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O mapeamento do Inpe utiliza imagens do satélite Landsat ou similares para registrar e calcular as áreas desmatadas

O desmatamento na Amazônia registrou queda de 16% entre agosto de 2016 e julho de 2017, segundo dados divulgados em 17 de outubro, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Apesar da queda, a área desmatada (6.624 quilômetros quadrados) equivale à soma dos territórios de Alemanha e Portugal.

Por meio de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirmou que, em igual período do ano anterior (de agosto de 2015 a julho de 2016), o desmate havia aumentado 19%. De acordo com ele, a atual redução é resultado da atuação do governo.

A maior parte da área desmatada no período está situada no Pará (2.413 km²) e no Mato Grosso (1.341 km²). Entre agosto de 2015 e julho de 2016, o desmatamento foi de 7.893 km².

Durante a coletiva, o ministro afirmou que circulam informações de que o governo está diminuindo unidades de conservação, mas que elas não condizem com a realidade. “Hoje podemos dizer com certeza que não houve nem um retrocesso no que diz respeito à área ambiental na Amazônia”, ressaltou.

O mapeamento do Inpe utiliza imagens do satélite Landsat ou similares para registrar e calcular as áreas desmatadas. São consideradas desmatadas as áreas com a retirada completa da cobertura de floresta primária, independentemente da futura utilização destas áreas.

Renca

Em seu discurso, Sarney Filho também elogiou a decisão do governo que revogou o decreto que extinguia a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). “A Renca foi uma iniciativa do Ministério de Minas e Energia que, de forma desencontrada com os dados de desmatamento, teve que refluir e foi revogada”, disse.

A extinção da Renca foi anunciada em agosto, mas o governo recuou e decidiu manter a área como uma reserva mineral depois de críticas de entidades e ativistas ligados ao meio ambiente.

Desmatamento zero

Na avaliação do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), organização científica não governamental, a redução do desmatamento anunciada hoje é positiva, mas há pouco a celebrar. “Já passou da hora de o Brasil pensar somente em comando e controle e passar a trabalhar as políticas públicas que estimulam aqueles que não desmatam e que produzem de maneira sustentável. Só assim poderemos comemorar”, afirma o diretor-executivo da entidade André Guimarães.

Acordo de Paris

De acordo com o Ipam, a continuidade do desmatamento também coloca em xeque a capacidade de o país cumprir sua parte no Acordo de Paris, assinado há dois anos. “São mais 330 milhões de toneladas de CO2 emitidos pelo desmatamento em 2017, quando deveríamos reduzir de 36% a 39% essas emissões até 2020, em relação aos níveis de 1990. E isso na véspera da 23ª Conferência do Clima da ONU, que acontecerá em novembro, na Alemanha”, observa a ONG. “Tudo indica que essas quedas são flutuações que existem desde 2012, pelo menos. Mas o fato é que todo ano uma área enorme é desmatada na região. Só vamos comemorar quando o desmatamento chegar a zero”, defende Moutinho.


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