O Dia Mundial para a Preservação da Camada do Ozônio foi criado no dia 16 de setembro de 1987, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. A data marca o dia em que 46 países assinaram um tratado internacional prometendo substituir substâncias capazes de destruir a camada de ozônio.
A camada de ozônio foi identificada em 1913 pelos físicos franceses Charles Fabry e Henri Buisson. Ao identificar que parte da radiação solar estava sendo absorvida por algum elemento presente na estratosfera, foi possível apontar o ozônio como principal causador desse fenômeno.
Porém, desde então, a ação antrópica foi responsável por parte da destruição da camada de ozônio, causando impactos negativos tanto à humanidade quanto ao meio ambiente.
A camada de ozônio é uma camada situada ao redor do planeta que concentra cerca de 90% das moléculas de O3. Essa camada é essencial para a vida na Terra, pois protege todos os seres vivos contra os efeitos nocivos dos raios ultravioletas.
Os seres humanos têm contribuído para a destruição da camada de ozônio desde a Revolução Industrial.
Porém, foi só na década de 80 que cientistas identificaram, pela primeira vez, o buraco que inviabiliza a proteção oferecida pelo ozônio estratosférico — o que resultou no esforço coletivo para eliminar gradualmente o uso de Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio (SDOs).
Coincidentemente, algumas dessas substâncias estavam em alta nos anos 80, os clorofluorcarbonetos, conhecidos como CFCs — encontrados em aerossóis e em equipamentos de refrigeração. Além dos CFCs, outras substâncias que interagem e perturbam a camada de ozônio são óxidos nítricos e nitrosos e halogênios.
Isso ocorre porque os átomos dessas substâncias tendem a destruir o ozônio ao se ligarem às suas moléculas, dando origem a outro elemento, o que provoca a redução da concentração desse gás.
Mas, o que a quebra da camada de ozônio significa para nós?
A diminuição da concentração de ozônio na estratosfera faz com que uma maior quantidade de radiação ultravioleta atinja a superfície terrestre, o que provoca diversos impactos ambientais e aos seres vivos, como:
Além disso, segundo o World Food Programme, da ONU, a destruição dessa camada também poderia diminuir a produção agrícola, o que reduziria o fornecimento de alimentos — contribuindo diretamente para a insegurança alimentar.
O ano de 2020 teve o décimo segundo maior buraco na camada de ozônio por área em 40 anos de registros de satélites, com a décima quarta menor quantidade de ozônio em 33 anos de medições instrumentais realizadas em balões. A redução nos níveis de substâncias destruidoras da camada de ozônio controlada pelo Protocolo de Montreal impediu que o buraco fosse tão grande quanto teria sido sob as mesmas condições climáticas anos atrás.
No mesmo ano, foram comemorados os 35 anos da Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio, provando que muitos esforços ainda devem ser feitos para reduzir os danos causados pelos SDOs.
Em Janeiro de 2023, um painel científico apoiado pela ONU publicou o seu último relatório de avaliação. Nele, foi confirmado que 99% dos gases que destroem a camada de ozono foram eliminados gradualmente. As projeções do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) sugerem que a camada de ozônio da Antártica se recuperará para os níveis de 1980 por volta de 2066, com recuperação no resto do mundo entre 2040 e 2045.
Portanto, a criação do Dia Mundial para a Preservação da Camada de Ozônio é essencial para a manutenção da vida na Terra.
“Sem este tratado, a destruição da camada de ozono teria aumentado dez vezes até 2050 em comparação com os níveis atuais, e resultaria em milhões de casos adicionais de melanoma, outros cânceres e cataratas oculares. Estima-se, por exemplo, que o Protocolo de Montreal é capaz de salvar cerca de 2 milhões de pessoas anualmente até 2030 do câncer de pele”, afirma a PNUMA.
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