O Dia Nacional da Luta dos Povos Indígenas, 07 de fevereiro, é uma data comemorativa criada com a intenção de dar foco à importância da demarcação de terras, preservação da cultura e dos direitos fundamentais dos povos originários.
Os povos originários, que eram aqueles que já ocupavam territórios antes da colonização europeia, correspondem a apenas 5% da população mundial, mas ocupam (e cuidam) de mais de um quarto da superfície terrestre, segundo um estudo publicado na revista Nature Sustainability. De acordo com os pesquisadores do estudo, 38 milhões de quilômetros quadrados em 87 regiões políticas são controlados por povos indígenas.
Em 2016, um estudo do World Resources Institute (WRI) concluiu que, de 2000 a 2012, as taxas anuais de desmatamento em áreas florestais indígenas de posse definida no Brasil foram 2,5 vezes menores do que fora desses territórios.
Isso significa que a demarcação de terras indígenas pode representar uma medida eficiente e mais barata de redução de emissões de gases do efeito estufa.
Para se ter uma ideia, entre 2004 e 2014, devido à criação de áreas protegidas e a aplicação de ações de controle e repressão ao crime coordenadas pelo Ibama, o desmatamento na Amazônia foi reduzido em 80%.
Em outras palavras, isso quer dizer que criar áreas de proteção e conservação indígena são fundamentais para a preservação da biodiversidade da Amazônia.
Estudos recentes têm revelado que a Amazônia provavelmente é uma criação dos povos originários. Isso porque os costumes tradicionais indígenas ampliam a diversidade da fauna e da flora locais.
O antropólogo Eduardo Góes Neves explica em seu livro “Sob os Tempos do Equinócio” que a presença dos povos indígenas teve importante influência no que hoje conhecemos como Amazônia.
De acordo com a organização Terras Indígenas, no mesmo sentido das explicações do antropólogo, muitas plantas surgiram como produto de técnicas indígenas de manejo da floresta, como a castanheira, a pupunha, o cacau, o babaçu, a mandioca e a araucária.
Isso significa que os povos indígenas não somente ajudaram a definir o que é a biodiversidade amazônica hoje, mas que a manutenção e a possibilidade de expressão de seus antigos costumes culturais são essenciais para conservá-la.
Áreas indígenas florestais demarcadas e homologadas evitam anualmente a emissão de 42,8 a 59,7 milhões de toneladas de CO2 no Brasil, na Colômbia e na Bolívia, segundo o WRI. Especificamente no Brasil, existe potencial para evitar a liberação 31,76 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que equivale a 6.708.778 veículos de passageiros retirados das ruas durante o período.
Por esses motivos, o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, comemorado todo dia 07 de fevereiro, busca dar visibilidade às políticas que incluem as demandas dos povos originários.
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