O desmame é o processo pelo qual os bebês que dependem totalmente do leite são introduzidos aos alimentos sólidos. Entenda como fazer o desmame com segurança:
Antes de você aprender a fazer o desmame é preciso lembrar que o ideal é que o bebê mame pelo menos até os dois anos de idade. Se não for possível até essa idade, que seja pelo menos o alimento exclusivo até os seis meses. O leite materno é o alimento ideal para o bebê, e também proporciona benefícios para a mãe, os quais você pode conferir na matéria:
A maioria dos especialistas em saúde recomenda que os bebês comecem a receber alimentos sólidos por volta dos seis meses de idade (2, 3, 4, 5). Seis meses geralmente são recomendados porque os bebês, nessa idade, começam a precisar de nutrientes extras não encontrados no leite, como ferro e zinco (6, 7).
Pequenas quantidades de alimentos sólidos não processados ou minimamente processados podem fornecer esses nutrientes.
Especialistas também sugerem procurar sinais de que um bebê está pronto para o a introdução dos sólidos. Estes incluem (8, 9):
É raro os bebês estarem prontos para os sólidos antes dos seis meses. Se você acha que seu bebê está mostrando sinais de que está pronto para uso com sólidos, mas ainda não tem seis meses, fale com sua pediatra para obter orientação.
O desmame é normalmente dividido em duas abordagens principais: tradicional e liderada por bebês.
Não existe uma maneira correta de iniciar o bebê com sólidos. Dito isto, conhecer as vantagens e desvantagens de cada abordagem pode ajudá-la a tomar a melhor decisão para você e seu bebê.
Você também pode combinar esses métodos para determinar o que é mais apropriado.
Nesse método, os bebês são incentivados a se auto-alimentar desde o início. Você pode introduzir alimentos sólidos como petiscos e permitir que seu filho explore sólidos no seu próprio ritmo.
Nessa abordagem, você alimenta seu bebê e gradualmente o apresenta a alimentos mais sólidos. Você começará com purês suaves antes de passar para os alimentos triturados e amassados, depois os petiscos e, finalmente, as pequenas mordidas.
Os primeiros sabores são importantes para desenvolver bons hábitos alimentares e expor seu bebê a uma ampla variedade de alimentos.
Ao introduzir novos alimentos, lembre-se de que a quantidade consumida é menos importante do que o número de alimentos experimentados. Nos estágios iniciais do desmame, seu bebê ainda obterá a maior parte de sua nutrição do leite materno (o ideal) ou da fórmula.
Tente fazer disso uma experiência positiva para o seu bebê, permitindo que ele brinque, toque e prove novos alimentos.
Cerca de uma hora após a mamada e quando o bebê não está muito cansado, geralmente é um bom momento para experimentar a comida. Misturar alimentos com um pouco do leite com o qual ele está acostumado pode melhorar a aceitação.
Os primeiros alimentos adequados incluem:
Comece com algumas colheres ou duas mordidas uma vez por dia durante cerca de uma semana para avaliar se o bebê quer mais ou menos.
Novos alimentos podem ser introduzidos todos os dias ou mais, e você também pode combinar alimentos. Tente misturar cereal de arroz infantil com pera – ou banana com abacate.
Você também pode começar a oferecer goles de água em um copo para acostumar seu bebê.
Quando seu bebê tiver cerca de seis meses de idade e ingerir regularmente alimentos sólidos, você poderá oferecer uma variedade mais ampla para preparar lentamente até três refeições diárias.
Certifique-se de oferecer texturas diferentes e observe os sinais de que seu bebê está satisfeito.
Por volta de 7 a 9 meses, muitos bebês podem administrar três pequenas refeições por dia. Tente incluir uma fonte de proteína, carboidratos e gordura em cada refeição.
Por volta de 9 a 11 meses, muitos bebês podem administrar refeições em família com pequenas mordidas. Também devem ser oferecidas comidas mais duras como abobrinha, maçã, cenoura, bolachas e pão pita.
Nessa idade, a maioria dos bebês pode administrar três refeições diárias e possivelmente uma sobremesa, como frutas.
Com 1 ano de idade, a maioria dos bebês pode comer o que o resto da família come e participar de refeições em família. Nesse estágio, muitos bebês podem consumir três pequenas refeições mais 2-3 lanches diariamente.
Lembre-se de que cada bebê é diferente – ele pode comer mais ou menos, dependendo de suas próprias necessidades.
Embora seja importante que seu bebê coma uma grande variedade de alimentos, há alguns alimentos que devem ser evitados, incluindo (12, 13, 14):
De acordo com o Guia Alimentar da Criança Brasileira Menor de Dois Anos, “apesar de a prática da amamentação ter aumentado no Brasil, sua duração ainda é menor do que a recomendada. Duas em cada três crianças menores de seis meses já recebem outro tipo de leite, como o leite de vaca, frequentemente acrescido de alguma farinha e açúcar, e somente uma em cada três crianças continua recebendo leite materno até os dois anos de idade”. Além disso, de acordo com o mesmo guia, as crianças brasileiras estão recebendo cada vez menos alimentos saudáveis in natura ou minimamente processados. Isso significa que as crianças estão tendo excesso de peso e não estão recebendo os nutrientes necessários. Saiba como diferenciar os tipos de alimentos na matéria:
Segundo o Guia Alimentar da Criança Brasileira Menor de Dois Anos, as crianças brasileiras estão enfrentando problemas de sobrepeso ou obesidade e falta de nutrientes necessários devido ao aumento do consumo de ultraprocessados. Isso decorre da falta de tempo da família para o preparo de refeições saudáveis. Esse cenário tem ocorrido por causa das extensas jornadas de trabalho, falta de apoio dos familiares, grandes descolamentos até o trabalho e perda de transmissão de habilidades culinárias entre as gerações. Dessa forma, as empresas e os outros familiares têm papel importante no desmame dos bebês. Reduzir jornadas de trabalho ou facilitar o teletrabalho são boas práticas empresarias para com as mães e pais. O engajamento de outros familiares nas atividades domésticas, como o do próprio pai, também é importante.
Fontes: Mary Jane Brown – Healthline, Guia Alimentar da Criança Brasileira Menor de Dois Anos e Tendência de indicadores do aleitamento materno no Brasil em três décadas
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