O Dia da Emergência Climática é um lembrete da necessidade de agir, para que o planeta não ultrapasse o aumento de temperatura em 1.5°C. A data, 22 de julho, é um marco que conta o tempo que ainda resta para que a humanidade reduza, de forma drástica, as emissões de gases de efeito estufa (GEE).
O primeiro Dia da Emergência Climática oficial aconteceu em 2022, quando foi ligado o Relógio do Clima, criado pela colaboração de cientistas e ativistas ambientais. Foi então iniciada uma contagem regressiva para alertar sobre o momento em que a Terra chegará num ponto de não retorno climático, ultrapassando o 1.5°C na temperatura global. Na ocasião, o relógio marcava menos de sete anos para que soluções reais fossem postas em prática.
Mensagens como “é hora de acabar com os combustíveis fósseis” e “parem os criminosos climáticos” são veiculadas nesta data anualmente, por protestos de ambientalistas em todo o mundo.
Em 2023, o Relógio do Clima foi projetado no Cristo Redentor, na capital fluminense, marcando menos de seis anos para limitar o aquecimento global em 1.5°C. Nova York, Londres, Roma, Seul e Tóquio foram algumas das outras capitais que participaram dos atos do Dia da Emergência Climática.
Segundo o Copernicus Earth Observation Programme, desde 2023 a temperatura global têm batido recordes alarmantes. O mês de junho de 2024, por exemplo, foi o 13º mês consecutivo a bater recorde de temperatura, registrando o aumento de 1.5°C acima da era pré-industrial. O período entre junho de 2023 e junho de 2024 foi considerado, até então, mais quente do que qualquer outro período de 12 meses já registrado.
O aumento de temperatura atingiu 0.76 ºC acima da média, considerada entre 1991 e 2020. Em relação à média calculada para o período pré-industrial, tomando como base os anos entre 1850 e 1900, a temperatura média global subiu 1.64 ºC.
As temperaturas atingiram um valor médio de 1.57°C acima da média na Europa, causando ondas de calor. Com umidade atípica, fortes chuvas e inundações atingiram regiões da Alemanha, Itália, França e Suíça.
Algumas regiões da América do Norte também enfrentaram um mês de junho mais úmido do que a média, com chuvas extremas, acompanhadas do furacão Beryl, de categoria cinco, quando os ventos podem atingir 260 km/h. Apesar de furacões serem comuns na região, Beryl é considerado um evento climático extremo, pois chegou mais cedo no Atlântico, e elevou sua categoria de forma precoce.
Por outro lado, períodos de secas acima da média atingiram grande parte da América do Sul, porções da América do Norte e algumas regiões da Ásia. O período também foi agravado por incêndios florestais e queimadas, na Rússia e em vários países da América do Sul.
Ainda, a temperatura média da superfície do mar nas regiões dos círculos polares atingiu 20.85 °C, a temperatura mais alta já registrada, batendo recorde pela 15ª vez. Com isso, a extensão de gelo marinho da Antártida ficou 12% abaixo da média.
A solução para a emergência climática está em frear o aquecimento global. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), manter o aumento da temperatura do planeta pode causar um colapso ambiental. Evitar que a temperatura ultrapasse 1.5 °C é uma prioridade e para que isso aconteça é fundamental reduzir as emissões globais de GEE.
Dados do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) mostram que o dióxido de carbono (CO2) representa mais de 65% dos GEE. A maior parte de CO2 é emitida a partir da queima de combustíveis fósseis.
Além disso, segundo o International Methane Emissions Observatory (IMEO), o gás natural, muitas vezes apontado como uma alternativa mais ecológica dentre os combustíveis fósseis, é rico em metano, que tem um potencial deletério 80 vezes maior do que o CO2, podendo persistir por 20 anos na atmosfera, após sua emissão.
Optar por uma transição energética justa, diminuindo a dependência dos diversos setores por combustíveis fósseis, optando por fontes renováveis e sustentáveis de energia, é uma das ações mais importantes para evitar consequências ainda mais graves, causadas pelo aumento da temperatura do planeta.
A conservação ambiental é também essencial para lidar com a emergência climática, tanto de ecossistemas terrestres quanto aquáticos, pois ajuda a mitigar o desequilíbrio, limitando também as emissões de carbono. Além disso, os cientistas apontam para a necessidade dos países irem além dos discursos e agirem de fato, financiando soluções reais para a crise climática, combatendo as distrações propostas por governos e empresas, que driblam a causa com jogos de interesses.
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