Diversos problemas ambientais aparecem como consequências do desmatamento, como a alteração do ciclo das chuvas, redução de recursos hídricos disponíveis para o abastecimento humano e ainda aumenta o custo de tratamento de água.
Segundo uma pesquisa do Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o desmatamento encarece em cerca de 100 vezes o tratamento que a água recebe para torná-la potável. Isso ocorre quando o solo encontra-se sem nenhuma cobertura vegetal. A água da chuva bate no solo sem proteção e, pela força do impacto da água no solo, ele se desagrega, sendo carreado junto com a água da chuva, tendo como destino os corpos hídricos, alterando as características químicas da água, tanto a de superfície como a subterrânea.
De acordo com o pesquisador José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia (IIE), a mudança na composição química da água é ainda mais agravada quando há criação de gado e/ou uso de fertilizantes e pesticidas nas margens dos rios. Em virtude dessas atividades, ocorre um aumento na turbidez e na concentração de nitrogênio, fósforo, metais pesados e outros contaminantes. Desta forma, impactando fortemente a biota aquática.
Quando a cobertura vegetal na bacia hidrográfica não sofreu nenhuma alteração, a taxa de evapotranspiração devido à vegetação é mais alta, isso faz com que uma quantidade maior de água retorne para a atmosfera, favorecendo o ciclo da água e a ocorrência de chuvas.
Além disso, Tundisi argumenta que o escoamento da água das chuvas ocorre de forma mais controlada pela proteção da vegetação, diminuindo o processo erosivo. Outro ponto positivo da vegetação é a infiltração da água, que é favorecida pelos troncos e raízes. Eles funcionam como biofiltros, recarregando os aquíferos e garantindo a sustentabilidade dos mananciais.
Quando o meio possui vegetação bem protegida, o tratamento de água pode ser bem simplificado. Basta colocar algumas gotas de cloro por litro e obtemos água de boa qualidade para consumo. Já em locais urbanizados e com vegetação degradada, como é o caso do sistema Baixo Cotia (localizado na bacia hidrográfica do rio Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo), é preciso usar diversas substâncias para o tratamento da água, como coagulantes, corretores de pH, oxidantes, desinfetantes, algicidas e substâncias para remover o gosto e o odor.
“Todo o serviço de filtragem prestado pela floresta precisa ser substituído por um sistema artificial e o custo passa de R$ 2 a R$ 3 a cada mil metros cúbicos para R$ 200 a R$ 300. Essa conta precisa ser relacionada com os custos do desmatamento”, afirmou o pesquisador.
A atitude que temos com o meio ambiente se reflete diretamente na nossa qualidade de vida e das gerações futuras.
É de extrema relevância termos conhecimento dos impactos causados por nossas atividades e maneiras de mitiga-las. A diminuição do consumo e das práticas de reciclagem e reutilização são fundamentais para o crescimento sustentável.
Além disso, sempre descarte seus resíduos em locais apropriados. Para isso, o Portal eCycle possui um buscador que irá te ajudar.
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