O dia internacional da onça-pintada tem como objetivo celebrar esse animal tão importante. Pesando entre 60 e 160 quilos, a onça-pintada é o maior felino das Américas e terceiro maior do mundo. Ela está atrás apenas do tigre e do leão. Ela é uma das espécies-símbolo do Brasil, ilustrando a cédula de 50 reais.
Além disso, o animal é símbolo da conservação da biodiversidade do país. Entretanto, também é uma das mais ameaçadas. Por isso, no 29 de novembro é comemorado o dia nacional da onça pintada, é preciso destacar as medidas para a sua preservação. A data foi estabelecida no dia 16 de outubro de 2018 pelo Ministério do Meio Ambiente.
Não existem números oficiais sobre a população de onças-pintadas no Brasil. Segundo o biólogo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), o que há são estimativas. De acordo com o pesquisador, nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, estima-se menos de 300 onças. No Pantanal, esse número sobe para mil, e, na Amazônia, 10 mil.
No Brasil, a onça-pintada já está ameaçada na categoria vulnerável, com perspectivas de agravamento da situação. Na Mata Atlântica, por exemplo, a espécie é classificada como criticamente em perigo. Isso porque boa parte de seu habitat foi perdido. Dados da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o desmatamento no bioma cresceu 27,2% entre 2018 e 2019 na comparação com o período entre 2017 e 2018.
Na Caatinga, por sua vez, a onça-pintada também está criticamente em perigo. No Cerrado, está classificada como em perigo. Já no Pantanal e Amazônia, onde existem as maiores populações, encontram-se em situação vulnerável. Esse fato se dá pela perda de indivíduos por retaliação e caça ilegal, além do avanço da agropecuária.
Originalmente, a onça-pintada podia ser encontrada desde o sudoeste dos Estados Unidos até o centro-sul da Argentina e Uruguai. A espécie habitava diferentes ambientes, de florestas tropicais e subtropicais a regiões semidesérticas, de preferência ambientes próximos de curso d’água.
Contudo, a perda de habitat por fatores antrópicos levou a extinção da espécie nos EUA. Assim, se restringiu às planícies costeiras do México, países da América Central (com exceção de El Salvador) e na América do Sul (exceto Uruguai). No Brasil, ela originalmente ocupava todos os biomas, porém não existem mais relatos da espécie na região do Pampa.
O animal geralmente evita regiões com atividades humanas. Apesar disso, em áreas rurais, próximas de seu ambiente natural, elas podem atacar o rebanho doméstico. Isso pode levar a conflitos com os proprietários.
A espécie tem a mordida mais forte entre todos os felinos do mundo. O corpo é revestido por pintas negras, formando rosetas com diferentes tamanhos. As rosetas são geralmente grandes, com um ou mais pontos negros no seu interior. As onças-pretas (melânicas), que também são encontradas, possuem rosetas que podem ser vistas em contraste com a luz.
As onças têm hábitos solitários, podendo ser ativas durante o dia e à noite. A onça se alimenta de vertebrados de médio e grande porte, como anta, porco-do-mato, veado, tamanduá, capivara, jacaré, quati, entre outros.
Machos e fêmeas encontram-se apenas no período reprodutivo; geram em média dois filhotes que permanecem com a fêmea até os dois anos de idade. Os machos possuem territórios maiores que podem se sobrepor aos de várias fêmeas. Assim como outros grandes felinos, a onça-pintada requer uma grande área para sobreviver. Sua presença em grande densidade, portanto, serve como um indicador da qualidade de conservação daquele ecossistema.
Em razão do declínio populacional das onças-pintadas e sobre a importância ecológica, econômica e cultural da espécie, cada vez mais têm surgido projetos que buscam unir esforços em ações para a sua conservação. O desaparecimento da espécie pode levar ao desequilíbrio ecossistêmico, isso porque as onças-pintadas são predadores e, portanto, estão no topo da cadeia alimentar.
A sua extinção provocaria um efeito denominado cascata trófica, em que os demais níveis da cadeia são alterados, promovendo o desequilíbrio. Os efeitos dessa condição são a perda de biodiversidade e das condições do solo, além do aumento de espécies exóticas. Outro efeito é o aumento na presença de patógenos, o que pode desencadear riscos de saúde para as pessoas.
O monitoramento das populações desses animais é importante para a criação de uma base de dados sólida. Para isso, o Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) e o Instituto Manacá, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, WWF-Brasil e banco ABN AMRO, criaram o Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar.
O programa busca justamente o monitoramento da espécie na Mata Atlântica. Seu objetivo é a criação de uma base de dados sobre a espécie e sua relação com os ecossistemas. Dessa forma, torna-se mais fácil o subsídio de ações de conservação mais eficazes.
Além dessa iniciativa, muitas outras ações têm ajudado na conservação das onças-pintadas no Brasil. Confira a lista de algumas delas:
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