Diabetes: tipos, sintomas e como tratar

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Diabetes é uma síndrome que se caracteriza pela falta de insulina ou incapacidade das células musculares e adiposas de absorverem essa substância, causando o aumento da glicose (açúcar) no sangue.

A insulina permite que o açúcar presente no sangue seja absorvido pelas células para ser usado como fonte de energia, reduzindo, posteriormente, a glicemia. Por isso, se houver algum tipo de deficiência nesse hormônio, a glicose no sangue aumentará, desenvolvendo a diabetes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge quase 250 milhões de pessoas em todo o mundo e a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estima que 12 milhões de pessoas tenham a doença no Brasil, sendo que metade sequer sabe disso. Nesse sentido, é importante ficar atento a quaisquer sintomas de diabetes para que seja possível o diagnóstico precoce.

O diabetes ou a diabetes?

Diabetes é um substantivo comum-de-dois-gêneros. Portanto, ambas as formas, masculina e feminina, são aceitas pela gramática do português.

A palavra tem origem na forma masculina grega diabétes. Em Portugal, popularizou-se a forma feminina. Já no Brasil, a forma masculina, “o diabetes”, costuma prevalecer entre os falantes.

Tipos de diabetes

Diabetes tipo 1

A diabetes tipo 1 é menos comum, apenas cerca de 5% a 10% dos pacientes se enquadram nesse tipo. Em geral, ela se manifesta logo na infância ou adolescência em pessoas com histórico familiar.

Ela ocorre quando as células beta do pâncreas perdem a capacidade de produzir insulina por conta de um defeito no sistema imunológico, fazendo com que os anticorpos ataquem as células.

Diabetes tipo 2

A diabetes tipo 2 é mais comum em adultos e pode se desenvolver em pessoas sedentárias e com hábitos alimentares ruins. Ela se caracteriza pela produção insuficiente de insulina pelo pâncreas ou pela incapacidade do organismo de utilizar a insulina de forma eficiente, o que gera resistência ao hormônio.

O tratamento dessa doença geralmente é feito por meio de mudanças na dieta e aumento na prática de exercícios físicos, mas eventualmente pode ser controlado através de medicamentos orais ou injetáveis também.

Pré-diabetes

É um termo usado para indicar quando a pessoa tem predisposição para desenvolver o diabetes tipo 2, algo como um estado intermediário. Essa predisposição só acontece no caso da diabetes tipo 2, já que no caso do tipo 1 a predisposição é genética.

Diabetes gestacional

É definida por algum nível de intolerância à insulina que foi reconhecido primeiramente durante a gravidez – podendo ou não persistir após o parto. Pode ser também uma condição em que a placenta produz uma quantidade elevada de hormônios que impedem a insulina de transportar a glicose do meio extracelular para o intracelular. A causa da diabetes gestacional ainda não foi reconhecida.

Sintomas

Os sintomas de diabetes em alguns casos são bem aparentes e em outros muito difíceis de se notar, por isso, muitas pessoas que possuem a doença não têm ciência disso.

Além de estar em dia com os exames de rotina, é importante realizar os testes de glicemia caso os sintomas sejam detectados, já que complicações agudas trazem risco à vida. Conheça os principais sintomas de diabetes:

  • Poliúria (urinar em excesso e com mais frequência);
  • Polidipsia (sede excessiva);
  • Perda de peso;
  • Polifagia (excesso de fome e ingestão de alimentos);
  • Visão turva;
  • Fraqueza.

Causas

Existem diversas causas para a diabetes, variando de tipo para tipo. Esses são alguns fatores de risco que podem fazer as pessoas desenvolverem a doença:

  • Defeitos genéticos na função da célula beta ou na ação e processamento da insulina;
  • Endocrinopatias;
  • Defeitos na conversão pró-insulina;
  • Defeitos no pâncreas exócrino;
  • Infecções virais;
  • Má alimentação;
  • Uso de drogas.

Consequências

Se o tratamento para a diabetes não for feito corretamente e/ou a doença se agravar muito, algumas complicações são possíveis, causando o surgimento de outras doenças. Dentre elas:

Aterosclerose

Uma doença crônica em que placas de gordura chamadas ateromas se formam nas paredes dos vasos sanguíneos, podendo causar a obstrução total em algum ponto.

Retinoplastia diabética

Lesão na retina causada pela diabetes que pode levar à cegueira.

Hipertensão

O oxigênio no sangue pode aumentar, além da glicólise irregular do colágeno e das proteínas, forçando o coração a fazer mais esforço que o normal para bombear o sangue através dos vasos sanguíneos.

Nefropatia diabética

Ocorre por causa de alterações nos vasos sanguíneos dos rins que resultam na perda de proteínas pela urina. Pode ocorrer paralisação progressiva das funções dos rins até que ele pare completamente.

Neuropatia diabética

Uma complicação da diabetes que causa problemas nos nervos periféricos (pés e mãos). De início a condição não apresenta nenhum sintoma, no entanto, depois de um tempo a pessoa passa a ter dor, falta de sensibilidade no local, formigamentos e falta de força.

Síndrome do pé diabético

Acontece quando uma área machucada no pé de um diabético se desenvolve e se transforma em uma úlcera. Quando os níveis de glicemia são mal controlados, acaba resultando na deficiência da circulação sanguínea. Esse problema, se não tratado, pode levar ao necrosamento e amputamento do membro.

Infarto do miocárdio e AVC

Ocorre quando há obstrução dos vasos sanguíneos de órgãos vitais como coração e cérebro. A incidência desses problemas em pessoas diabéticas é de duas a quatro vezes maior.

Periodontite

É um grupo de doenças inflamatórias que afetam tecidos periodontais (tecidos envolvidos na fixação do dente à mandíbula).

Doença arterial coronariana

A possibilidade da diabetes influenciar na doença arterial coronariana ainda é uma hipótese. Um estudo, feito com 28.024 mulheres, evidenciou que mulheres de menos de 55 anos com diabetes tipo 2 apontaram um risco dez vezes maior de ter a doença arterial coronariana nas próximas duas décadas.

Em resumo, em mulheres saudáveis, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica foram os principais contribuintes para eventos coronários prematuros.

Tratamento para a diabetes

A diabetes é uma doença crônica, portanto, não tem cura. O que se pode fazer é controlar os sintomas para que o paciente possa ter uma melhor qualidade de vida. Os principais cuidados são:

Exercícios físicos

A prática de exercícios físicos é muito importante para controlar a glicose e evitar o ganho excessivo de peso. Além disso, ela também pode melhorar a saúde do coração que, muitas vezes, fica comprometida com a presença da diabetes tipo 2. Assim, além de cuidar da diabetes, praticar exercícios diminui as chances de um ataque cardíaco ou derrame.

O paciente deve contar com orientação médica para encontrar a melhor rotina de exercícios, pois, caso tenha hipoglicemia, terá algumas restrições, principalmente no caso da diabetes tipo 1. É preciso estar ciente de como o corpo reage às atividades e como os níveis de glicose respondem. Para isso, uma boa opção é verificar os níveis antes e depois do exercício. É normal que os níveis fiquem baixos e, para equilibrar, pode ser necessário fazer um bom lanche antes de se exercitar.

Para ficar mais forte, o coração precisa de um exercício aeróbico de pelo menos 150 minutos por semana, como uma caminhada ou dança. Mas o corpo também precisa de um treino de resistência que garanta flexibilidade e fortaleça os músculos, como um treino funcional com flexões e agachamentos.

Mudança na dieta

Pessoas diabéticas precisam evitar a ingestão de açúcares simples, presentes em doces e carboidratos simples, como massas e pães. Esses alimentos têm o índice glicêmico alto, portanto a absorção da glicose acontece de forma muito acelerada e as taxas de glicose no sangue aumentam.

As dietas para pessoas com diabetes geralmente privilegiam carboidratos complexos, como castanhas, nozes e grãos integrais, já que são absorvidos mais lentamente. Em todo caso, a escolha da dieta também é feita por meio de uma orientação médica.

Uvas, por exemplo, são ricas em antioxidantes – substâncias poderosas no combate a doenças crônicas como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares. Estudos identificaram mais de 1.600 compostos vegetais benéficos nas uvas (confira aqui os estudos: 3, 4).

Automonitoramento com glicosímetros

A maioria das pessoas diabéticas precisa tomar insulina, e fazer o uso de medicação, com uma certa frequência, principalmente pacientes do tipo 1, que costumam aplicar essas doses diariamente. Mas, para isso, é preciso medir a concentração da glicose no sangue.

A medição é feita com glicosímetros – para usá-los, a pessoa fura o dedo com uma pequena agulha, coloca o sangue que sai do furo em uma tira reagente que é inserida no aparelho. Em cerca de 30 segundos, o aparelho mostra o resultado. O glicosímetro é importante para que o paciente tenha certa autonomia, mas o acompanhamento com um profissional da saúde é indispensável.

Como evitar a diabetes?

A forma mais eficaz de prevenir a diabetes é manter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente. Em especial no caso de pessoas com pré-diabetes, que costumam ter uma dieta rígida, praticar atividades físicas pelo menos três vezes por semanas e, em alguns casos, até usar medicamentos para evitar complicações futuras. Esses procedimentos em pessoas dentro do grupo de risco podem diminuir pela metade o número de pessoas com diabetes tipo 2.

Não fumar, controlar a pressão arterial, evitar medicamentos e bebidas que possam prejudicar o pâncreas também são medidas úteis para evitar o desenvolvimento da diabetes.

Uma análise, realizada pela The European Association for the Study of Diabetes Annual Meeting, apontou que beber chá também pode ser uma alternativa para evitar a diabetes tipo 2. Apesar de ainda ser necessário mais estudos, pesquisadores acreditam que os polifenóis presentes na bebida ajudam a reduzir os níveis de glicose no sangue, diminuindo os riscos de desenvolver a condição. 

Segundo os estudos, a quantidade é importante para que ocorra a prevenção, é necessário ser um grande apreciador de chá e ingeri-lo continuamente. Porém, também é preciso tomar cuidado ao consumi-lo, já que chá em excesso pode sobrecarregar os rins. 

Assista ao vídeo explicativo sobre a doença

Stella Legnaioli

Jornalista, gestora ambiental, ecofeminista, vegana e livre de glúten. Aceito convites para morar em uma ecovila :)

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