Usinas resíduo-energia prometem converter o lixo orgânico em energia e biocombustíveis
Usinas de resíduo-energia são uma esperança para a geração de energia no futuro, através do reaproveitamento de comida jogada fora. Um terço dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado, com 70% desse contingente indo parar em aterros e agravando problemas ambientais em todo o globo terrestre. A reutilização de parte dessa comida iria diminuir a pressão sobre os aterros e cortar a poluição gerada pelo desperdício.
A destinação de lixo orgânico para produção de energia deve ser pensada em um esquema maior de reaproveitamento do material descartado pela sociedade. A reciclagem de materiais, a compostagem de parte dos resíduos orgânicos e a utilização parcimoniosa de aterros com captação de metano seriam combinados com a geração de energia através das usinas resíduo-energia.
Os processos mais usados consistem na conversão do lixo em energia, na forma de eletricidade ou calor, de maneira direta através da incineração, ou de maneira indireta, produzindo gases para serem usados como combustível, como metano, metanol e etanol.
Já a reutilização da comida é feita principalmente através da digestão anaeróbica, nas usinas mais novas, nas quais microrganismos convertem lixo orgânico em combustíveis, como biogás, biodiesel e etanol. Caso uma rede de separação, coleta e processamento de material estivesse disponível, os resíduos de estabelecimentos comerciais, como cafeterias e lanchonetes, poderiam fornecer energia para centenas de casas por dia.
A infraestrutura do setor está se expandindo, com mais ou menos 800 usinas de grande porte em mais de 35 países; já a fatia de mercado possui uma estimativa de crescimento: há a expectativa que passe dos US$ 6,2 bilhões atuais para US$ 29,2 bilhões, em 2022. Um dos maiores desafios para a implantação de redes de coleta de lixo para usinas resíduo-energia está na separação necessária da comida jogada fora e do lixo orgânico do resto dos dejetos descartados.
Reaproveite e evite o desperdício
Não é porque esse tipo de tecnologia está se desenvolvendo que não devemos evitar ao máximo o desperdício de alimentos.