desta forma, essas pessoas além de terem que trabalhar em empregos que pagam menos por serem “adequados para mulheres”, elas têm que gastar horas em serviços domésticos de forma gratuita e por boa vontade.
Como foi dito anteriormente, devido à desigualdade de gênero, existe a ideia de que mulheres não podem ocupar certos cargos. Um deles é o cargo político. Nas últimas eleições brasileiras, as mulheres foram apenas 33,3% do total de candidaturas. Em 2016, segundo cartilha do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, apenas 1.021 foram eleitas para cargos, enquanto 7.263 homens assumiram posições.
O governo tem investido cada vez mais em ações para convencer mulheres a se candidatarem para cargos políticos. Desta forma, são produzidos comerciais, cartilhas e editais educativos para que essas pessoas saibam que também podem assumir o poder. Assim, indo contra frases como “mulheres não podem ser chefes de estado pois são muito emocionais”.
Uma mulher que tem pouco acesso à educação consequentemente tem acesso a um emprego que paga mal, isso sem levar em conta que mulheres já recebem menos que homens exercendo as mesmas funções. Sendo assim, ela pode acabar nas estatísticas da pobreza, e irá encontrar diversas dificuldades para conseguir medicamentos, consultas médicas e exames.
Muitas dessas mulheres também acabam tendo pouco ou nenhum acesso à educação sexual. Com a falta do conhecimento sobre menstruação, sexo e contraceptivos, essas pessoas podem acabar tendo gestações indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis. Meninas e mulheres adultas em estado de pobreza também encontram dificuldades na compra de absorventes.
O casamento infantil é uma das violencias baseadas na desigualdade de gênero. Segundo a organização Save The Children, 2.5 milhões de meninas correm o risco de se casarem ainda jovens até o ano de 2025 por causa da pandemia. Isso se dá devido ao aumento de casos de casamento infantil nos últimos anos, que foi o maior em aproximadamente três décadas.
O termo casamento infantil se refere a qualquer união informal ou formal entre uma criança menor de dezoito anos e um adulto, ou outra criança. As mulheres costumam ser mais afetadas pela prática, com diversos casos de meninas que nem chegaram à adolescência se casando com homens com idade para serem seus pais.
De acordo com a instituição Save The Children, existem pelo menos 152 milhões de crianças vivendo em situação de trabalho infantil ao redor do mundo. O trabalho infantil é um grandes obstaculo no desenvolvimento de crianças. Afinal, ele impede que elas atendam a escola ou tenham uma fase de crescimento saudável, se divertindo e aprendendo sobre o mundo.
Meninas que enfrentam essa situação têm mais chances de acabarem responsáveis por trabalho doméstico. Elas também costumam ser retiradas da escola, e enfrentam mais exploração sexual do que meninos.
Uma pesquisa realizada pelo governo de Victoria, capital da colúmbia britânica no Canadá, mostrou que a desigualdade de gênero afeta todas as pessoas de diversas formas. Confira como ela pode afetar cada grupo de sociedade:
Pessoas trans
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